sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Capítulo 5: Eu era?...

Notas iniciais: Oieee, bem hoje trago o último capitulo do arco pós morte de Espurr, que também conta como um "especial de fim de ano", pois acho que combina com a vibe, espero que vocês gostem.

Capitulo 5: Eu era?...

    A manhã se iniciava, hoje seria o dia em que Korrina e Serena poderiam ir até a Coumarine, na esperança de uma aula com Ramos onde poderiam ter mais respostas sobre o fenômeno que levou embora seus preciosos parceiros.
    O modo mais rápido de ir a Coumarine era obviamente por sua estação de metrô tão famosa devido a estranha diferença de vegetação e biomas que ela exibia ao longo de seu trajeto, o que deixava pesquisadores do mundo inteiro com a pergunta: o que ocorre com Kalos?
    Mas como nem Serena e nem Korrina são formadas em geologia, vamos deixar esse questionamento para outro momento.

“Serena! Eu estou aqui! Estou esperando você!” Korrina gritou acenando com uma mão enquanto a outra permanecia na alça de sua mochila.

“Korrina! Eu estou indo! Demorei tanto para te encontrar!” Serena gritou de volta, ambas trocando os olhares enquanto se dirigiam uma a outra.

“Ta vendo meu filho? É por isso que você tem que estudar para ser independente e escolher alguém que preste, para não ser um Desocupado que nem essas duas que acham que o amor é lindo e que podem viajar por Kalos sem ter um emprego decente e quando forem ver estão trabalhando num Centro Pokemon de faxineira” Uma moça comentava com o filho que assentiu.

“Primeiro que ela é menor de idade, segundo que eu sou líder de ginásio e tenho prestigio social, vai ver minha avaliação nos aplicativos!” Korrina devolveu a mulher enquanto Serena processava a ofensa ao seu próprio trabalho.

“Mulher eu nunca tinha vindo num metrô antes! Quanta gente” Serena exclamou.

“Ai eu particularmente adoro, gosto de deitar minha cabeça na janela e pensar que estou sofrendo por coisas que nunca vou viver, mas agora eu tenho prestigio social não preciso mais disso, vem logo!” Korrina chamou a menina e as duas entraram no transporte.

    O veículo não estava lotado, mas havia uma quantidade considerável de pessoas compondo as cabines, a funcionária do Centro Pokemon passou por uma onde uma garçonete e uma vendedora de bombons que conversavam tendo em mãos um paninho.

“E ai ele me disse: Você nunca vai ser igual a Diantha?! Dá para acreditar?!” Ela chorava com a maquiagem borrando.

“Ele não disse isso!”.

“Ele disse! Como assim não sou igual?! A Diantha inaugurou isso aqui tava todo dia andando de metrô! E ela me falou que eu poderia ser quem eu quisesse e decidi que eu seria igual ela!” A garçonete falou.

“E agora o que você vai fazer amiga?” Perguntou a vendedora de bombons.

“Como meu orgulho está ferido, terminei com ele e estou aqui sentada esperando ser demitida quando acontecer eu vou logo comprar minha passagem para Alola fazer um curso de costura”.

“Tem doce?” Korrina perguntou interrompendo ambas.

    Após isso as garotas se sentaram, uma de frente para a outra e um certo silêncio que ambas já conheciam se instaurou.

“E... E então como foi sua semana?” Serena perguntou.

“Foi até boa, mas perdi dois Pokemon numa luta contra uma Furfrou que cuspia fogo, então voltei a questionar seriamente meus objetivos de vida” Korrina comentou vendo as notificações em seu celular sobre suas classificações, parando sobre uma que era Gurkinn perguntando qual das opções era para ser o almoço de Meditite.

“Como assim ela cuspia fogo?! Gente é uma Furfrou!” A outra surpresa, com a líder de Shalour também sem saber.

    Serena olhava pela janela do metrô, seus olhos tentavam focar em algo, mas a própria paisagem alternava rapidamente entre cenários urbanos, florestas onde Pokemon espreitavam tentando conseguir o que comer ou apenas curiosos com aquele veículo que passava, lagos cristalinos refletindo as nuvens do céu de Kalos, quando uma notificação zumbiu em seu telefone, mas ela ignorou.

“Sabe, eu tenho feito progresso em muita coisa desde que tudo aconteceu, detesto ter que ficar retomando esse assunto toda hora, pois não quero sofrer para sempre! Mas por mais que eu me esforce... por mais que eu me esforce!... Quando fico sozinha ou em silêncio sinto uma neblina encobrir tudo o que estou fazendo e tudo perde o sentido...” Serena comentou e seu olhar desviou para a tela de seu celular alternando entre um piscar e um apagar.

    Uma notificação do Poketube espreitava, sendo não só de uma, mas de várias mensagens que a garota não havia respondido.

“Como anda sua carreira?... Digo você era uma performer não era?” Korrina perguntou colocando sua cabeça entre seus braços apoiados sobre a mesa da cabine.

“Eu era?” Serena repetiu a pergunta para si mesma, ela havia saído de Vaniville com o objetivo de ser famosa quando nem sabia o que isso significava e na maior parte do tempo tudo que fizera fora por esse objetivo, mas nunca de fato o conquistou.

    Nunca nem chegou a senti-lo e quando esteve perto de começar sua própria caminhada por ele, tudo ruiu e a carreira que ela nem soube como conseguiu desapareceu, então pelo que estava sofrendo?

“Sendo bem sincera, eu repeti todo esse tempo que queria ser famosa, mas mesmo sendo classificada como performer ninguém me conhecia... Nem eu me conheço direito... Então porque é tão dificil voltar?” Ao terminar sua fala ergueu seu olhar para Korrina.

“Gostaria de ter as respostas... Eu meio que te entendo, antes do que houve com Lucario o ginásio de Shalour era uma referência, antes de eu assumir éramos classificados como um ginásio que era referência para treinadores em transição de iniciantes para pré-veteranos, por mais nobre que seja ajudar pessoas a se tornar melhores eu não queria ser apenas isso!” Korrina olhou para o lado.

