Notas Iniciais: Meu deus, eu nem sei o que falar, pois esse capítulo era para ser rápido e bem...podem ver o que aconteceu, muito obrigada por acompanharem essa história e para hoje temos: Serena é chamada para ser voluntária em um novo emprego temporário enquanto Diantha encontra uma figura do passado em Laverre.
Capítulo 12: Isso é coisa de Arceus?!
O dia começava mais uma vez no centro pokemon de
Lumiose, o fluxo de treinadores havia aumentado, uma vez que a temporada da Liga
de Kalos chegava a sua metade e os desafios no ginásio estava aumentando, Anisa
devolvia as fichas para as pessoas informando o tratamento que realizava,
enquanto Serena passava de um lado para o outro.
“Michelly, por favor, assim que tiver finalizado o
cardápio envie para que eu possa postar no twitter do Centro de Lumiose, porque
as pessoas já estão me chamando de inútil no twitter” Anisa gravava um áudio
para a nutricionista após ver algumas postagens a chamando de porca com seu fake no
twitter.
“Anisa, a propósito, isso é um ovo na sua bancada?”
Serena perguntou entre uma de suas corridas de um lado para o outro.
“Sim! Eu recebi de um experimento de uma moça chamada
Mina...acho que se chamava Um Cheiro de Sucesso, ela perguntou se eu estava
mentalmente afetada com minha carreira e eu respondi que sim, inclusive tem até
um vídeo de apresentação no poketube que saiu hoje, vamos ver?” Anisa perguntou
com a garota decidindo procurar no celular.
Encontrando na conta de Mina, onde ela se descrevia
como A Maior Artista Viva segundo ela mesma, constava a playlist Um Cheiro de
Sucesso – um programa autoral sem apoios financeiros e que continha no momento
dois vídeos, o primeiro sendo de Astrid que se apresentava para o projeto,
filmado perto da Connection Cave;
“Fale sobre quem é você, seus feitos e o motivo pelo
qual aceitou participar do nosso projeto” Pediu a artista.
“Então, eu sou Astrid, sou conhecida internacionalmente
como a treinadora que fracassou em mais ligas regionais das quais se tem
noticia, entrei para o livro dos recordes semana passada por registrar a maior
quantidade de dias sem vencer ginásios: cerca de 3 anos e recentemente
especialistas me pediram para estudar meu Absol, pois não acreditaram que um
pokemon seria capaz de ser tão fraco, mas passei por um rebrending
na minha carreira e decidi explorar novos ares, mas ainda estou perdida na
minha carreira e não sei se me odeio o suficiente para lançar um álbum de
covers ou de regravações, decidi participar do projeto e experimentar novas
coisas” Disse a treinadora.
“Ótimo, espero que se divirta durante o experimento,
lembre-se que Spritzee irá exalar no seu cheiro uma junção dos aspectos que
suas emoções a transmitiram, então se for podre você já sabe, a propósito
porque você não lança um álbum de natal? Ouvi dizer que é um bom investimento a
longo prazo” Mina sugeriu.
“Menina, acho que vou pensar nisso, obrigada pelo
conselho”.
O próximo se tratava da entrevista de Anisa.
“E então, o que levou você uma enfermeira a participar
do nosso projeto?” Perguntou Mina.
“Então, eu sempre me interessei por todo o tipo de
pokemon, e reparei que das espécies de Kalos os que menos tive contato foi o
spritzee, faz tempo desde que capturei o último pokemon, me senti parada vendo
todos os meus amigos ou virarem médicos por terem ido bem no Medicinal
Competition ou desistirem da carreira e eu estou aqui todos os dias nesse
centro pokemon me perguntando se minha vida esta certa todos os dias, como não
tenho paciência para cuidar de uma planta, pensei que um novo pokemon seria
algo bom” A enfermeira respondeu.
“Nunca me passou pela cabeça que vocês Joy’s tinham
sentimentos, eu peço desculpas, como artista eu deveria ter mais sensibilidade”
Mina comentou.
“Sinceramente você tem sorte de o regulamento me
obrigar a ficar detrás dessa bancada por pelo menos 75% do meu dia” Respondeu a
enfermeira.
“Apesar de ter medo do lugar de onde a Mina tira esses
ovos já que ela não tem nenhum patrocínio, parece muito legal! Nunca vi um
pokemon nascer assim dessa forma e eu estou muito ansiosa para saber como será
seu spritzee...” Serena comentou e em seguida levou as mãos a boca.
“O que houve?” Perguntou a mulher.
“De repente me deu vontade de desistir de toda a minha
vida, a Mina só com esses dois vídeos já tem seguidores o suficiente para ser
performer se ela quiser e eu que estou a meses tentando agora que tenho 3 mil”
Comentou a garota desiludida.
Serena estava orgulhosa do desempenho que estava
conquistando, havia conseguido seu maior pico de seguidores no programa da
Sandra, mas por deixar a transmissão no meio não ganhara nem a metade do que
esperava, desde o episódio conseguira mais ou menos 2500 seguidores, porém
cerca de 1500 a deixaram de seguir por qualquer motivo que fosse.
Quando lembrava da época em que havia conseguido 25
mil seguidores, como fora participar de um showcase e tudo isso se perdera
junto de Espurr...ela tomara a decisão de recomeçar do zero, mas a caminhada estava
sendo duas vezes mais complicada do que quando começou.
“Sabe, eu estou tentando criar minha própria comunidade, mas ainda lembro das palavras da Sandra sobre ser uma cópia da Seraphine, estou mostrando mais das coisas que eu gosto de ver como cozinhar, curiosidades sobre a cultura pop, mas é tão complicado manter o interesse das pessoas! Eu não tenho dinheiro suficiente para produzir e impulsionar meus vídeos, não consigo viralizar, e fico me perguntando se sou mesmo boa o suficiente!” Serena constatou caindo seu olhar.
A loira tentava lembrar das suas conquistas como
combustível para não desanimar, já que nesse pequeno tempo como o contrato com
a Therapy Chá que ainda prevalecia, estava começando a falar mais com sua mãe
sobre seus vídeos o que era uma liberdade que jamais havia tido antes,
conseguia pelo menos cinco comentários a cada postagem o que era um progresso
em relação a antes, mas ainda assim parecia muito longe do que precisava
alcançar, pois virara performer anteriormente com bem menos esforço.
“Eu sinto que deve ser complicado se resumir a números e progressos dessa forma, pois qualquer erro faz parecer que nada em você esta certo, mas notei que parecia animada hoje, pensou em alguma ideia?” Perguntou a joy tentando estimular a garota.
“Bom cerca de 30 pessoas engajam sempre nos meus vídeos e elas vivem pedindo para eu mostrar mais do meu dia a dia com os meus pokemons, percebi que isso combina com o conceito do meu canal que é mostrar um pouco minha visão das coisas, então acordei 4:00 da manhã para trabalhar e planejei gravar alguns conteúdos mais especificos como os vídeos de terapias holisticas envolvendo amarração e purificação através dos Ghost type que sigo com a Honedge, eles também perguntam como faço para cuidar dos polos do Magneton sem danifica-lo e perguntaram porque a Mawile esta com um óculos diferente a cada corte de vídeo então vou mostrar a coleção dela!” Listou a funcionária do centro pokemon um pouco mais animada.
“E maquiagem? Você não vive comprando bases daquela
marca que você jura que é vegana, mas que essa semana teve protesto das Phanpy
que se negaram a continuar na produção, pois a maquiagem era tão tóxica que
todas ganharam sombras coloridas nos olhos que serão passadas por DNA pelos
ovos?” Anisa perguntou.
“Olha eu sempre usei e nunca me deu nada graças a
Arceus, mas não...eu...não sou muito boa com isso!” Serena encerrou o assunto
de súbito ao mesmo tempo em que recebia uma notificação m seu celular ao abrir
o arquivo para ler, o fitou por alguns segundos incrédula.
“Acho que vou proibir o uso de celular durante o
trabalho, pois a cada mensagem que você recebe é um gatilho, o que foi dessa
vez?” Anisa perguntou sorrindo.
“As vezes me arrependo amargamente de tudo que já fiz! Estou sendo convocada por uma empresa em um dos sites de trabalho temporário, que me inscrevi há um tempo, para ser mineradora voluntária em Cyllage, sou obrigada a ir, ou posso ser presa justiça por quebra de contrato e ainda vão manchar minha carteira de trabalho me tornando uma pessoa imprópria de aparecer para a família tradicional de Kalos!” Serena comentou tentando lembrar quantos sites exatos havia se inscrito antes de sair de casa e que tipo de serviço ainda teria de realizar.
“Curioso, eles permitem mostrar no jornal uma senhora
rica que mora perto do Perfum Palace falando absurdos, pois segundo ela não se
fazem mais Butlers como antigamente, já que hoje em dia eles querem horário de
serviço, querem ser tratados como pessoas, acham que tem sentimentos e que um até
perguntou se podia ter uma batalha pokemon com algo além de pokemons selvagens,
como se soubessem pensar?! Mas uma pessoa com nome na justiça não pode
aparecer?!” Anisa criticava o sistema enquanto a garota desabava sobre o balcão
entristecida.
Agora estamos em Laverre, um pouco antes do dia
iniciar, provavelmente Serena ainda devia estar dormindo, o tempo estava
nublado fazendo uma grande sombra pairar sobre a cidade, a maioria das pessoas
dormiam confortavéis sonhando com as humilhações de Valerie e diferente do que
se espera uma brisa fria corria pela cidade.
Além da fábrica de pokebolas, um projeto aprovado pela
própria Valerie presando pela falta de impacto ambiental, buscando melhorar a
economia da cidade e favorecer o turismo, um outro local se destacava: Uma casa
ornamentada com decorações delicadas como lâmpiões, diversas janelas e uma
árvore enorme crescendo por trás de si com córregos de um pequeno lago cortando
o formato ao redor da construção.
Era a primeira vez, em muito tempo, que Diantha pisava
ali. Havia chegado a cerca de duas horas, batera na porta esperando que não
fosse aberta, mas surpreendeu-se ao ser atendida por sua velha conhecida que
dissera estar ocupada cuidando do ginásio, a campeã preferiu não perguntar que
obrigações ela fazia às duas da manhã, e voltaria em breve, a campeã aguardava
na cozinha quando Valerie finalmente voltara surgindo com seu kimono que a
fazia parecer ter asas lhe imprimindo um tom místico.
A cozinha era aconchegante, a porta aberta para a área
de batalha e verde do ginásio deixava entrar uma brisa que tornava aconchegante
estar ali, as cadeiras eram talhadas em madeira de forma tão delicada com
ornamentos que lembravam algo místico e acolchoadas com almofadas que deixavam
exalar um aroma delicioso de Persim Berry.
Valerie utilizando de seu kimono que somado ao seu
cabelo fluiam de modo contínuo, enquanto a treinadora de fadas movia-se de
forma sinuosa pela cozinha, Diantha observava a moça ir até o armário disposto
em tons rose, abrir a porta de vidro e em seguida retirar um conjunto de xícaras
e as pôr sobre a mesa junto aos píres e colheres que combinavam com o tom
branco e desenhos laranjas.