“Eu queria ser um desafio! Ouvi falar que em Geosenge haviam muitas Mega Stones e fiquei por quase um mês ali com Lucario até encontrarmos sua Mega Stone, treinamos a Mega evolução de acordo com as instruções dos livros e cada batalha era uma oportunidade de melhorar!” Voltando sua visão para Serena que segurou com força em seus joelhos.

“Mês após mês Diantha realizava a classificação dos ginásios e foi tão incrível! Meu ginásio estava realmente subindo, num mês eram 50 batalhas: 30 vitórias e 20 derrotas, outro mês 70 batalhas: 55 vitórias e 15 derrotas, 90 batalhas: 80 vitórias e 10 derrotas! Dá para imaginar?!” Os olhos da garota brilharam pela empolgação 

“O ginásio passou a ser considerado um ginásio de nível pré-liga! Eu tenho um jornal onde eu e Lucario éramos listados como fortes candidatos a disputar as eletivas para ser um E4!” Uma lágrima escorreu pelo seu rosto e uma notificação avisava que sua classificação como uber continuava a melhor.

“E quando tudo aconteceu... Eu simplesmente não consegui por em palavras e tudo foi desmoronando, classificações não importavam, batalhas eram até legais, mas não passava disso e... Aqui estou sem nenhuma batalha...” Korrina comentou.

“Aqui estou sem conseguir responder uma simples mensagem” Pensou a garota enquanto ambas voltavam ao silêncio.

    De repente, o metrô deu um solavanco brusco e Serena quase teve a certeza de que havia deslocado pelo menos cinco costelas.

“Senhoras e Senhores, chegamos em nosso destino: Coumarine!” A voz falhava, mas todos entenderam o recado.

    A cidade de Coumarine: dezenas de pokemons corriam de um lado para o outro depredando o patrimônio público com bancos de madeira sendo arrancados, estátuas tombando e o pior: potches espalhados por todos os lados.
    No deck onde estavam atracados alguns barcos, a água se agitava elevando e baixando o nível, transbordando e vazando para dentro dos restaurantes e estabelecimentos próximos alagando o que conseguia, estragando mercadorias enquanto uma Skiddo obrigava um homem a cozinhar uma torta de Rawst berry mesmo que este não soubesse a receita.
    Em outra barraca um Diglett fazia tremer o solo até que uma senhora acertasse sua estampa favorita da loja, nas ruas vários grupos de Pokemon encontravam outros e travavam uma batalha que não parecia ter fim, com suas ações totalmente fora de controle.

“Meu deus? O que aconteceu com Coumarine!” Korrina comentava chocada.

“Gente? Mas isso aqui não era um paraíso natural! Curso de jardinagem, todo o slogan de que a cidade era esculpida de acordo com as belezas da natureza e até o metrô é sustentável?” Serena se perguntou no mesmo momento.

    As duas repararam num conhecido senhor que chegava ao local, este montado em seu Gogoat trazia em sua cintura uma bolsa, logo o idoso parou diante de um canteiro de flores que enfeitava a fachada do metrô, ele tirou algumas tesouras, uma lupa, um saco de strummy e outros aparatos pronto para iniciar um tratamento para aquelas plantas quando...

“Ramos você não tem mais o que fazer não?!” Korrina gritou com o idoso que levou a mão ao coração assustado.

“'Orra do que você está falando?! Eu estou fazendo tudo que eu posso!” Defendeu-se.

“E o que você está fazendo?” Serena perguntou em seguida.

“Oxi, estou salvando Coumarine!” O homem explicou aparando uma parte do caule das flores que estava apodrecendo.

“Percebi” A líder de Shalour devolveu a indireta.

    Revirando os olhos o idoso abriu o saco de adubo, vestindo suas luvas, tirou um punhado de terra e colocou sobre as flores, percebendo que ainda haviam mais partes mortas das plantas ele as aparou novamente.

    Um Gyarados surgiu das águas, enchendo a boca de água, ele disparava uma torrente contra uma multidão de pessoas rugindo e empurrando contra o chão, em seguida rastejava para entrar em Coumarine, enquanto Ramos com uma lupa investigava o solo usando um pequeno palito para espetar furos desse modo a terra poderia respirar e as plantas não ficariam encharcadas.

“Docinho, me passe o regador!”.

“Gogoat!” Usando as vinhas que surgiam do arbusto em seu pescoço, o bode entregou o regador com formado de Weepinbell ao homem que distribuía pingos de água enquanto alguns Fletchinder realizavam rasantes inflamando suas asas tentando atingir os cidadãos de Coumarine que corriam assustados.

“Vocês ainda estão me julgando?” Perguntou o jardineiro.

“Claro” Serena e Korrina de braços cruzados e olhares irritados assentiram com a cabeça ao mesmo tempo, o homem suspirou.

“Não sei purque vou explicar sobre a minha vida para estranhas, mas tudo bem, aqui vai!”.

    Usando a lupa novamente, Ramos observou que o solo havia ficado úmido sem apresentar nenhuma irregularidade, então, encostando sua testa na de Gogoat ambos respiraram ao mesmo tempo fazendo as gramíneas em suas costas se acenderem como luzes de natal.

“Coloquem as mãos nas costas do Docinho, com cuidado, é dificil mostrar para mais pessoas!” Advertiu o idoso, trocando olhares, as duas foram até o bode.

    Ao colocar a mão sobre a vegetação do Pokemon, Serena sentiu-se abraçada por uma brisa acalentada, como se aquelas plantas estivessem gratas e retribuíssem seu gesto de gentileza, ao mesmo tempo que contavam coisas que ela não conseguia entender.
    Ramos moveu seus dedos enquanto fechava seus olhos, os colocou diante do canteiro e as duas podiam observar conforme uma poeira esverdeada caía em meio as flores e a própria terra, as flores pareceram concordar e uma brisa soprou ao redor dele e das duas garotas, entretanto nenhum dos cidadãos de Coumarine conseguira sentir.
    A brisa carregava partículas da essência daquelas plantas e ao abrir os olhos, tanto ele quanto as duas garotas conseguiam visualizar traços de uma energia luminosa e uma energia obscura, todas pareciam ir e vir em direção a uma bola de luz localizada no centro da cidade, essas duas fontes de energia se tocavam gerando uma frequência de onda colorida.

“O-O que é isso?!” Korrina perguntava-se com os olhos arregalados.

“Infinity Energy? E esta em abundância! É por isso que os Pokemon estão descontrolados, desde que aquela coisa no centro da cidade apareceu! Ela está lotada de Infinity Energy” Ramos constatou ainda de olhos fechados.

“C-Como você conseguiu descobrir sobre isso?”.

“A melhor forma de combater um problema, é começar pela sua simples origem, e como aprendi com o método Nilou é importante oferecer, realizar, pedir e compreender para que se crie um ciclo” As palavras do líder de ginásio soavam tão calmas.

    No mesmo instante a Key Stone de Serena reluziu em seu pulso e ela de alguma forma conseguiu visualizar uma silhueta humana dentro daquela redoma de Infinity Energy, demorando para acreditar inicialmente, mas depois constatando.

“Tem alguém ali dentro! E-Eu acho que precisamos libertá-lo!” Serena gritou para o senhor.

“Como você sabe...” Ramos perguntaria, mas viu que da Key Stone de Serena, feixes arroxeados de energia surgiam e então mudou seu discurso.

”Então precisamos levar você até lá!” Concluiu o senhor.

“O que está acontecendo?! E-Eu não entendo! Me deixe sair!” Ária gritou de dentro da redoma de luz onde estava presa, sua voz provocava distorções que se perdiam e viraram borrões coloridos.

    Aromatisse concentrava sua aura em um tom rosa, chamando pela energia da lua a comprimindo em uma esfera enquanto Delphox disparava uma língua de fogo mágico, ambos os golpes buscavam acertar a parede que as prendiam, mas eram distorcidos dentro daquela prisão.

“Á-Ária!” A voz distorcida do espirito que conversara antes chamava por ela.

“K’sante! Por favor, me ajude...eu não sei o que esta acontecendo! Eu estou presa!” A ex-Kalos queen pedia por socorro.

“V-Você usou muito poder!” K’sante dizia e a forma de seu espirito não conseguia se materializar naquele plano, ele aparentava sentir dor conforme seu espectro era rachado.

“V-Você não absorveu a energia do espirito... para n-ne-neutralizar a Key Stone, a Infinity e-energy esta tentando te c-c-corromper! E-Eu quero ajudá-la, mas n-nã...” O fantasma avisava, porém sua forma fora desfeita e a garota não conseguiu mais contato.

“E como é que eu ia saber! K’sante! Me ajude!” Ária gritava e sentiu um ardor em sua orelha conforme a pedra cintilava, mas diferente das outras vezes, a dor invadiu seu corpo enquanto feixes de luzes brancas serpenteavam ao redor.
    A garota envolveu seus joelhos em um abraço enquanto enterrava sua cabeça entre eles tentando suportar o ardor em sua orelha, enquanto ventos começavam a circundá-la, mas logo revelaram não serem apenas forças de vento.

“Você não é digna!” Sibilava uma voz pelo vento.

“Esse poder não foi feito para sua raça!”.

“ACHOU MESMO QUE PODIA USAR TODA ESSA ENERGIA E NÃO SOFRER NADA?” A voz agora berrava dentro da cabeça de Ária a causando imensas dores.

    O barulho era insuportável em sua cabeça, tornando impossível ficar de pé, seus joelhos falhavam quanto mais ela tentava manter o equilíbrio e a cada vez que levava as mãos aos ouvidos para tentar conter o som a energia naquela dimensão pressionava mais e mais, até que suas pernas a traíram com a ex-Kalos queen caindo no chão sob seus próprios pés.
    Os urros dessa presença a deixaram quase surda, Aromatisse e Delphox tentaram ir até sua treinadora, mas a imagem que enxergavam de Ária era distorcida, aparecia recortada por um espelho e mudava de direção o que ambas não sabiam era que elas próprias estavam presas dentro da ilusão daquela energia e seus chamados se perdiam como pingos de chuva caindo em um oceano.
    Ergueu a cabeça ao sentir um feixe de luz branca agarrar seu braço que passou a ser distorcido em tons coloridos, um formigamento percorreu por todo o seu corpo, como se as energias que a mantinham viva estivessem sendo obrigadas a colidir resultando numa corrupção que ardia em seu braço como se este levasse um choque térmico interminável, tentava gritar, mas sua voz não saía.
    As lágrimas caíam conforme pensava que tudo estava bem há poucas horas e agora estava passando por essa situação terrível, sua Key Stone cintilou e o ardor em sua orelha era substituído pelo acalentar característico do brilho de sua pedra.

“Eu... Acabei de recuperar meu corpo, eu não quero morrer agora!... Preciso viver o suficiente para descobrir o que quero fazer daqui para frente!”.

“ALGUÉM, POR FAVOR, SOCORRO” Ária gritou a plenos pulmões usando todas as forças que tinha enquanto a Key Stone brilhava permitindo sua voz atravessar a pressão energética e a própria redoma.

“Um espirito te contou que a mega evolução vem das almas dos humanos e Pokemon, e que você tem uma Key Stone de almas? Que curioso, pois sempre ensinaram nas escolas que a Mega Evolução veio do Sundial de Anistar” Ramos perguntou, o idoso e as duas garotas percorriam pelas ruas de Coumarine tentando evitar os Pokemon em uma carroça puxada por Docinho o Gogoat.

“Sim” Respondeu a garota, quando sua Key Stone cintilou em seu pulso e...

“ALGUÉM, POR FAVOR, SOCORRO!”.

“Ária?!” Serena gritou levantando de súbito voltando seu olhar para a redoma de poder, sua Key Stone ainda mantinha o brilho, forçando novamente o olhar descobriu que agora conseguia distinguir o contorno daquela silhueta vendo o formato característico do cabelo de uma certa garota.