Seus movimentos eram precisos e parecia haver passado
tempo o suficiente naquele lugar para que todos os seus movimentos parecessem
certos para realizar aquelas atividades sem realizar uma pausa enquanto andava
do armário, a pia e da pia para o fogão.
Indo até o fogão, um modelo antigo de 4 bocas, que
fervia uma chaleira suspensa por um gancho de metal, Valerie observava o vapor
saindo do objeto como se soubesse que o momento estava próximo, ao estar
pronto, ela a pegou despejando o conteúdo em um bule ficando diante de Diantha
que se perguntava como após fazer tudo aquilo permanecia com o mesmo semblante.
“Por quanto tempo vai ficar ai calada? Me perdoe a
falta de Hospitalidade, eu não costumo receber visitas” Disse tirando a campeã
de seu transe.
“Por mal lhe pergunte, o que fazia às duas da manhã?”
A atriz perguntou enquanto servia-se do chá ao ser despejado na xícara
preencheu a cozinha com um aroma adocicado e cítrico.
“Ser um ícone de ódio dá trabalho, sabia? Bom todo dia
jogam lixo na minha horta alegando que a confundem com o lixeiro da cidade, tem
dezenas de cartazes espalhados pelo ginásio onde todos de Laverre descontam seu
ódio e frustrações com ofensas a mim, encontro cartas no correio me contando
que meus novos modelos são horrorosos mesmo que eu nunca os tenha mostrado a
ninguém, outro dia uma criança de 6 anos me aconselhou mudar para Alola e virar
trial captain pois o ato de desafiar os treinadores a passarem por tanta
humilhação e virem me encontrar já deveria valer a insignia,..essas coisas, mas
aceito o posto com prazer e só tenho a madrugada para me livrar de tudo isso
até começar no próximo dia” Valerie comentou enquanto bebia seu chá.
“Eu imagino que ser uma fracassada...perdão força do
hábito, que lidar com esse ódio não seja nada fácil e...” Diantha começou
enquanto Valerie lhe servia um prato com biscoitos em formato de spritzees e
staryus.
A estilista parou no meio do ato, sua configuração
militricamente pensada de antes pareceu detectar algum problema, ela ergueu uma
sobrancelha deixando vazar um pouco do ódio que sentia.
“Você deve ter uma noção bem grande do que isso
tudo significou para mim! Eu...EU!...Bom esses biscoitos fui eu mesma
que fiz acredita? Usei uma massa feita com esporos do Shinotiic que eu
desidratei, fermentei e...” Comentou a mulher sendo irrompida.
“Valerie me desculpe...eu...nós éramos amigas, eu não queria...” Tentou iniciar algo, porém recebeu um olhar da líder, ultrajada.
“Não, Diantha! NÃO! Eu não quero mais falar disso!”
Gritou irritada e as suas asas providas por seu Kimono, antes com aparência
mística e fluída, agora pareciam ficar cada vezes mais pontudas.
Fazendo o possível para não se encolher diante das
palavras da líder de ginásio, a atriz respirou fundo e continuou.
“Precisamos falar disso, Valerie...eu preciso...”
Novamente as palavras engasgavam em sua garganta, há muito tempo Diantha não se
via nessa situação.
Desde que assumira como campeã passou a conseguir
escolher as palavras cuidadosamente e a lidar com todo o tipo de situação
conforme ganhava experiência, mas ali, não conseguia manter o equilíbrio do que
queria...se gostaria de pedir desculpas ou solicitar ajuda, se queria conversar
ou ouvir, suas mãos gelavam pela incerteza e ela desviava os olhares da lider
de fada que parecia ficar mais transtornada a cada segundo.
“Eu não vou alimentar o seu ego e deixar você dizer os seus sentimentos sobre os meus dessa forma! Sei que é campeã e é ocupada, por isso pensei que finalmente viesse conversar comigo sobre o meu ginásio, me pedir algo como esta estampado na sua cara que é o que veio fazer, mas não! EU NÃO AGUENTO MAIS ser resumida a isso por TODOS!” Valerie gritou aumentado o tom a cada palavra.
“Eu...eu só não sei...como começar a conversar as
coisas ignorando tudo o que houve...não me parece certo...na minha cabeça
parecia mais simples, mas é que se você soubesse como me sinto sobre...”
Perdida em seus pensamentos, desacostumada aquilo, suas mãos gelavam ainda mais
e Diantha fazia o possível para não as permitir tremer, precisava se acalmar.
“VOCÊ SAIU LÁ DO PLATEAU PARA VIR JOGAR NA MINHA CARA
O QUE TODOS JOGAM POR ANOS?!
TODOS OS DIAS ME ARREPENDO DE TER ESCOLHIDO NAMORAR O
AZOTH!
PORQUE MEUS PODERES NÃO ME AVISARAM?!
FOI UM CASTIGO POR EU TER DEIXADO JOTHO?!
TUDO O QUE ME RESTA É ESSE GINÁSIO, APESAR DE QUESTIONAREM,
ESSA É A ÚNICA POSIÇÃO OBJETIVA NA MINHA VIDA E PENSEI QUE AO MENOS VOCÊ COMO
CAMPEÃ RESPEITARIA ISSO!” Valerie gritou
irritada e sem perceber atirou o prato de biscoitos contra o chão derrubando
todos em cascata no processo.
Ao escutar as palavras da mulher a sua frente, sentiu
como se cada uma lhe proporcionasse um tapa em sua face, pois algo em Diantha a
recobrou do que havia vindo fazer ali, de sua posição como Campeã, da região de
Kalos que contava consigo, de tudo o que ainda precisava fazer, de sua antiga
amiga que a muito tempo desenhara seu traje de campeã, de si própria e erguendo
a visão, firmando suas mãos geladas na mesa e encarando o ódio nos olhos de
Valerie frente a frente, não fraquejou e então disse:
“Você tem razão! Não posso simplesmente pedir
desculpas como se tivesse feito muito para ajuda-la, porém, quero fazer algo
que me permita ser merecedora das suas desculpas algum dia e ai sim me
desculpar por tudo o que fiz!” Respirando fundo e observando para ver se a atenção
de Valerie ainda estava em si, a campeã continuou.
“Não a tratarei de modo inferior se é assim que deseja
ser vista, eu preciso de ajuda! Suponho que já deva ter visto os tremores em
Kalos, como está afetando a região, pessoas estão desabrigadas, pokemons estão
tendo seus biomas depredados, estou tentando garantir o melhor para todos, mas
esta ficando insustentável! Preciso que utilize seus poderes e tente achar uma
previsão que nos dê uma pista do que esta acontecendo, mas sei que tem suas próprias
tarefas e obrigações, que não é seu dever cuidar da região nessa proporção para
o que esta além da sua cidade, portanto solicito uma batalha com a Líder de
Ginásio Valerie, onde a vitória me dará um pouco da sua colaboração e caso eu
perca, a deixarei em paz” Concluiu Diantha ainda olhando nos olhos de sua
antiga amiga que parecia procurar um mísero fraquejar na mulher.
Vendo o ódio revolto em seus olhos tornar-se uma fúria
contida, Valerie pareceu enxergar os biscoitos no chão, se ver de volta naquela
situação, e com um suspiro assentiu.
“Tudo bem, eu aceito, faremos um 3x3 valendo o que
você quer, aguarde no campo de batalha, eu limparei a cozinha e já a encontro!”
Concluiu a líder de ginásio.
Ária – Tá motivada?
Serena – Não ironicamente senti tanto ódio que eu até
fiquei! Tive de comprar uma picareta e uma enxada porque como sou servidora
temporária eles não se responsabilizam, mas onde eu vou colocar isso quando
terminar???
Ária – Menina é só você vender em qualquer site
especializado em produtos de Jotho, a Jasmine continua raptando mineradores de
outras regiões pra baratear a produção, mas falta material pra eles
trabalharem!.
Serena – Obrigada mana, você é luz, aliás já chegaram
em Termarian City? E cadê a Astrid?!
Ária – Ela ta aqui, continua loira, não esta tão feia
e ta viva graças a Arceus, todo dia eu mando ela fazer uma oração e oferecer
pra qualquer um menos pra Giratina, mas ela ainda não decidiu um mistério pra
ela, é herege essa menina.
Serena – Coitada, mas logo Arceus toca no coração dela
e ela toma jeito, mas e a cidade mulher?
Ária – Menina devo demorar ainda uns dois dias pra
chegar lá, atravessar o deserto de Coumarine não é fácil sabia? Ta calor viu?
Serena – Okay, menina cheguei aqui, vou ter que ir.
Ária – Cuidado mulher, e pelo amor do mistério Fire!
Não assine nenhuma prancheta que te oferecem, você pode vender sua alma pra
Jasmine sem saber!
Chegando em Cyllage, por sentir pena e compaixão por
ela, Anisa a ajudara pagando seu táxi até a cidade, Serena ainda não tinha boas
recordações da cidade devido a sua última visita onde quase morrera e
questionara sua existência, ao menos hoje iria explorar uma parte oposta da
caverna em relação a outra vez que estivera ali.
Saira do táxi de frente a uma parte gramada que, em
uma descida, dava acesso a uma cabana próxima a entrada da caverna onde os
mineradores trabalhavam, sendo o ponto de encontro dos trabalhores.
Utilizando seu uniforme com galochas maiores que seu
número, um macacão num tom horroroso de marrom assemelhando-se a lama, o cabelo
amarrado em um coque e um colete com tarjas laranjas onde estava escrito:
CUIDADO! SOU TEMPORÁRIA!
Podia estar gravando seus vídeos, mas agora estava ali
carregando uma sacola de mercado, uma vez que nenhuma das suas bolsas cabia uma
enxada e uma picareta, trazendo as ferramentas e torcendo para que ninguém a
visse em mais um dos estados deploráveis de sua vida.
De repente, uma limousine parou logo atrás da garota,
onde mordomos abriam a porta e dela saia ninguém mais ninguém menos que Mimi a
Purista, trajando o mesmo uniforme que Serena, com exceção de pedras de
diamantes colocados em pontos especificos da roupa para que brilhasse com o sol
e deixasse um cintilar contrastando com o tom escuro de lama e em seu colete
estava escrito: SOU MIMI A PURISTA.
“Obrigado Butler! Minhas ferramentas estão ai como
manda Arceus?” Perguntou Mimi.
“Sim senhora, todas os 25 que os seus pais compraram,
a propósito me chamo Romeo lembra” O Butler falou.
“Por favor, isso é coisa de Arceus? Essas ideias do
mundo de Giratina o estão afetando também?! Onde já se viu Butler ter nome,
como se fossem pessoas normais?! Peça desculpas, Arceus não gostará disso, ele
os criou para serem uma propriedade!” Mimi o lembrou e o homem se desculpou
pegando seu texto do mistério Fairy.