“É a Ária! Ela esta lá, eu... Eu consegui ouvir a voz dela!” Serena contou aos dois que a observaram.

“Quem?”.

“A Ária? Mas o que ela está fazendo lá dentro? E como ela invocou tanto poder desse jeito, ela não era só uma performer derrotada?” Korrina disparou sequências de perguntas.

“Eu não faço ideia, mas tenho certeza que ela esta pedindo por socorro! Precisamos continuar rápido!” A funcionária do Centro Pokemon pediu com urgência.

“Quem quer que esteja mantendo sua amiga lá, não quer que nos aproximemos!” Ramos comentou apontando para um grupo de Pokemon que corria na direção da carroça.

    Todos deixavam um rastro de aura colorida para trás, sendo uma grande quantidade de Skiddo’s, Litleo’s, Pangoro’s, Gloom’s e outras espécies por terra, pelo ar Fletchinder's voavam de um lado para o outro condensando lufadas de vento em meio ao ar enquanto Pidgeotto's pareciam tecer lâminas as disparando em direção à carroça.

“Ô Inferno! Óia, eu poderia não confiar em vocês, mas consigo sentir que falam a verdade, neste caso vou fazer algo que há muito deixei de fazer nessa vida... Vou lutar por outra pessoa! Jumpluff proteja-nos com Cotton Spore!” Ramos pediu erguendo a pokebola do bolso e a atirando ao ar.

    As foices de vento cortavam o ar criando um pulso de vento que as repartia no meio aumentando ainda mais a área de colisão, o Pokemon algodão surgiu no ar, assustado inicialmente com as correntes, mas logo pegou impulso e sacudindo seus braços como maracas desprendeu fagulhas de seu próprio corpo.

    Criando bolas de algodão a sua frente que suportaram as foices sendo estilhaçadas deixando cair um brilho esbranquiçado por todo o local que diminuía a velocidade de reação dos Pokemon que entravam em contato com as fagulhas.

“Diacho, porque fui sair de casa hoje com só três pokebolas! Bellossom Petal Blizzard!” Gritou o homem enquanto liberava a Pokemon que surgiu acima de própria cabeça.

    Bellossom apareceu balançando os braços de um lado para o outro fazendo uma dança, um vento surgiu por baixo de sua saia a levantando, de imediato, a Pokemon levou a mão à boca assustada, após isso, piscou para uma câmera imaginária e liberou as mãos criando um furação de pétalas que assolou todos os Pokemon que tiveram seu movimento interrompido.

    Alguns Pangoro investiam contra a carroça fortificando seus braços e planejando tombá-la, mas com o comando de seu treinador, Docinho transmitia energia florestal para seus chifres, estes encantados com o poder natural disputavam força com os músculos dos oponentes os empurrando para que pudessem passar.

    Jumpluff diminuía a velocidade dos oponentes enquanto criava focos de luz solar que acertavam alguns Litleo pelo caminho que caiam, mas eram muitos Pokemon.

    A frase de Ramos chegou na mente de Korrina, em seus olhos a menina acompanhava o esforço do idoso para comandar e conter o ataque, mas cada vez mais Pokemon vinham e aquilo estava ficando insustentável.
    Korrina sentiu o fervilhar da empolgação nascer em seu peito: uma oportunidade genuína de lutar como muito tempo ela não presenciava, lutar não só por si, mas por alguém em perigo, por uma cidade e até por sua própria amiga um desafio digno que ela gostaria de proporcionar em seu ginásio.
    Mas as lutas ao lado de Lucario foram inesquecíveis pela conexão embalada pela Mega Evolução e a tristeza dessas memórias pareciam apagar essa fagulha que queria queimar, seria melhor não falar sobre ela afinal, a confusão em seu peito não parecia ser um local confortável de andar, seria mais fácil mascarar tudo.
    No entanto e se aquele fosse o pontapé de que precisava? O pontapé que a permitiria falar sobre o que sentia e parar de correr atrás das mesmas batalhas, parar de correr atrás de um prestigio social que simulava seu antigo objetivo e procurar uma nova forma de lutar, ou talvez não... talvez ela não ainda não conseguisse... ela não conseguiria.

“Bem, neste caso, nós também vamos lutar!” Serena se levantou pronta para pegar sua pokebola, porém Korrina segurou em sua mão.

“Não precisa, você me contou que lutou contra um Dusknoir da última vez que foi em uma dessas suas coisas... Acho que finalmente preciso lutar, mesmo que eu não queira...” Korrina contou enquanto suas pernas tremiam conforme tirava as pokebolas de seu bolso.

“Você consegue!” Serena disse a tocando no ombro.

“Continuem correndo, eu vou abrir caminho pelos lados! Monferno, Sawk e Hawlucha, preciso que me ajudem!” Gritou a menina conforme saltava da carroça disparando as três esferas e indo para o chão correndo para alcançar o veículo quando um Pangoro ergueu o braço para golpeá-los por trás.

    Sawk energizou seu braço, e se impulsionando com o joelho, desferiu um soco na barriga do urso o afastando para longe, em seguida, com uma joelhada baixou a mobilidade dos outros que avançavam em sua direção.

    Ao mesmo tempo a manada de Skiddo's encheu as bocas de sementes e as dispararam como balas na direção da carroça, Bellossom continha uma investida de Fletchinder’s que buscavam atacar Jumpluff, não tendo tempo de reagir.

“Monferno Flame Wheel! Hawlucha vá com ele e use Sky Attack em seguida!” Korrina pediu enquanto segurava ataques de Pancham’s que tentavam subir pela carroça.

    O macaco inflou o peito conforme a chama em sua cauda inflamava ainda mais e dando forma a uma esfera de fogo, ele disparou como uma roda incendiando toda a ofensiva inimiga, abrindo caminho pelo solo o macaco disparava acertando todos os oponentes e atirando Gloom’s pelos ares antes que estas pudessem soltar veneno.

    Hawlucha exibia seus músculos, e concentrando o poder dos céus em suas asas as fazendo duplicar de tamanho enquanto sobrevoava o caminho nocauteando as Gloom e repelindo ainda mais Pokemon enquanto Docinho continuava sua investida.

    No ar, Jumpluff desviava com um bailado dos ataques de Pidgeotto's, estes exibiam suas asas brilhando em um tom prateado e dispararam contra ela que usava das centelhas de algodão para diminuir sua velocidade, em seguida, criava círculos mágicos dourados ao seu redor que se completavam com a energia solar soltando uma explosão de luz, incinerando os corpos dos pássaros.

    Estes caiam por alguns instantes, Bellossom dançando na cabeça de Ramos abria seus braços coordenando esferas que ao serem enviadas contra os pássaros absorviam sua energia enquanto Serena torcia para conseguirem chegar até o final.
    Com alguma insistência eles finalmente chegaram próximo ao globo branco no centro de Coumarine

“Vai, estaremos aqui defendendo!” Korrina comentou enquanto seus três Pokemon juntavam ao seu redor, trocando olhares confiantes eles foram para o combate.

“Lembre-se, as vezes é melhor começar pela origem do problema!” Ramos a alertou enquanto defendia a outra investida de Pokemon.

    Serena então se viu sozinha, havia uma brisa quase que invisível naquele local balançando lentamente seu cabelo, estátuas depredadas, bancos despedaçados, árvores com galhos e folhas arrancadas enquanto aquela menina apenas encarava a redoma de luz onde Ária precisava de sua ajuda.
    De perto a garota conseguia enxergar a aura colorida que ela emanava, retirando a Key Stone de seu pulso ela a levou as mãos e como se orasse por um milagre, fechou seus olhos e...
    Nada.

“C-Como?! Por que não acende!” Serena desesperou-se enquanto o objeto continuava imóvel em sua mão.

    Respirando fundo em uma sequência descompassada a garota tentava encontrar um pensamento que combinasse com aquela situação:
    Eles precisam de mim!
    Nada.
    Ária precisa de mim! 
    Nada.
    Eu preciso ser capaz!
    Nada.

“Mas por que essa droga não funciona?! Funcionou até quando não precisei e justo agora...!” Gritou a garota evitando olhar todo o esforço que Korrina e Ramos atrás de si, pois em seus pensamentos seus esforços já eram em vão já que ela os decepcionaria.

“Eu quero ficar viva, por favor, alguém consegue me ouvir?!” Ária gritava enquanto os feixes de luz branca agarravam sua perna e começavam o processo de corrupção, a sensação de dor piorava, mas a garota tentava manter sua luz acesa a todo custo.
    Nada.
    Quanto mais Serena tentava encontrar pensamentos, a única coisa que voltava era o motivo de não ter conseguido responder seus amigos, o motivo de ainda estar sofrendo tanto, Espurr estava morta, ela não voltaria, já havia compreendido isso, então qual era o problema?

Por que não consigo responder ninguém?

Por que não consigo encarar meu objetivo novamente?

    Ao mesmo tempo, dentro da redoma, Ária se perguntava ser tarde demais, ela lutara por uma semana por seu corpo e o havia tomado a força, mas a que custo? Sacrificando um poder que não entendia, poderia ter pedido ajuda antes, poderia ter falado antes.

Por que não falei com Yachio?

Por que não consegui seguir em frente?

    Uma notificação alertou o celular de Serena conforme ela tentava desesperada fazer sua pedra acender, sem sucesso, sem coragem alguma de olhar para trás com vergonha do que estavam fazendo por si, a garota ajoelhou-se assim como a ex-Kalos queen dentro daquela prisão sentia apenas vergonha de si mesma.

    Vergonha?
    O que esse sentimento causava agora?

    A funcionária do Centro Pokemon sentiu como se seu peito rasgasse ao admitir o começo de tudo por um sentimento tão bobo, ela pensara em quantas vezes verbalizou o seu ser famosa, quantas pessoas mobilizou dentro dessa caminhada, Anisa a conheceu com esse objetivo, Michelly a conheceu dessa forma, enfrentou sua mãe por esse motivo, Ela conheceu Melody, foi em eventos, capturou Pokemon, catou lixo, fez aniversário e até conheceu a Campeã dentre tantas outras coisas com o pretexto de ser famosa.
    Ao perder tudo, agora sentia como se essas memórias não lhe pertencessem mais, não era mais digna, e no fim o mal estar pelo esforço que fizera existia, mas sua vergonha inicial enraizou em seu âmago tornando-se decepção pelas pessoas ao seu redor e reverberava por seu coração como se seu peito fosse feito de vidro a paralisando em todas as suas atitudes.
    A vergonha de Ária, se transformara em algo que a travava, uma ansiedade que a principio não lhe pareceu grande coisa, mas que dia após dia a fazia perder uma coisa importante para si até não saber mais o que era capaz de fazer por si mesma, como se cada peça da sua vida estivesse sendo derrubada por ela mesma sem que fosse capaz de parar.
    E apesar de tentar criar um cenário perfeito, uma batalha perfeita para recolocar as coisas no lugar, uma oportunidade de se livrar de toda a raiva internalizada, sempre terminava em uma tristeza quase fúnebre a cada derrota, pois sentia sua própria alma sendo derrotada.

    A Key Stone de Ária cintilava em seu ouvido engolindo sua silhueta com uma luz, enquanto a de Serena brilhava do mesmo modo: conectadas, aquele fragmento de alma pelo sentimento total que ambas tinham e que não iriam mais esconder.

“Isso pode ser tudo que sou no momento, mas eu quero ser um pouco mais!” Serena gritou erguendo-se sob seus próprios pés, olhando para trás para o esforço que Korrina fazia com seus Pokemon junto de Ramos.
    Do outro lado, a ex-Kalos queen fechou os olhos, a pedra em sua orelha voltou a cintilar em feixes de luzes que se balançavam como um farol, cobrindo seu corpo inteiro pelos feixes como se fossem tiras de tecido com padrões semelhantes aos da Mega Evolução, livrando sua perna dos espectros de luz, deixando apenas sua mão esquerda encoberta por um fragmento de corrupção.