“Oh, a plebe, olá! Me lembro de você de algum
lugar...tenho certeza que foi em alguma ação da igreja para expulsar demônios
de pessoas carentes!” Mimi disse dirigindo-se a Serena.
“Prazer eu sou a Serena, e nos conhecemos a algum tempo
no showcase de Aquacorde, como você esta?” A menina perguntou decidindo
ignorar.
“Oh sim! Agora me lembro, estou motivada graças a
Arceus! Ganhei minha primeira chave semana passada, me restam só mais duas,
também esta aqui pelo trabalho voluntário?” Perguntou a evangélica.
“Infelizmente, bem vamos logo, meu maior medo é termos
de me expor no poketube pra fazer trend, bater ponto, metas e me adaptar a
cultura de uma empresa milionária que vai nos demitir sem nem pensar assim que
fizermos uma pausa pra tomarmos um Moomoo Milk” Comentou Serena enquanto andava
ao lado da garota e seu Butler.
“Mas isso é coisa de Arceus? Ontem o ministro da
igreja estava lendo as sagradas escrituras e descobriram o Moomoo Milk como
coisa de Giratina, já que se ela que é o mal encarnado pode se curar bebendo
isso, você já imagina que tipo de heresia tem dentro dessas coisas” Mimi
argumentou preocupada ao lembrar que tomara dois goles da bebida a algum tempo,
torcendo para que as impurezas tivessem sido levadas pelo altíssimo.
A cabana na descida possuía um aspecto simples, pouco
espaçosa, com as tábuas de madeira sendo afetadas pela ação do tempo
apresentando diferença em sua coloração caso olhasse para o final das vigas em
relação ao começo possuindo uma coloração mais vibrante, bateram na porta, que
foi aberta revelando o interior da casa.
"Butler, você fica aqui fora, aqui diz para entrar na cabana apenas com o essencial" Disse Mimi ao homem.
"Claro, senhorita!" Respondeu prontamente.
Havia cerca de quatro cômodos, um pequeno corredor que
levava ao primeiro cômodo sendo um balcão com algumas cadeiras que parecia ser
utilizado para reuniões e explicações, uma sala de descanso com máquina de café,
água e mesas maiores, um local com armários para os mineradores colocarem seus
pertences e a cozinha ao final, notando que a cabana estava quase vazia, apenas
uma ou duas pessoas nas salas de descanso, as garotas resolveram tirar
satisfação com o que parecia ser o chefe do local.
“Com licença, estamos aqui para o trabalho que nos foi
solicitado, eu sou a Serena e ela é a...Mimi! Você esta prestando atenção?”
Questionou a garota que estava prestando atenção em um programa de TV onde
Melody realizava algo.
“Olá eu me chamo Ulices e...”.
“Será que da para vocês ficarem quietos em nome de
Arceus, eu estou tentando assistir a televisão aqui!” Protestou a garota
apontando para o eletrodoméstico ao lado do homem.
Tratava-se de um programa ao vivo chamado Performe-24
Horas! Patrocinado pelo própria industria do entretenimento que realizava os
showcases, onde costumavam chamar performers para falar sobre seus costumes,
curiosidades ou mostrar rotinas, todos os dias um performer novo era chamado e
ao que tudo indica Melody se tratava do rotina da vez.
“Então galera! Vocês me conhecem né?! Sou a Melody e
hoje vim contar para vocês algo incrível que aconteceu no meu dia! É o
seguinte, a Paldetour a empresa responsável pela promoção do setor turístico de
Paldea realizou uma campanha para promover a região, pois estava muito flopada
tadinha e advinhem só?! Eles enviaram cerca de 100 pokemons nativos de paldea
pelo correio e qualquer um pode receber!” Melody comentou empolgada captando a
atenção dos três que pararam para assisti-la.
“Porém nem tudo são flores, para além dos funcionários
terem entendido errado e ser considerado uma prática antiética, a Paldetour
barrou quase todos os 100 pokemons de serem exportados, mas pelo menos uns 15
pokemons vazaram e é! É isso mesmo que vocês pensaram, eu recebi uma caixinha e
agora eu vou fazer um unboxing!” Animada a performer mostrava a caixa de vários
ângulos, continha um selo representando uma moto e ao lado um selo de bloqueio
da sociedade ambiental de proteção pokemon de paldea que Melody analisava,
sendo muito feio em sua opinião.
“E olha só, você aperta esse botão, e ela vem assim
olha, tem esse acabamento incrível inspirado nas texturas dos pântanos de
paldea, ui será que é o bioma que esse pokemon costuma viver?! Duvido que a
granbull da Seraphine tenha letramento o suficiente pra reconhecer isso!” A
menina comentava apertando o botão da caixa que abria, demonstrando um
acolchoado nas cores de um lago onde acoplava uma pokebola e ao redor das
marcações estavam gramíneas típicas de pântamos pintadas a mão.
“Um manual de 10 preceitos para treinar um eletric
type como se eu precisasse ser esperta pra usar volt switch e ganhar a batalha
só por tirar a paciência dos outros! E ui acho que veio um bilhete de
agradecimento, que fofo! Vamos ler: A Sociedade Ambiental de Proteção Pokemon
de Paldea indica que aquele que receber e abrir esta caixa esta sujeito a um
processo judicial por crimes ecológicos realizado por audiência no tribunal
mais próximo de sua região! Bom, passadas as formalidades vamos ver então que
bicho sera que é!” Tirando a pokebola da caixa a menina apertou o botão central
liberando um sapo esverdeado, no centro de sua barriga um dispositivo circular
em sua barriga que produzia eletricidade.
“Diz aqui na internet que se chama Bellibolt! Meu deus
que fofo, já estou apaixonada, muito obrigada Paldetour por esse mimo! Dá oi
pra câmera Bellibolt, em breve, podem ir na minha conta do poketubers que vou
contar jajá uma rotina detalhada de como cuidar do seu Bellibolt mesmo que eu
ainda não saiba!” Comentou a garota sorrindo e dando um tchauzinho para a
câmera enquanto Bellibolt tentava compreender o que havia ocorrido, lembrava-se
de estar dormindo perto de um pântano, sentir uma vertigem repentina e agora
estava ali com muita eletricidade ao seu redor em frente aquela garota, mas ao
invés de surtar, preferiu aceitar a derrota e acenou com um sorriso.
“Ahem! Vocês são as novas temporárias não é?! Mimi a
purista eu conheço, a sua benção” Pediu o homem.
“Que Arceus o tenha!” Respondeu a garota o saudando com a mão.
“...você quem é mesmo?” Perguntou o homem conferindo
numa prancheta.
“Sou a Serena, eu acabei de falar...” Resmungou a funcionária
do centro pokemon.
“É que gente irrelevante, é bom conferir duas vezes
para não ter perigo...então, vocês duas começam pela Rota 7, somos
terceirizados por uma empresa e fornecemos minerais para confecção de produtos,
para esse mês queremos encontrar nuggets e shiny stones nessa caverna, tem um
formulário ali explicando todo o processo, precisam bater a meta de hoje e trazer
ao menos 30 de cada!” Comentou o homem ao explicar-lhes o trabalho.
“Tudo bem que eu estou aqui a serviço da igreja e
Arceus nos disse para não questionar os métodos, mas porque só tem nós duas?
Não deveriamos ter ajuda?!” Perguntou Mimi desconfiada.
“Bom vocês quem estão aqui como trabalhadoras
voluntárias, o que significa trabalho de graça, ou seja, porque os mineradores
iriam querer trabalhar quando tem vocês para fazer de graça hoje? É um dia de
folga!” Explicou Ulices como se fosse óbvio.
“Mas nós
literalmente acabamos de chegar! Nós não sabemos como funciona o processo de
extração de um minério!” Serena protestou irritada.
“E vocês acham que eu sabia quando eu cheguei aqui?!
Vocês acham que não passei quase um mês para aprender? Minhas mãos ficaram
machucadas, acordei cedo, eu trabalhei e mesmo assim não morri, então não sou
obrigado a ajudar vocês porque o sistema, minha querida, não favorece ninguém!”
Bradou o homem.
“Mas eu não tenho culpa que...” Começaria a garota
sendo interrompida pela seguidora de Arceus.
“Nossa, mas esse fecho matou ela viu” Mimi comentou
batendo palmas.
“Gostou? Eu andei praticando esses dias veio um
reclamar sobre consciência de classe, RÁ! Se ele soubesse que outro dia peguei
ele e a safada da Bernarda compactuando pra me tirar da liderança! Agora parem
de me atrapalhar que quanto antes vocês começarem mais cedo vocês vão embora
daqui! Circulando, circulando!” Comentou o homem retirando um jornal do balcão
e continuando a ler.
“Qual o seu problema? Poderia ter me ajudado a
convence-lo, como vamos fazer o trabalho se nem sabemos fazer!” Serena comentou
irritada.
“Isso é coisa de Arceus? A igreja diz para não
questionar os superiores a longo prazo, não posso desrespeitar o altíssimo como
meus pais me ensinaram! A propósito você sabe ler?” Mimi a respondeu prontamente
entregando um dos formulários que explicava sobre o processo de extração.
“Eu acho bom você rezar bastante pra Arceus nos ajudar
essa tarde!”.
A rota 7 abrigava uma caverna que conectava-se a
caverna da rota 8, ao entrar pela abertura marcada pelo inicio desta rota, era
possível tomar um caminho, descendo pelo caminho aberto artificialmente até uma
jazida de minerais, onde era possível realizar a extração do material
utilizando o procedimento correto, entretanto, ao chegar a esse local a jazida
de minerios ia de encontro aos locais de moradia de diversos pokemons rock
type.
Mais a fundo da caverna, era possível encontrar uma
gruta bastante extensa, onde diversos pokemons rock type viviam: Gravelers,
Boldore’s, Nosepass e Onix, focando neste último, a espécie de serpentes de
pedra eram conhecidas por seus hábitos de organização em grupo durante a noite
ou para proteger seu território, mas apesar disso seus comportamentos durante o
dia apresentavam um carater bastante individualista.
Neste momento, um Onix remexia o corpo animado
enquanto dirigia-se até um cômodo escavado por ele mesmo, cantarolava algumas
músicas da Allexya Lyanra, pois havia ouvido algumas vezes na superfície de um
rádio dos mineradores, em sua cauda enrolada segurava algumas pedras de
diferentes formatos as quais dispos numa bancada também ornamentada em pedra.
Uma fresta de luz entrava por um pequeno buraco sendo
o suficiente para iluminar todo o local, pendurado na parede estava um espelho
que conseguira de um dos mineradores.
“Onix On! Onix
Ooonix! Onix!” (Finalmente tive coragem de
chama-la para sair! Preciso estar bonito e preciso me superar! Ela vai me achar
lindo!”).
Erguendo sua cauda, a serpente pegou uma das pedras
que possuía sua superficie lisa e bastante delicada, a mergulhou num jarro
contendo sedimentos de pedras que deterioram-se a bastante tempo, em seguida,
passou o objeto no rosto como um pincél incrementando o pó a coloração do seu
rosto como se passasse uma base, atribuindo o tom mais escuro dos sendimentos
ao seu rosto lhe dando uma aparência mais robusta.
Pegou dessa vez uma pedra esculpida com um formato
pontiguado, dava pequenas mergulhadas em um jarro com areia mais clara, levando
a pedra ao rosto desenhava um contorno ao redor dos olhos atribuindo a eles um
formato mais circular, ao pensar na Graveler que amava, o amor assumia uma
forma circular em seu interior e dessa forma seguiu contornando.
Desenhava esferas que saiam do delineado do seu olho pequenas,
chegando ao fim da sua face em desenhos maiores que faziam parecer como se
estivesse saindo brilhos dos olhos, representando o quanto seu olhar estava
apaixonado, voltando a pedra lisa, ele passou um pó mais avermelhado
contornando o formato do seu rosto e voltando a adicionar detalhes em sua
feição empolgando-se ao máximo até finalizar com um pó esbranquiçado para
iluminar seu rosto e as primeiras pedras do seu corpo de serpente.
Olhando-se no espelho para ver o resultado final, então concluiu: estava fabuloso!
Prostou-se em uma parte da caverna onde as paredes
eram mais amplas, havia uma espécie de paredão e ao lado uma abertura escavada
pelos próprios pokemons para que pudessem sair mais livremente daquele local
para conseguir comida e aproveitar do sol, mas para Onix a vista dava uma visão
do intermédio da rota 7 e 8, mostrando um tanto da vegetação do local, flores e
casinhas construidas pelos humanos, uma vista que ele adoraria compartilhar com
sua amada.
Lembrava-se de quando vira Graveler pela primeira vez,
estava atrás de uma pedra sedimentada a mais ou menos 50 anos para comer na
virada do ano com sua familia e curiosamente ela também, foi amor a primeira
vista! Os dois logo passaram a se encontrar com frequência onde conversavam
sobre seus gostos e o mundo, e hoje, finalmente a chamara para sair.
“Grave-Graveler?” (Oi e...o que é isso que você tem no
rosto? Alguém te sacaneou no caminho?!) Comentou a graveler após chegar
rolando, o lançando um olhar com a sobrancelha erguida.
“Onix Oni On On Onix On!”(O que você quer dizer?) Perguntou a serpente sem entender.
“Ler Grave, Grave-gra Graveler Gra!”(Isso ai no seu
rosto...esta horrível! Todas essas esferas ridiculas no seu olho parece doença,
meu deus! Vem deixa eu tirar para continuarmos o encontro!). A pokemon de pedra
comentou erguendo um dos braços em direção a Onix.
A serpente recebeu os comentários e quase não
conseguiu ter reação, era a primeira vez que mostrava sua arrumação em uma
situação tão importante, porém desviou-se de súbito quando a mão de Graveler
quase apagara uma das esferas que havia traçado com tanto cuidado.
“Onix On!” (Não se atreva a apagar...e-eu...eu...fui
eu quem fez! Eu sempre gostei de mudar algumas coisas na minha aparência para
me sentir diferente, quando eu aparecia com a pele mais clara ou escura, você
dizia que gostava, hoje decidi mostrar tudo o que eu posso fazer! Você não
gostou?) Onix perguntou com alguma dor em sua voz.
“Graveler-ler”(Quando você aparecia uma vez ou outra,
eu conseguia achar legal, porque pensei que estava assim por conta de uma pedra
que havia comido ou uma parte da caverna que os Onix costumam escavar sabe, de
uma forma legal!...mas isso...isso é demais! É um exagero! Eu não posso ser
vista com alguém como você...então ou você tira isso ou não poderemos sair!).
Graveler explicou desviando o olhar dele, e quando voltou fez com que a
serpente sentisse um nó no estômago.
A pokemon de pedra não o olhava com raiva, mas com
pena pelo modo como Onix resolvera expressar sua individualidade de uma forma a
qual ela julgava ridicula e que, apesar de gostar do pokemon serpente, não ia de
encontro ao que ela esperava.
“Nix Onix Nix Onix!”(Mas você disse que gostava de mim
também! Eu...nós não podemos nem tentar, eu passei horas me arrumando só para
encontrar você...isso é tudo que eu sou!) Choramingou o pokemon, seus olhos
ficando marejados, tentando não chorar para não causar manchas aos desenhos em
seu rosto.
“Graveler Grave Graveler!”(Me desculpe Onix, mas se
você fosse normal como os outros Onix, eu sairia com você, mas desse jeito
eu...eu realmente não posso ficar com você). A pokemon finalizou fechando-se
num globo e indo para longe.
Onix não podia acreditar no que havia acontecido,
lembrava-se de mirar-se no espelho minutos atrás sentindo-se o pokemon mais
sortudo do mundo, feliz tanto pelo encontro, quanto por ter feito tudo o que seu
coração lhe permitiu, agora sentia-se errado, como senão pertencesse mais a
lugar algum, senão agia como os outros Onix então como agia? Porque gostava
tanto de pintar o rosto? Maldito dia em que descobrira que podia fazer isso!
“Onix On Onix On!”(Eu bem que falei que essa mania
dele se pintar não era normal! Ainda bem que eu estava certa!) Uma outra Onix
comentava em meio a vários outros que haviam vindo espionar o encontro.
“Onix On Onix!” (Eu ganhei! Falei que o encontro não
ia durar nem 5 minutos no bolão e fui o único que acertou, quero minhas pedras
na minha mesa agora!) O outro falava.
O esforço que a serpente fazia para chorar cessou e
não conseguira mais segurar, os comentários o atingiam e seu corpo feito de
pedra não ajudava a reter o impacto, as lágrimas surgiram de seus olhos e ao
cair doiam contra sua própria pele e manchavam o trabalho que fizera por horas.
Era errado o que fazia?
Mas nunca machucara ninguém? Era mesmo tão ruim assim?
As perguntas o faziam querer se encolher, querer desaparecer...e com esse pensamento a serpente se afastou o máximo possível do centro da gruta indo em direção a saída pelo caminho mais longo.
A caverna estava silenciosa, as paredes do local eram
grossas e permitiam pouca chegada de luz natural, para isto havia diversos
focos de iluminação artifical, provavelmente feita por mineradores.
Serena observava uma pedra recordando do que lera nos
folhetos: pedras avermelhadas provavelmente continham Sun Stone em seu
interior, uma pedra em formato de sol com cores alaranjadas provavelmente pela
influência dos Solrock encontrados nessa localidade que alteravam as
composições dos minerais com sua influência psíquica, era necessário quebra-las
com um golpe de cima para baixo para que rachasse com um só golpe, caso
contrário poderia danificar a pedra evolutiva no interior e ela não serviria
mais ao seu propósito.
Pegou sua picareta, flexionou os joelhos, cerrou as
sobrancelhas, enquanto contraia os lábios e de uma só vez desceu a ferramenta
pronta para dar o golpe quando...
“AAAAAAH! Menina você sabia que o Kiawe e o Ekko
fizeram um feat? Ao que tudo indica ele incluiu o Kiawe em uma performance da
sua era! Fizeram uma apresentação inspirada nos tempos que os dois se sentiam
felizes, apesar de muita gente ter duvidado se é possível mesmo ser feliz em
Alola, porque você sabe né viver só com a natureza nos dá tem seus limites, e
não acho que seja coisa de Arceus, mas pelo menos ele vai ter público pro
próximo showcase” Especulava a gospel enquanto conferia as noticias em seu
celular.
Devido ao grito de Mimi, a aspirante a famosa
desconcentrou-se acertando um golpe na lateral da pedra, a rachando em quatro
pedaços e ao abrir-se revelou a Sun Stone em seu interior rachada, suspirando a
garota decidiu ir em direção ao próximo minério.
Agora, estavam diante de uma área onde o chão possuía
um aspecto mais terroso em relação ao chão compacto do restante da caverna,
isso porque muito provavelmente Digletts e Drilbur passavam por ali afofando a
areia em suas escavações e locomoções, e seu constante remexer na terra gerava
concentrações de sedimentos que logo mais tornavam-se em pedras com aspecto
semelhante a pérolas devido ao brilho.
Mimi encarava a
tumbas de areia, segurava uma pá, utilizava luvas de plásticos decoradas com o
mistério ground, um capacete, botas, e possuía um saquinho de vômito, afinal
nunca se sabe quando realmente vai precisar de um.
Erguendo a pá, a garota observava a terra com certo temor.
“Olha sempre que eu ouvi falar em trabalho voluntário
eu não imaginava que a igreja realmente trabalhava sabe?...eu acho que só minha
presença já é o suficiente para abençoar...” Mimi comentou enterrando a pá na
areia e retirando um bocado de terra, um Diglett surgiu da terra curioso
espirrando terra em sua roupa.
“Ai! Ta repreendido em nome de Arceus, eu não vou mais
fazer nada disso!” Gritou a menina começando a correr.
“Você vai fazer sim! Anda nós duas temos que fazer!”
Serena comentava a segurando pela gola da camisa, enquanto a evangélica tentava
correr em vão.
“Enviada do inimigo! Você com certeza não vai pro céu”
Berrou a menina sendo arrastada por Serena de volta ao trabalho.
“Menina a Ketlin foi fazer ultrassom do filho dela e
você não vai acreditar! Ele esta vivo! Isso mesmo! Depois dela continuar agindo
como se fosse uma pessoa normal e não uma grávida eu jurei que essa criança não
ia durar, e esta todo mundo comentando no twitter que ela escolheu não saber o
sexo do bebê até a revelação, ela nem conversou com Arceus pra saber se era
certo...” Mimi comentava as noticias para passar o tempo.
Enquanto isso Serena perguntava-se onde sua vida deu
errado para passar por tanto humilhação, com uma luva, apoiava-se na beira do
buraco que havia aberto na tumba de areia tentando alcançar o fundo, pois nele estava
localizado um nugget e eles eram frágeis segundo o formulário.
“Serena você não vai acreditar! 50 fieis da Irmandade
de Arceus se desvincularam da Igreja, mas todo mundo só quer saber de uma menina
loira e branca que sumiu em Alola, da pra acreditar?!” Mimi perguntou cutucando
a aspirante a famosa, que sem querer desequilibrou-se caindo no buraco, mas
conseguindo salvar a nugget a tempo.
“Perdoe-me, já dizia Arceus: eles não sabem o que
fazem!”.
“Eu não vou conseguir! Eu não vou conseguiiiir!”
Desesperava-se a garota evangélica.
“Você esta indo bem, levante a picareta só mais um
pouco e mantenha nessa posição!” Serena a incentivava.
Mimi diante de uma pedra, preparava-se levando a
ferramenta ao alto, suas mãos tremiam pelo esforço, mas manteve a concentração
para encontrar o ângulo certo, fechou um dos olhos enquanto observava apenas o
mineral a sua frente.