“Aromatisse, Delphox!” Determinada ergueu as mãos libertando seus pokemons e os retornando logo em seguida.

“Você não é digna!”.

“Nós não deixaremos que saia!”.

    Encarando a parede que a prendia, deixou seus sentimentos fluírem pelo seu peito até que a pedra em sua orelha voltasse a irradiar uma luz ofuscante e reunindo ar:

“ALGUÉM ESTÁ ME OUVINDO?!” Ária gritou ignorando a voz.

“Eu estou aqui, Ária! Eu estou ouvindo!” Serena respondeu conseguindo enxergar a silhueta da menina ali.

“Serena?! Nem posso acreditar que estou feliz em ouvir sua voz! Por favor, eu preciso de ajuda!” sorrindo Ária disse sem que nenhum pensamento encobrisse seus sentimentos.

“Eu vou fazer o que eu puder para ajudá-la!” Serena respondeu preocupada apenas com o que podia oferecer, a funcionária do Centro Pokemon levantou o braço com a pedra enviando um potente feixe de luz contagiando toda a redoma como um farol de luz guiando um navio perdido no mar.
    Estendendo a mão encoberta pela energia, abriu uma fenda na capsula de luz, estendendo a mão para a menina de rosa, que aceitando o cumprimento permitiu-se ser puxada para fora daquele lugar enquanto sua Key Stone cintilava conforme a redoma de energia era neutralizada, as ondas de energia da vida e da morte voltavam a se separar graças aos sentimentos de Serena.
    Esta utilizava da energia que o espirito do restaurante a havia ofertado, sem exagerar, o aperto das duas gerou um anel mágico ao redor de ambas as mãos, este anel destruiu a redoma libertando Ária e levou a estabilidade da energia acalmando pouco a pouco os Pokemon, enquanto as duas garotas abraçadas celebrando sua liberdade.

“Ela conseguiu! Ela conseguiu mesmo e nós também conseguimos! Obrigado por lutarem comigo!” Korrina comemorava voltando-se aos parceiros que também a celebraram com um abraço.

“Agora precisamos conduzir os Pokemon de volta para a natureza” Ramos disse aos seus Pokemon.

“Mulher, então quer dizer que você também fala com espíritos?” Ária perguntou soltando-se do abraço.

“Olha, acho que sim, eu encontrei uma num restaurante há um tempo atrás” Explicou a outra.

“Um tentou roubar o meu corpo!” As duas sorriram.

“Ai não acredito que vou dizer isso, mas pode pegar o meu número, acho que vai ser bom ter alguém que entenda para conversar” A ex-kalos queen disse e então percebeu que sua mão esquerda não se movia, apresentando cores arroxeadas, pois seu sangue não conseguia mais circular por ali e nem mesmo conseguia senti-la

“Ária?” Perguntou a loira reparando que ela encarava a mão por algum tempo.

“Acho que nem tudo foi embora afinal... Mas o importante é que estou de volta! Eu vou lidar com isso, aqui, pegue meu número acho que preciso ir ao hospital me mande mensagem quando puder!” Levantando-se a garota entregou seu telefone anotado em um papel.

    Serena se virou observando a garota que acabara de salvar se afastar, com um beijo na bochecha, ela agradeceu Korrina que ficou vermelha enquanto Ária prometia uma compensação em dinheiro para ambas assim que cuidasse de sua mão, inspirada pelo seu gesto, a funcionária do Centro Pokemon de Lumiose também teve uma ideia.


    O fim de tarde chegava em Kalos, com o sol se preparando para desaparecer por entre as nuvens e dar lugar à noite, a líder de ginásio de Shalour estava sentada no banco de trás de um carro em direção a Shalour, ao olhar a vista pôde ver um grupo de Pancham’s disputando força para decidir qual deles ficaria com a folha que haviam encontrado, o vencedor acabou por ser decidido e celebrado pelos outros irmãos.

“Já está mais do que na hora de me libertar disso” Korrina comentou consigo mesma, pegando seu celular, com apenas um toque abriu o aplicativo que a listava como a melhor florista de Shalour e top 1 das floristas Kalosianas, com um clique que doeu mais em seu coração arrastou o ícone de uma flor amarela direto para a lixeira do seu celular.

“Acho que se eu não tiver nenhum desafiante amanhã, vou acampar nas ilhas perto de Shalour!”.

“Eu terei de ser sincero com você” O doutor a advertiu.

“Não se preocupe, eu estou pronta” Mesmo que não estivesse a garota já imaginava a noticia.

“Os tecidos da sua mão estão num péssimo estado, para não dizer que estão quase mortos ainda bem que veio logo, é como se as células tivessem sido forçadas até o limite e nesse caso farei alguns exames para verificar o nível, mas tenho quase certeza que teremos de amputar”.

    Ária olhou para a sua mão arroxeada, achatada em alguns pontos com as veias saltadas como se estivessem a ponto de estourar, recordou tudo que ocorrera consigo durante a semana, seu peito subiu e desceu conforme tentava aceitar aquela situação, a velha sensação de que não era mais capaz.
    Observar sua mão em um estado quase irreconhecível lhe dava uma sensação estranha, pensou que gritaria, surtaria, se sentiria péssima, entretanto tudo o que causava era um grande incômodo e por mais que odiasse admitir o espirito que roubara seu corpo deixou uma lição cravada em sua alma: a dor que havia passado naquela prisão fora uma das coisas mais terríveis que já lhe aconteceu, mas ela sobreviveu sozinha.
    E também tivera alguém por ela.

“É realmente um inferno! Mas, já que não tenho outra alternativa, vamos para os procedimentos para que meu psicológico seja abalado por pouco tempo” Ária comentou com o médico sorrindo ao preencher a ficha da garota.

    Uma outra garota caminhava pelas ruas de Lumiose, o fim de tarde daquela grandiosa cidade era mais agitado do que se esperaria, porém ignorando as ruas com grandes marcas de moda, as ruas com marcas de comida seguiu até um local pouco explorado por ela: a área dos estúdios de filmagem e entrando em uma humilde lojinha no final de uma rua virando a esquerda de uma fonte.