“Agora dê o golpe!”.
Sentindo algo sair de dentro de si e passar para fora
através daquele gesto, Mimi desceu a picareta com toda a força que possuía
acertando um golpe certeiro no meio da rocha, o impacto fez soar um estalo,
revelando a pedra partida ao meio, as duas bandas revelaram um mineral em
formato de sol que ao entrar em contato com o ar brilhou em resposta, mostrando
que estava em ótimo estado.
“Senhor o que foi isso?! Eu fiz isso?!” Perguntou-se a
garota.
“Você conseguiu! Meu deus, faltam só mais de 25 dessas
ainda...” Comentou a garota animada e em seguida constatando a realidade da vida.
“Olha e não é que vocês camponeses são mesmo
inclinados para o trabalho?! Arceus deve ter me guiado, pois nunca me imaginei
ser capaz de algo desse tipo” Mimi comentou enquanto a funcionária do centro
pokemon tentava decifrar se era um elogio ou uma crítica.
Fazendo um pequeno intervalo para que ambas pudessem
descansar e voltar para mais uma sessão de trabalho, Serena tentou resistir a
ideia, mas puxou o celular do bolso, este respondeu com um brilho enquanto ela
dedilhava por ele clicando no aplicativo, em busca do número de seguidores em
seu poketube: havia perdido um seguidor e agora eram 2999.
A constatação a irritou, odiava o pensamento frequente
em sua mente em que estava se esforçando tanto e parecia não chegar em lugar
algum.
Olhando por cima do ombro podia ver Mimi atrás de si tateando
uma pedra enorme como se certificasse que era seguro, aquela garota já era
performer e havia conseguido inclusive uma chave e estava a ponto de ser
conhecida por toda a região, a algum tempo ambas estavam nos mesmos lugares, no
mesmo palco e por conta de um acidente que lhe tirara Espurr, também perdera
todos os seguidores que ganhara e...
“Preciso me acalmar...é dificil...essa sensação é como
se algo estivesse me sufocando, mas se seguir por esse caminho não vou chegar a
lugar algum” A garota pensava consigo mesma, e com dificuldade, desligou a tela
do aparelho o guardando no bolso.
Mimi após expanar a maior quantidade de poeira que
conseguiu com seu espanador portátil, uma das 25 ferramentas que trouxera consigo,
ungido pela igreja para afastar a mais diabólica das sujeiras, sentou-se sobre
a pedra tirando um cantil de água com estampa do mistério dragon com textura de
escamas nas laterais para garantir uma boa fixação na mão e o destampando para
começar a beber, porém gotículas do líquido escapavam da tampa e caiam por
sobre a pedra.
A garota sentiu um tremor seguido um grito de dor:
“GRAAAAAAAAA!”.
“Sangue de Arceus tem poder! Vai tirando todo o mal
meu senhor!” A menina levantou num pulo do objeto sem entender o que acontecia.
“O que foi isso?!” Serena perguntou chegando perto da
garota e ambas observaram a pedra mostrar pernas e braços revelando ser na
verdade um Graveler que as olhou irritado, alguns hematomas surgiram no local
onde as gotículas o machucaram.
“GRAVE! GRAVE! GRAVE!” Rugiu o pokemon incômodado.
“Olha, você me desculpe, mas pra ter doído tanto assim
só da água do altíssimo ter tocado na sua pele deve ser porque os seus pecados
realmente não devem ser poucos e...” Começou a purista irritando ainda mais o
pokemon.
“Mimi, por favor! Pera o que é isso?!” Serena
perguntou-se enquanto a caverna parecia tremer abaixo dos seus pés, ao erguer o
olhar para a frente constataram uma terrível visão:
Cerca de outros 5 Gravelers fecharam os braços ao
redor de seus corpos os dando o formato de pedras arredondatas que rolavam como
se caíssem de um desfiladeiro em direção as duas garotas, os rugidos não eram
apenas de ódio, mas um chamado e então os seis pokemons projetaram-se em
direção a elas.
“Corre, Mimi, corre!” Serena gritou desatando a correr
e sem tempo de pegar suas pokebolas.
“Pai, não estou entendendo os designos do seu caminho!
Eu sempre fui uma filha tão boa!” Lamentou-se a purista correndo junto da
garota.
“Meu deus, eu trabalhei tanto, não posso acabar assim!
Tem que ter uma passagem!” Serena comentava para si mesma tentando olhar algo
que funcionasse.
“Que outro barulho é esse?!” Mimi perguntou a tirando de seu transe.
A medida em que corriam dos gravelers, pareciam ir de
encontro a um outro tremor que vinha na direção delas, foi quando deram de
encontro com um Onix que parecia desesperado arrastando-se com pressa pela
caverna em direção a frente sem se preocupar com nada além do que as coisas que
estavam a sua frente, porém assim que se deu conta de que bateria contra as
duas interrompeu seu avançar.
“Onix, On?” A serpente
perguntava com uma voz melancólica, o que surpreendeu a funcionária do centro
pokemon que observou uma espécie de desenho deformado no rosto do pokemon que
parecia ter sido manchado por água.
“Meu deus, estamos encurraladas! Eles vão matar a gente!” Mimi comentava com seu tom de voz subindo a cada palavra a medida que o barulho dos pokemons pedra ficava mais alto conforme se aproximavam.
Os Gravelers todos pararam de girar ao verem-se diante
do Onix, com os iniciando barulhos que se assemelhavam a risada conforme
apontavam para o rosto da serpente de pedra que se encolhia tentando
desaparecer por trás das garotas sem sucesso.
“Ler Ler Graveler Gra?”
Perguntava o graveler machucado por Mimi sem entender o motivo dos risos.
“Graveler Gra Grave Gra Gra
Gra Gra!” Explicava um dos pokemons a situação, a fofoca sobre o Onix maquiado
que tomara um fora já tomava conta de toda a caverna e os seis pokemons
passaram a zombar do pokemon de pedra que sentia ainda mais vontade de
desaparecer fechando os olhos para não ter de encarar aquilo.
Serena não conseguia entender totalmente o que estava acontecendo, mas ao perceber os Gravelers sorrirem enquanto apontavam para Onix como se ele fosse apenas um tipo de piada sem se importar o mínimo em como ele se sentia, a cada olhar e a cada risada a expressão do pokemon tornava-se mais e mais temerosa enquanto ele se encolhia em torno de si mesmo desconfortável, soube que precisava agir.
“Vamos, Mimi, precisamos agir agora que estão
distraídos vamos espantá-los!” Disse pegando uma pokebola.
“Ai me perdoe, hoje não posso! Não peguei permissão
com o altíssimo para utilizar pokemons hoje, posso realizar apenas serviços,
meus pais me ensinaram que não posso lutar por coisas do mundo!” A garota
comentava erguendo as mãos em um símbolo de defesa.
“Mas, olhe ele esta claramente sofrendo...esses Gravelers, não sei o que estão dizendo, mas não podemos deixar que o ataquem sem mais nem menos! Podemos espantá-los!” Insistiu a funcionária do centro pokemon.
“E-Eu...eu não posso...a igreja deixa bem claro! Não
sou eu que devo lutar pelas questões existentes no mundo, para isso temos
Arceus sabe, se esse Onix esta sofrendo, do que me importa? Ele vai superar
essas coisas sozinho é só chamar pelo salvador que ele virá e...” Mimi começou
com suas palavras deixando a aspirante a famosa incrédula
.“Entendo que a religião exista para imprimir
esperança, mas do que adianta perserverar por tanta esperança se não serve para
tomar alguma atitude?! Mas, tudo certo! Eu vou resolver isso sozinha!” A menina
gritou erguendo a pokebola e com um giro atirou a esfera que libertou Mawile.
“Iron Head!”.
Caindo dos ares, a pokemon ergueu os bracinhos os balançando
e acumulando faíscas metálicas ao redor de seu corpo dando vida a um míssil
prateado que disparou acertando contra um dos Gravelers que teve sua risada
interrompida e sendo atirado contra uma parede inconsciente.
Os outros logo fecharam suas expressões iniciando sua
ofensiva contra a garota e sua fada, dois deles fizeram seus corpos rochosos
brilharem erguendo as mãos para o alto convocaram um comboio de pedras
acumuladas de sedimentos amarelados a atirando em cascata na direção da pokemon
que voltava ao chão obversando o ataque ir contra si.
“Por favor use Fairy Wind e afaste as pedras!”
Comandou Serena batendo a mão rente ao quadril enquanto desviava de algumas das
pedras atiradas contra ela.
Mawile saltou em meio as pedras e ergueu sua bocarra
para cima, esta se abriu e num movimento de inspiração trouxe a poeira
existente na caverna para circundar ao seu entorno, a imbuindo de um pulso de
vento que transformou a terra do local em pó mágico, envolvendo tudo com uma
ventania mágica que embalava as rochas lançadas em sua direção contra o ritmo
de conjuração de seus invocadores e os atirava para longe das garotas e de
Onix.
“Como ela pôde! Como ela ousa! E o pior porque eu não
respondi nada?! Eu sou Mimi a purista, eu sou...!” Pensou assustada quando uma
das pedras rumou em sua direção, mas Serena a puxou tirando-a do caminho
conforme Mawile pousava novamente no chão.
“Flash Cannon!” Comandou apontando o indicador para os
dois Gravelers que se recuperavam do movimento.
Pousando no solo, após o movimento, Mawile cerrou os
olhos travando sua visão nos dois oponente, erguendo os dois braços sacudiu sua
cabeça como se tivesse um rabo de cavalo mantendo sua bocarra por cima do
ombro, começou a concentrar partículas de poder no apêndice em sua cabeça, mas
outro dos Gravelers investiu fortificando seu corpo e iniciando um rompante contra
a fada, esta desviou por pouco projetando-se para a esquerda.
“Mawile I-Iron...” Sem tempo o suficiente para finalizar
seu comando, Serena viu quando outro dos Gravelers batia com suas mãos sobre a
terra enviando impactos sísmicos bem onde a metálica pararia, onde a
convergência dos abalos culminou numa explosão ao atingir a pokemon que foi jogada
contra o chão com grandes danos.
“MAWILE! V-Você esta bem?! Certo, precisamos nos
concentrar, levante-se e avance com Iron
Head!” Comandou tentando não perder a compostura, com a pokemon sorrindo para
sua treinadora ao sentir sua confiança.
Observando o embate de Serena, Mimi queria poder
evitar aquela sensação, como já fizera diversas outras vezes, mas dessa vez um
formigamento surgiu por entre em suas mãos, conforme ela as cerrou conseguia
lembrar: a sensação de destruir aquela pedra.
O fizera com as instruções de Serena, era algo inútil
e idiota afinal quantas pessoas eram capazes de destruir uma pedra em seus dias
se tentassem? Não era preciso se pensar muito, mas era justamente essa a
questão: qual fora a última vez que fizera algo por si mesma ao invés de ter a
necessidade de agradar Arceus diretamente?
“Mimi, você faz parte da elite da igreja, minha filha,
o pastor confia em nós e Arceus nos ama, é importante que a nossa vontade
esteja sempre a serviço dele! Você não pode decepciona-lo!” Dizia a sua
mãe em uma de suas lembranças.
“Viu a filha daquele sujeito Mimi? Ela não tem Arceus
no coração, como pode ter errado as escrituras três vezes seguidas e não! Não é
errado falar dos outros, nós somos corretos, estamos todos os dias a serviço de
Arceus!” O pai comentava consigo durante um culto.
“Mimi, você não teve culpa! Aquela mulher deve ter
entendido errado, você jamais sabotaria alguém para vencer a gincana, somos
servos de Arceus e nós não fazemos isso!” A mãe a defendera diante do pastor da
igreja, quando ela sabia da verdade: era sua culpa, mas estava a serviço de
Arceus todos os dias, que mal faria?Aquela garota não se dedicava tanto quanto
ela.
“Quer ser performer?! Isso é ótimo! Podemos aproveitar
e divulgar a igreja, não imagina? Performer Mimi a Purista, já consigo até ver
os cartazes! As camisas, os incensos ainda mais vendidos, todos com placas de
Arceus, Os folhetos dos mistérios ainda mais procurados e os cultos vão ficar
ainda maiores! Todos conhecerão o milagre de Arceus!” A mãe comentava.
“Criar uma imagem?! Não seja tola, você já tem uma
imagem, a igreja lhe dará suporte com toda a certeza, você progredirá de acordo
com a vontade do próprio Arceus, lembre-se sempre disso!” Comentou o pai.
Ela sabia de seus erros, todas as vezes que suas
palavras iam de encontro a algo que parecia errado, os ensinamentos dos pais
lhe viam a cabeça, como que para conforta-la.
Sabia de todas as vezes em que ignorou seus
sentimentos em propósito de seguir a vontade de Arceus sabendo que as coisas
apenas piorariam dentro de si.
As vezes em que ignorava o sofrimento ao seu redor,
passava reto por pessoas queridas e amigos precisando de ajuda pois qualquer
coisa ruim significava apenas uma coisa: uma punição e os sentenciados deveriam
ter apenas um dever: rezar.
Mas e pelo que estava sendo punida quando sentia-se
tão solitária em seu quarto, após um dia inteiro de serviço a igreja? Isso
também é coisa de Arceus?
Com lágrimas nos olhos, a sensação de fazer algo
simples, como quebrar uma pedra ressoou em seu coração e finalmente a permitiu
tomar uma decisão que gostaria de ter tomado a tanto tempo, e se sentiu como uma
mineradora dentro das amarras, confortos e convicções que viraram minerais na
caverna que abrigava o seu coração.
Aquela não era a forma com a qual acreditava nos
milagres de Arceus, não era a forma que ela mesma desejava realizar milagres,
por mais que tentasse justificar todas as atitudes que vinha tomando até ali,
quebrara a primeira pedra e agora quebraria quantas forem preciso para seguir
até o caminho que acreditava ser o certo.
“M-Ma...Marac-c...MARACTUS! Por favor, me ajude! Petal
Blizzard!” A menina retirou a pokebola do bolso, com as mãos trêmulas, suas
pernas falhavam.
Em oração, a garota desfez sua pose e atirou a
pokebola da sua pokemon, o feixe serpenteou libertando o cacto no meio da
batalha, enquanto Mawile atingia um Graveler com um feixe metálico saido de sua
bocarra e o atirava contra a parede inconsciente, restavam ainda quatro e a
pokemon já estava ofegante pelos esforços.
Maractus atendendo o chamado de sua treinadora, viu-se
naquele momento rodeada pelos quatro oponentes, mas as palavras da purista
ressoaram por ela com leveza, fechou os olhos e sentiu as flores de suas
orelhas brilharem como abajures, conforme ela movia os braços desenhando no ar
com um sorriso, dando vida a pétalas que prenchiam cada vez mais o espaço como
uma chuva, enquanto girava em torno de seu próprio eixo libertando flores
conforme imprimia imagens nascidas de dentro do seu próprio peito.
Ao concluir o giro, o cacto ergueu os dois braços
embalando todas as pétalas em uma nevasca furiosa que atormentou os pokemons de
pedra causando extremo dano devido a dupla fraqueza, os arrancado gritos de
fúria, nocauteando dois dos pokemons pedra e forçando os outros dois a fugirem para
não acabarem com o mesmo destino.
“Me desculpe pelo que falei antes...eu não quis
ofender...eu só estou irritada com algumas coisas que estão acontecendo, mas
não tem necessariamente a ver com você, me desculpe de verdade!” Serena pediu
um pouco envergonhada pelo modo como agira.
“Não se preocupe, eu também peço desculpas...eu posso
me deixar levar muito facilmente para a configuração mais fácil das coisas,
lutar pelo que você considera certo é tão complicado quando você tem de fazer
um sacríficio para isso e me sinto tão idiota ´pensando nisso agora...por isso
acredito que eu precisava ouvir essas coisas, consigo sentir os ensinamentos do
altíssimo em você de uma forma tão incrível...e você nunca nem precisou falar
no nome dele...mas agora precisamos ajudar o Onix, ele parece estar se
encolhendo ainda mais, desse jeito vai se machcuar” Mimi comentou sentindo um
peso começar a ser retirado de seu coração.
“É...Onix...você esta me ouvindo?” Começou a garota
sem saber ao certo o que dizer a serpente que continuava-se enrolando
involuntariamente.
Os pensamentos em sua cabeça, o incitavam a nunca mais
mostrar-se para fora, em seu interior pensava no porque ter resolvido
mostrar-se de inicio? Senão fosse assim...senão tivesse caído na tentação de
mostrar o que era para todos...senão tivesse sido tão inocente tentando
transformar aquele momento em mais do que era...queria poder tirar tudo de seu
rosto, mas no momento, ao escutar as palavras de Serena o único sentimento que
ganhou luz em si era apenas uma singela vontade de desaparecer.
Para que não sentisse mais nada.
“Pelos supostos mil braços de Arceus, consigo ouvir o
barulho das pedras do corpo dele se batendo, se continuar assim ele sentirá
muitas dores...ei! Você não pode se machucar tanto...” Mimi tentava pensar em
algo para dizer, mas ainda não se sentia tão capaz para aquilo.
Serena observava conforme as palavras de Mimi o
questionavam, a serpente encolhia-se mais ainda em torno de si mesma, colocando
a mão sobre o ombro da purista, que a lançou um olhar em silêncio.
Caminhando em direção ao pokemon, a menina desejava
ajuda-lo, mas sentia que não adiantaria dizer palavras vazias senão conseguia
entender como ele se sentia, o grito de Espurr cristalizando passou por sua
mente seguido de Astrid desaparecendo por dentro de seu sonho, as presas de
Mawile machucando seus braços a obrigando a enxergar a realidade por meio
daquela dor enquanto a funcionária do centro pokemon observava tudo de seu
interior impotente.
Mas não ali, ali era o momento de dar luz a decisão
que traçou ao sair da redoma de cristal.
Foi como se sentisse seus sentimentos serem transportados para a keystone em seu bolos, e no mesmo momento, soube que ela brilharia em sua mão assim que a tocou, o poder ressoou na ponta de seus dedos como pequenos abraços, Mimi a observava curiosa pelo que ocorria.
Ao tocar no corpo do pokemon, o sentiu retrair-se, mas
pode vislumbrar tudo o que ocorrera e o modo como os sentimentos apertavam seu
coração como se o atassem a apenas um sentimento de dor, as gargalhadas
apertavam ainda mais o nó, seus pensamentos eram mais cordas para o amarrar e a
memória, fazia sentido, os desenhos em seu rosto significavam mais do que
aquilo que ela podia ver.
“Você não esta sozinho...eu...eu lamento tanto que isto tenha te acontecido...escuta, aqui entre nós dois, vou contar a você o que nunca pensei em contar para mais ninguém” Com um toque gentil, Serena deixou uma única lágrima escorrer quando sua keystone iluminou-se tratando de cuidar de todo o resto.
Ah alguns anos atrás, alguns meses antes de completar
9 anos, Serena possuía seu ritual sagrado: ia a escola, chegava e passava horas
assistindo na televisão os showcases, onde pessoas pareciam dar vida aos
sonhos, transformando o palco em algo muito além do que ela jamais sonhava em
imaginar.
Ao assistir na televisão aquele mundo onde tudo era possível,
ficava imaginando como seria ser assim, ser admirada por todos, inspirar as
pessoas e saber que estava contribuindo para um mundo onde as pessoas se
sentiriam tão bem quanto ela se sentia agora, seus olhos brilhavam em frente ao
aparelho, e o sentimento era tão bom que o escondia de todos para que nada o
afetasse, mesmo quando sua mãe insistia em classificar tudo o que mais amava
como bobagens, ela conservava o pouco de inédito daquilo.
Mas sua vida não se resolvia apenas aqueles momentos,
apesar de sentir-se invisível na escola, uma vez que era tímida demais por
natureza e faltava-lhe coragem para encarnar a personalidade dos performers que
assistia, havia um momento que fazia tudo fazer a pena e de um jeito muito
delicado e inocente, para ela esse momento tinha nome e chamava-se John.
Um garoto filho de um joalheiro e uma motorista, era o
motivo de Serena sentir certa magia ao ir a escola, lembrava-se de como tiveram
a primeira interação onde a menina o emprestara sua bocharra em formato de
Slowpoke, e ao observar o material o menino riu:
“Espero que apagar com isso não me traga Amnésia!”
Brincou.
“Talvez por isso eu esqueça sempre as respostas da
prova!” Devolveu a brincadeira para surpresa do menino.
E então, uma conversa fluiu, falaram sobre as
matérias, piadas infantis sobre a professora, falas sobre seus pokemons
preferidos, desenhos que estavam assistindo e a garota sentiu pela primeira vez
que alguém a escutava de verdade, os olhos dele lhe encaravam como se fosse
importante e sentir-se assim era novo, seus sentimentos importavam, alguém
prestava atenção nas coisas que pensava e saiam em palavras.
“Hoje foi muito legal, Serena! Espero que amanhã
possamos sentar juntos de novo” John a respondeu enquanto pegava sua mochila, arrumava
os cabelos rosa para trás da orelha e deixava a sala de aula.
O tempo passou e seu peito foi preenchido por uma
sensação de felicidade que era exprimida em cada palavra, cada gesto que
dedicava a ele, sem segundas intenções, mas num sentimento tão puro em seu
peito sendo diferente de tudo o que havia experimentado até então, superando a
euforia que sentia ao imaginar-se num palco e trazendo a calma que pertencer a
uma conversa lhe trazia como um abraço terno.