“Eu vim comprar aquela câmera, por favor” Pediu, nem acreditando nas próprias palavras que pronunciava.

“Seu nome não tá detido na justiça?” A atendente questionou erguendo uma sobrancelha.

“Eu vou pagar a vista” Serena sorriu.

“Mulher como você me sai com 30 mil no bolso sem medo de ser assaltada? Mas tudo bem vamos fazer uma operação sigilosa!” Estendo a caixa com aquele objeto por cima da mesa.

    Retirando o dinheiro de seu bolso, blocos de 5 mil separados com fitas coloridas delicadamente arrumadas ao longo de cada dia em que trabalhara ali, um filme longo passou tão rápido por sua cabeça, com a primeira cena sendo uma garota oferecendo um biscoito para uma felina cinzenta.

“Está tudo bem?”.

“Está sim, é só que... eu... eu quero ser famosa!” A menina chorava, pronunciando as palavras agora com um certo orgulho.

“E precisa chorar para isso?”.

“Me dê logo a droga da câmera!”.

    Voltando para a casa, Serena trazia a câmera em uma sacola, e seu celular conectado no wi-fi público de Lumiose, este sendo melhor que a internet que tinha em Vaniville deletava seu antigo perfil no poketube e agora começava um novo.

Nome: Serena Dasier Amberlul.

Idade: 14 anos.

Data de aniversário: Em alguma semana de novembro.

Local onde mora: Lumiose/Vaniville.

Emprego: Faxineira.

Sobre o seu conteúdo: Ainda estou descobrindo, mas eu juro que eu tenho mãe.

    Mais tarde naquela mesma noite, Serena sentou-se à frente de um tripé feito de papelão, com Mawile usando Flash Cannon para iluminação, Honedge segurando sua mão com o lenço de sua espada e Magnemite cuidando do ângulo da câmera mesmo que não tivesse braços e então iniciou uma live que ficaria fixada em seu perfil:

“Oi, eu sou a Serena! E eu quero muito ser famosa! Mas antes disso preciso contar uma história... Não faz muito tempo... Quer dizer para mim faz, eu perdi a minha parceira e foi um dos momentos mais difíceis que já passei na vida, até hoje estou tentando superar e não sei se estou no caminho certo”.

“Serei sincera, eu tentei começar uma carreira aqui por outra conta, onde eu omiti várias informações, tentei surfar nas ondas do que estava bombando tudo era muito deslumbrante até eu tomar esse choque de realidade, quero pedir desculpas por ter fingido, mas dizer que o que foi mostrado é apenas uma fração de todo o esforço que fiz para ter alguma oportunidade!”

“Cometi erros, mas na maior parte do tempo eu me esforcei muito para tornar tudo isso possível, Espurr sempre esteve comigo e se estou aqui hoje com minha própria câmera eu devo isso à ela, eu fui muito solitária e ver performers na televisão encheu meu coração de esperança e fez com que eu sonhasse em ser alguém melhor, eu não sei como, mas de alguma forma eu quero passar o mesmo sentimento!".

"Estou muito feliz com quem eu estou me tornando agora, e apesar de não poder convencer ninguém a respeito da imagem que criaram de mim, se quiserem tirar suas próprias conclusões eu convido vocês a me acompanharem”.

“Aos que acompanharam esse vídeo até aqui, meu muito obrigada, vocês foram muito importantes, Eu sou a Serena e por enquanto é isto!”.

“Dando uma opinião verdadeira? Na internet?” Um usuário comentou no Twitter.

“Pare de ser insuportável, eu vou acompanhar ela para ver no que dá” Outro comentava.

Notas finais: Muito, Muito Obrigado a todos que dedicaram um pequeno momento para acompanhar essa história, ela foi muito importante durante o meu ano, espero que tenham se emocionado, gostado ou ao menos sorrido nesses 15 capítulos, eu agradeço de verdade a todos os comentários que dedicaram e a todas as teorias.
    Como uma espécie de presente, eu deixo aqui uma espécie de "Trailer" que conta com cenas que acontecem nos próximos 10 capítulos, elas não estão em ordem cronológica e podem sofrer alterações em algumas palavras para ficar melhor ou mais detalhadas na revisão por mim, mas no geral o contexto seguirá sendo o mesmo:

"Alô, prazer, sim aqui é a Serena!" A garota dizia ao atender o telefone, logo em seguida seus olhos se arregalaram e suor começou a pingar da sua testa.

"Era do programa da Sandra?" Perguntou Anisa.

"Não... ligaram para avisar que em duas semanas eu tenho que defender meu nome na justiça do tribunal de Kalos, SOCORRO!".

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"E você já pensou em que tipo de história você quer contar?" Perguntava a escritora.

"Eu... Eu ainda estou pensando sobre isso" Respondeu a garota.

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    Ária estava dormindo em um hotel perto de Coumarine, de repente uma notificação em seu celular anunciava uma mensagem de Serena, a garota logo passou a digitar:

"Mulher, você me manda uma mensagem, não me dá nem bom dia e já chega me dizendo que alguém vai morrer, tá doida?"

"Ária, não temos tempo! Quando o espirito roubou seu corpo você não ficou com nenhuma palhaçada".

"Ai meu deus, quanto drama, eu já vou!".

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"Você me culpa por uma decisão que tomei! Aponta todos os dedos na minha cara, enquanto você estava no poder ninguém ousou questionar sua falta de decisões! Me julgue o quanto quiser, mas eu escolhi criar uma Kalos melhor e se quiser passar por cima da minha decisão é só me enfrentar no pináculo de Kalos, as portas estarão abertas!" Diantha bradou com sua Key Stone cintilando.

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"Você ficou 7 dias sem comer para poder entrar nessa competição, e como você sobreviveu?" Serena perguntava.

"Fiz fotossíntese".

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"Serena, precisamos conversar!" Grace disse à menina que a olhava com os olhos arregalados.