Conversas foram e vieram, inconscientemente, a menina
torcia para que a professora separasse em dupla e por um acaso do destino
sentasse ao lado de John novamente e, conscientemente, ficava triste ao vê-lo
fazendo dupla com outro garoto, aproveitava cada momento que tinham juntos,
todas as conversas triviais ou importantes eram momentos que guardava em seu
peito como seu tesouro mais precioso.
O dia em que o garoto dera a vitória ao time de
queimado na aula de Educação física e correra para lhe dar um abraço em
comemoração era repassado em suas memórias quando ia dormir, com a felicidade
assentando em seu peito.
O livro que lera, sobre um Teddiursa que procura pela
visão perfeita da lua, pois John dizia que gostava e no fim ambos podiam
conversar mais e mais.
Quando John tirara sua primeira nota baixa, e não
conseguiu chorar na frente dos outros amigos que o zombavam, mas ao falar com
ela, ele chorara e lhe confidenciara seus medos mais infantis naquele momento,
sua vulnerabilidade e ela sentira-se a pessoa mais importante do mundo.
Num dia onde estava chateada pela performer que
torcera na noite anterior, Amélia, ter perdido o showcase e contara a ele
frustrada pelo ocorrido, pois não conseguia focar em outra coisa e, para sua
surpresa, o menino a ouviu falar sobre showcases durante todo o horário.
Todos esses fragmentos de tempo para Serena eram mais
do que lembranças, eram comprovações de que ela importava para alguém, o amor
que sentia fluía tão livre e natural por entre esses momentos a dando uma
sensação de liberdade que culminava em um sorriso o quão não conseguia conter.
E, então, vira na televisão: um anúncio de maquiagens
de Amélia, maquiagem? O que era aquilo? Aparentemente você podia pintar o seu
rosto e ser o que quisesse, seria um treinamento? Ela podia virar uma
performer! Mesmo que de faz de conta, poderia inspirar alguém, alguém poderia
querer falar com ela! E quem sabe John gostaria ainda mais dela! Sim, faria
isto!
E após longas semanas onde economizara o dinheiro do
lanche silenciosamente, conseguira comprar uma paleta de cores da Amélia por
uma revista, insistindo com Grace para que chegasse mais cedo a escola, Serena
correu para o banheiro ficando diante do espelho e deixou sua imaginação tomar
conta.
Ela misturou tons de sombra passando pelos olhos, e se
tentasse capturar um psychic de uma Meowstic? Talvez um psychic ao se mesclar
com um Dragonbreath resultasse em verde? Provavelmente laranja ficaria melhor!
Laranja, com certeza.
Pegando o pincel que vinha no case da paleta, ela fez
sua obra de arte e ao olhar as espirais desenhadas em suas bochechas, seus
olhos com uma sombra laranja e os rabiscos em seu rosto soube que estava
pronta, mal podia esperar para que John a olhasse.
Caminhou rápido para sala.
Abriu a porta.
E...
...
..
.
Porque não estão me aplaudindo? O que eu fiz de errado?
Essa sou eu? Não é assim que deveria ser? As performers
dizem o tempo todo na televisão: seja você mesma e tudo dará certo então porque
deu errado para mim?Porque estavam rindo daquele jeito? Porque ninguém a achava
incrível? Ela não era incrível por ter feito algo? Por ter se expressado? Não
era o que todos a diziam para fazer?
John não estava na sala.
E o que ninguém disse a Serena naquele dia, era que
existe hora e lugar para ser você mesmo dependendo do ambiente, que depender
dos outros para a aprovação de si mesmo é um caminho tortuoso, mas quem poderia
saber afinal? Eram apenas desenhos, era apenas uma brincadeira infantil, ao
invés disso o que lhe disseram foi:
“Meu deus, a Serena estão tão feia! Como ela tem
coragem de aparecer assim? Coitada!” Alicia, uma garotinha comentou sorrindo em
meio a todas as pessoas e aquele comentário enraizou-se em sua mente, e ela o
entendeu como verdade.
“Serena! O que aconteceu com seu rosto? Não pode ficar
na sala assim! A aula já vai começar...eu não posso sair agora...bem Alicia, vá
ajudar a Serena a lavar o rosto e depois voltem pra sala!” Instruiu a
educadora.
“Claro, professora, eu ajudo ela sim, vem eu te ajudo!
Depois dessa humilhação, eu deixo você sentar perto de mim, só tem que me
prometer que nunca vai fazer isso de novo!” Alicia dispôs-se da cadeira
enquanto Serena entendeu algo naquele dia: maquiagem daquele jeito, já não era
mais para ela.
“E então, maquiagem para mim, desde aquele dia passou a ser apenas o básico e quando preciso usar, não passa disso...sabe eu achei os seus desenhos incríveis! Adorei a forma como utilizou os círculos para medir o tamanho do seu sentimento...foi incrível!” Serena comentava com os olhos marejados conforme a serpente desvencilhava-se.
Onix ainda sentia as amarras em seu peito, repuxando-o
para que ficasse na mesma posição, mas ao invés de obedecer, a serpente rochosa
abriu os olhos em meio ao seu próprio aperto e desejou ir um pouco mais além,
desvencilhando do próprio aperto.
Aproximou seu rosto dela, os borrões causados pelas
lágrimas ainda estavam lá e ele a encarava como se buscasse nela algum motivo
para que continuasse, Serena ergueu as duas mãos delicadamente segurando o
rosto do pokemon com toques suaves que sentiram todo o sentimento transmitido
por ela.
“Onix, você é um pokemon incrível, a sua sensibilidade, eu consigo percebe-la de uma forma tão bonita e me deixa fascinada o quanto você é criativo! E eu sinto tanto! Pelo que aconteceu, lamento que tenha encontrado tanta incompreensão, mas falando por mim eu adorei o que você fez! Você me faz acreditar que realmente existe mais! Que existem tantas visões e versões para o que eu posso expressar com a maquiagem!”.
“Acima de tudo sinto que você tem uma história e uma
luta tão bonita...e se estiver disposto, se você quiser...eu gostaria que
viesse comigo...quem sabe nós dois podemos aprender ainda mais sobre o modo
como enxergamos o mundo e eu aprendo a contar um pouco de mim enquanto você
aprende a contar um pouco de você!” Comentou a garota sorrindo, seus
sentimentos de urgência anteriores eram lentamente preenchidos por uma certeza
calma para tentar fazer as coisas ao seu redor, sua keystone cessou seu brilho.
O pokemon buscou no olhar da menina algum fraquejar,
algo que provasse que suas palavras eram uma armadilha, mas o que encontrou
eram os sentimentos de Serena que ressoavam em frequências parecidas aos seus e
por fim, levando a cauda ao rosto limpou o resto da terra que ainda estava
sobre seu rosto limpando sua expressão.
“Onix...On!” Onix sinalizou para a garota, assentindo.
Serena retirou uma pokebola do bolso, ao chegar naquela caverna, a última coisa que esperava encontrar ali era uma captura e um reencontro com uma versão de si que nem mesmo gostava de recordar, mas algo em si sentiu-se abraçada por aquela experiência, aquela garotinha que entrara na sala e fora silenciada por cerca de 25 pessoas, teria finalmente uma chance de voltar a falar.
Encostando a esfera contra o rosto do pokemon, o
objeto o sugou para dentro, o centro exibiu um brilho vermelho que levou apenas
um balançar para concluir a captura, levando a esfera para perto do rosto
enquanto Mawile e Maractus observavam tudo com um sorriso terno.
“Bem vindo a equipe, Onix, eu estou tão feliz que
tenha se juntado a nós e...muito obrigado por isso!” Sorriu Serena, seu peito
enchendo com uma grande felicidade.
“Tudo isso é muito bonito e muito fofo, mas e o
trabalho? É bom irmos logo, porque Arceus é santo, mas não é palhaço, vamos
trabalhar que eu quero voltar pra casa e tomar um banho!” A purista batia
palmas enquanto incitava a aspirante a famosa de volta ao trabalho, ainda
tinham muitas pedras para quebrar.
Enquanto isso em Laverre...
“Esta batalha será 3x3, será permitido realizar trocas
durante o combate e como sempre aquela que derrotar os três pokemons oponentes
primeiro vencerá, Sylveon, vamos fazer o possivel!” Valerie indicou, movendo
suas asas em um bailado sinuoso, como que por mágica, uma pokebola surgiu em
meio as mangas do vestido, a mulher atirou a esfera para frente.
“Gardevoir! Prepare-se para os contos de fada!” Com
uma vênia, Diantha ergueu sua pokebola, cruzando as pernas, a mulher soltou a
esfera para cima com elegância.
As duas pokebolas tomaram caminhos diferentes, mas abriram-se ao mesmo instante soltando no campo uma raposa que erguia suas fitas ao redor do corpo, mantendo a proximidade com sua treinadora, enquanto do outro lado, a fada psíquica mantinha-se em guarda para lutar por sua treinadora.
“Planeja acabar com isso rápido?! Estou lisonjeada por
ter mandado Gardevoir de primeira, mas não sou a mesma de anos atrás e espero
que não me subestime! Pode iniciar” Permitiu a mulher.
“Tenho plena consciência disso, vamos com nosso novo
movimento, dance pelo campo, Gardevoir inicie usando Mystical Fire!” Diantha
comandou com a voz firme.
Gardevoir agarrou a barra de seu vestido, e num rodopio
conforme girava em seu próprio eixo, fez surgir rente ao chão labaredas de um
fogo mágico com coloração rosa, deixando um rastro de iluminação neón por sobre
o campo, fogo este que se alastrava ao seu redor como se fizesse parte de sua
própria silhueta, ela bailou pelo cenário orquestrando a dança e num movimento
de pausa súbito: cruzou os braços e enviou todas as chamas contra Sylveon.
Valerie sorria ao ver a investida da oponente, seu
tempo reclusa lhe dera conhecimento o suficiente sobre seu tipo preferido: as
fadas, e apesar de conseguir sentir a força única da ace de Diantha, ela
continuava sendo uma gardevoir, exibindo suas asas ela comandou a raposa.
Sylveon pareceu ganhar vida com as instruções da
treinadora, desatando a correr pelo campo enquanto desviava das bolas de fogo
que explodiam em brilhos por trás da raposa, esta envolvendo-se com as patas desviou
das chamas e continuou sua investida.
“Gardevoir são pura emoção, mas seus poderes vem da
capacidade de seus braços em guiarem a energia psíquica que as envolve, Sylveon
use as fitas e agarre-a!” Valerie gritou.
“Moonblast para defesa!” A campeã inferiu no mesmo
momento.
Projetando-se contra a fada psíquica, Sylveon sorria,
exibindo suas fitas e as alongando de uma forma que Diantha não sabia ser possível,
já havia enfrentado sylveon antes, mas jamais imaginara suas fitas terem aquela
propriedade, no entanto, Gardevoir tomava distância dando passos elegantes para
trás contra o oponente que tentava aproximar-se a cercando, sem tirar os olhos
da fada a sua frente, manifestou o poder de sua aura exibindo um pulso de
energia que contagiou todo o campo.
O coração em seu peito brilhou sintetizando sua aura
de fada em partículas de poder lunar, por entre seus braços criando uma esfera
massiça de poder, atuando como um escudo contra qualquer ofensiva, encarando a
raposa a sua frente que aproximava-se com suas extensões duas vezes maiores que
o normal.
“Psyshock e
envie todas em sequência!” Pediu a líder das fadas.
Sylveon, interrompeu sua corrida, num riso de deboche
para Gardevoir, a pokemon saltou ao ar recolhendo suas fitas em torno de si,
sentindo seus olhos brilharem como se feitos de puro poder, as extensões
giraram no ar dando vida a um comboio de faíscas elétricas da energia vindas de
sua mente, o poder era tanto que a eletricidade estalava por entre elas.
“SylVEON!” Despencando dos ares com as faiscas a
seguindo, seu riso ecoou por entre o cenário do ginásio, fazendo com que
Diantha sentisse que havia infiltrado um território ao qual as leis ela não
conhecia.
A raposa, no entanto, interrompeu-se deixando as
faíscas seguirem seu rumo em direção a Gardevoir, a fada ergueu seu escudo,
fazendo-o brilhar e preparando-se para defender, mas diferente do que se espera,
a primeira faisca acertou em cheio fazendo a pokemon firmar seus pés contra o
solo enquanto o poder psíquico concentrado sumia em uma explosão que deixava
seu corpo físico dormente.
Cada particula eletrica possuía um tempo diferente da
outra e assim que colidia contra sua defesa, estalava sua eletricidade
enfraquecendo o escudo, a fada fortificava seu poder a cada embate em uma sequência
que a fazia mudar a forma como realizava sua defesa para acompanhar e expandir
o poder que manifestava levantando uma nuvem de fumaça ao seu entorno, fazendo
um esforço maior do que devia.
“Psyshock é um golpe especial que acerta a defesa
física...Droga, ela usou para a enfraquecer! Gardevoir Mystical Fire para proteger-se!”.
“Com isso, avance agora!”.
As fitas de Sylveon invadiam a fumaça cinzenta da
colisão interior como serpentes buscando sua presa, Gardevoir arfava com o
efeito das faíscas psiquicas afetando sua condição fisica, mas ainda não se
daria por vencida.
“GARDEVOIR!” Com um grito de guerra, ela ergueu seu
escudo o mudando de elemento, o poder lunar brilhou em resposta passando a
queimar num fogo cintilante em um tom rosa, perto do vermelho, o calor incidiu
agora com propriedades mágicas e da barra de seu vestido labaredas rosas
construiam extensões dele para além de si.
Manifestando ainda mais o seu poder, empunhou sua defesa de frente para
as duas fitas de Sylveon, o que não esperava era que as duas outras atacassem
por cima e enquanto tentava mudar sua defesa sentiu os tentáculos da fada a
laçarem por baixo, derrubando-a e fazendo perder seu equilibrio enquanto as
outras duas imobilizaram seus braços desfazendo sua combinação.
“Traga-a até você e use Draining Kiss!” Valerie abriu suas asas
satisfeita com o seu plano.
“Não somos uma presa qualquer, Gardevoir, Misty Explosion, ao redor de
si!” Diantha pediu abrindo os braços.
“Rápido Sylveon!” Valerie ordenou com o tom da sua voz pairando por cima
do campo.
“VEON!” A raposa feerica sorriu num bailado giratório enquanto retorcia
suas fitas arrastando a fada psíquica para junto de si, suas fitas brilhavam em
um tom dourado cintilante, enquanto seus lábios eram envoltos por uma energia luminosa
de mesma cor, o dando um aspecto quase que angelical, o que muitos não
conseguiram ver eram grandes presas de tom branco que espreitavam por entre sua
boca.
Gardevoir, sentiu a energia em seu peito aumentar, não podia usar de
seus braços para manipular a conjuração, por isso, se viu obrigada a expandir
sua aura de fada que concentrou-se numa redoma ao redor das duas pokemons, o
brilho do poder crescia em um cintilar rosa que cobria o campo afetando a visão
de quem passasse, mas ambas as treinadoras permaneciam encarando enquanto suas
pokemons eram engolidas pelo poder massiço, entretanto, Sylveon a recolheu para
perto cravando suas presas em um beijo doloroso no pescoço da pokemon de
Diantha que gritou em resposta.
Esforçando-se para manter a combinação, Gardevoir permanecia estocando
todo o seu poder a esfera que agora manifestava seu aspecto físico, enquanto seu
corpo brilhava em dourado pelo ataque oponente, por outro lado Sylveon garantia
uma reserva de energia extra, quando por fim o movimento estava completo, a
esfera iluminou-se e explodiu num pulso de poder que balançou o campo inteiro
com o grito de Sylveon ao ser atingida, o impacto fez com que soltasse Gardevoir.
“Cobre pelo dano que ela recuperou, Moonblast!” A campeã pediu vendo uma
oportunidade.
“Fake Tears!” Valerie pediu mantendo um de seus braços próximos a boca.
Conseguindo vislumbrar sua oponente, Gardevoir firmou seus pés, com seu
vestido ainda esvoaçante pelo movimento anterior, respirou fundo dando vida a
esfera de puro poder lunar entre suas mãos, a agarrou com brutalidade, e arremessou
contra a oponente que foi atingida em cheio e sendo atirada para o ar com um
grito agudo.
Entretanto, a medida que sua dor era real, Sylveon pode aproveitar do
embalo para inferir seu movimento, pois seus gritos de dor misturavam-se ao seu
choro enviando lágrimas semelhante a um glitter que chovia por cima de
Gardevoir como uma garoa no amanhecer, a psíquica sentiu as gotículas a
enfraquecerem como um feitiço discreto, seu corpo ainda fraquejava pelo efeito
do psyshock e agora sentia-se ainda mais cansada.
“Preciso dizer que seu estilo de combate esta incrível, Valerie! Você se
tornou uma líder de ginásio incrível e tenho certeza que a liga pokemon esta em
ótimas mãos tendo você, se me permite dizer, eu me orgulho muito de você! A
graça e beleza do Sylveon combinadas a ofensiva das suas fitas é algo que nunca
havia imaginado, mas ainda assim preciso cumprir meus deveres com a minha
região!”.
“Gardevoir, escute o meu chamado, não vamos descansar, mais do que fadas
somos um só e juntas traremos a vitória, meu coração chama pelo seu e iremos
até onde for preciso pelos nossos objetivos, MEGA SHINKA!” Diantha sorriu para
Valerie, o estilo de combate da amiga estava completamente.
Gardevoir sentiu seu corpo estremecer, a mega stone em seu peito captava
sua essência enquanto criatura, ao sentir o familiar chamado de sua treinadora
permitiu que suas emoções corresem livres em um cintilar que logo tornou-se um
brilho poderoso, a pedra no peito da mulher ressoava com a de sua parceira
enviando feixes que se dividiam em energia de luz e morte, um paradoxo,
unindo-se em um poder capaz de transcender o que era conhecido.
Seus sentimentos, tornaram-se poder, encorpando seu vestido, seu coração
em seu peito, agora a transpassava e sua determinação estava imprimida em seu
olhar.
“Intimidadora como sempre, Diantha, nunca deixo de me impressionar com seu
trunfo, mas não me causa mais medo” Pensou a mulher dando um sorriso ao
lembrar-se dos velhos tempos.
“Obrigada pelos elogios, eu sinto que são sinceros, estou feliz que
consiga me enxergar como oponente e sinto que o caminho que trilhei foi
complicado, não vou mentir, eu a culpei muito por tudo o que me ocorreu, me
arrependo todos os dias de ter feito aquelas escolhas, mas não sou a mesma e
não desejo mais ser, ainda não a perdoei, Diantha e não sei se conseguirei, mas não posso negar que Gardevoir esta ainda mais magnifica do que me recordo e o
posto de campeã apesar de todos os problemas, parece ter te feito bem, Sylveon,
não vamos fraquejar!” A Rainha das fadas clamou.
Sylveon mantinha-se no ar, ergueu suas fitas as extendendo para o
limite, e como se laçasse algo atirou as fitas para frente acertando o braço de
Gardevoir, que em sua forma mega, ganhara mais firmeza, firmando seus pés, a
fada disputava força com a raposa que insistia em pressionar.
“MOONBLAST!” As duas chamaram pelo movimento.
Sylveon fez com que todas as suas fitas brilhassem em um tom rosado, Gardevoir
manifestou sua aura, imprimindo uma pressão que intimidou a raposa, um circulo
mágico surgiu embaixo de seus pés a presenteando com um poder lunar fazendo os
cabelos de Valerie esvoaçarem como uma cortina atrás de si.
Uma rosa feita de luz desabrochou na mão da fada, esta tornou-se poder
crescendo em uma esfera por entre suas pétalas, ao concluir foi atirada em direção
a raposa levando consigo uma distorção no ar devido a pressão.
Respondendo a altura, Sylveon buscou força no laço que continha com
Valerie, indo desde sua reclusão, o pokemon sentiu diferentes tipos de emoção:
raiva, ódio, rancor, tristeza, amargura que ressoavam em diferentes cores que
eram infundidas na lua artifical que estava criando, mas um último o presenteou
com um poder maior num tom azul gélido: o começo do que parecia ser um alívio.
Moldou com suas três fitas restantes uma esfera rosada que cintilava num azul gélido poderoso e com um giro enviou o movimento, ambos disputaram suas forças com uma explosão luminosa que tomou conta do campo e deu luz as flores que abriam-se naquela manhã.
Independente do resultado daquela batalha, Valerie soube que ajudaria Diantha,
enquanto esta, sentia as dores de tudo o que não havia feito a ela junto da
agonia de fazer algo genuíno por sua região, mas tudo era contrabalanceado pelo
equilíbrio ao reencontrar sua amiga no campo de batalha e saber que independente
do que ocorresse, não fraquejaria de novo.
O poder de Valerie, como uma kimono girl da lua, advinha da força de Lugia,
o lendário pokemon das tempestades capaz de criar uma apenas com o simples
bater de suas asas, para as kimono girl em jotho uma ligação com Lugia
representava um sexto sentido, uma ligação transcendental que as permitia
realizar previsões baseadas nas fases da lua.
A população de Jotho vivia e esperava por essas previsões e elas lhe
davam a manutenção na fé e no costume de suas vidas, ao renegar seu lugar e ir
a uma região que não era mais sua, Valerie perdera parte dessa conexão ao
entrar numa terra com influências de outras energias, suas previsões
enfraqueceram-se, acontecendo em momentos especificos ou precisavam ser
motivadas com alguma insistência.
Sua conexão com as fadas a ajudara a encontrar maior estabilidade sobre
a natureza de seu poder, e naquela tarde, suas previsões não foram claras, mas
lhe deram uma direção: Snowbelle, onde deveriam ir para obter mais respostas, e
então, Diantha soube que não seria uma tarefa fácil de equilibrar.