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    Um tremor assolava Kalos, era como se a própria realidade estivesse rachando, energias arroxeadas escapavam por fissuras no próprio tecido da existência como linhas se soltando de uma costura até que um rasgo foi aberto e dele surgiram dois cachorros esverdeados.

"O que é isso?! Esse poder... Nós não seremos capazes!" Wikstrom gritou.

"Se eu não for capaz, quase ninguém será, eu não irei recuar!" Diantha gritou com sua Key Stone cintilando ao seu aperto.

"Mesmo com medo, estarei ao seu lado, minha princesa".

"A Princesa e o Cavaleiro?".

"Ao invés de um contra o outro, lutaremos juntos!".

5 comentários:

  1. e vamos de chorar de novo lendo essa história, o que eu chorei com o Magnemite foi uma sensação parecida aqui, quando a Serena vai comprar a câmera, nossa essa cena é linda eu estou tão orgulhoso dessa garota, como ela fala "Eu quero ser famosa!" de novo, ai fazia tanto tempoooo que ela não dizia isso, serena vá ser famosa mulher, por favooooor você merece a fama toda serena eu te amo você é a maior do mundo, eu fiquei tão aliviado até kkkkkk ai e você tinha razão sobre combinar com a vibe de final do ano, final de um ciclo, recomeço, quer que seja diferente, faça diferente, nem que seja começando pela origem como Korrina fez seguindo o conselho do Ramos que mais tarde eu volto a tocar nele, mas ai a Serena, amei o vídeo que ela gravou com a câmera (A SERENA TEM UMA CAMERAAAAAAAAA E EU NAO ACREDITO QUE ESTOU FELIZ DEMAIS COM ISSO DEPOIS DE 15 CAPITULOS, É SÓ UMA CAMERA GENTE, PQ EU ME IMPORTO TANTO COM ISSO???), a serena no video foi perfeita, eu amei a sinceridade nao acho que todo mundo vai comprar mas ai estou feliz por ela, quero muuuito saber os próximos passos da lenda, eu amei todas, literalmente todas, as cenas dela nesse capítulo, eu adoro que quando você descreve passa uma vibe da Serena também, tipo sobre ela não ser formada em geologia pra entender o surto que é o trajeto desse metrô, mas foi mesmo tudo perfeito, a forma como você conseguiu colocar em palavras realmente o que ela estava pensando e sentindo desse jeito, no metrô em seu diálogo com korrina, depois na parte toda com a Ária, foram momentos ótimos, eu acho que a Serena é minha preferida da fanfic mesmo, olha que geralmente eu nunca tenho protagonistas como meus preferidos kkkkkkk
    e vamos lá, ai não acredito ainda que a Ária vai ficar sem mão, coitada meu deus mas o pior que é difícil sentir pena porque parece algo tão necessário?? tipo algo precisava ser mudado, algo precisava ficar marcado, ser cortado, e a mão... parece até algo certo? Mas gente será que ela vai ficar com um cotoquinho ou vai botar uma prótese? -grito- meu deus desculpa se ofendi alguem sem mão mas estou curioso mesmo com o destino da mão da ária e como ela está digitando mensagem pra serena, será que ela só usa uma mão e agora digita mais lento (perdão)
    ramos eu tenho certeza que ele perdeu alguém já que algum dia ele já lutou por alguma pessoa e não faz isso há mto tempo, estou curioso com ele tbm mas adorei seu papel aqui, ele foi perfeito e amei sua delicadeza e serenidade em lidar com toda a situação e como ele estava mesmo fazendo algo por coumarine mesmo levando um fecho da korrina, adorei Docinho, adorei os

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  2. circulos magicos com energia solar da Jumpluff, adorei Bellossom e seu gif, amei o ramos mesmo e adoro korrina gritando com idoso, amo as situações que essa história permite. Também Korrina, sua conversa no metrô foi ótima, eu até senti a empolgação dela falando dos números e tudo mais, seu conflito em coumarine sobre lutar, ser ela a lutar, foi muito bom com o desfecho dela desinstalando aquele aplicativo, o prestígio que ela queria, ela se libertou disso tudo e a personagem dela nesses capítulos foi muito natural e bem inserida, eu gosto mesmo muitissimo dela e não sei se terá um destaque maior daqui pra frente, mas de qualquer forma ela teve um ótimo papel para a história, para serena e para sua própria personagem, com Celestial tocando e os três desfechos foi mesmo um momento que vou levar no coração, amei de verdade imaginar a Serena sorrindo, emocionada, chorando e orgulhosa sobre a câmera, respondendo a pergunta, e em seu vídeo falando que conseguiu com ajuda da Espurr e sendo sincera, falando sobre isso, quando ela estava no metrô e falou dos momentos no silêncio que tudo volta a cabeça, e depois falando de como Anisa, Michelly e resto a conheceram querendo ser famosa, como enfrentou grace e todo o restante pra perder tudo, queria até abraçar ela porque sei exatamente do que ela está falando, dói muito mas acho que estou motivado também para 2023, muito graças a essa história, muito por mim mesmo porque me sinto no lugar da Ária até, mas ai de qualquer forma tenho só a contemplar esses personagens
    agora falando mais sobre a Ária, a cena dela com a Serena, e a lore de espiritos que eu amo, nossa a Infinity Energy que atraiu os pokemon e a ária estava se corrompendo que pelo que eu entendi era se tornando parte da Infinity Energy também, mas aquelas vozes falando com ela sei não hein será que são as células do zygarde? mas nossa foram cenas bem tensas, a compreensão entre Serena e a Ária daquele jeito, as duas em lugares diferentes, a parte quando finalmente se ouvem e se ajudam, formando uma amizade, trocando o número, eu não achei as melhores palavras pra me expressar mas o jeito que você escreveu falando sobre os sentimentos dela é muito verdadeiro e bonito, a parte do farol, amei as conexões com água também, você usou aquela música pra dar o tom do capítulo e fez bem, amei a da beyoncé pra luta tbm combinou mto com a baderna toda e amo o Skiddo que estava forçando a cozinharem a torta de Rawst Berry. E o K'Sante fiquei até preocupado com aquela cena será que ele morreu k quer dizer... ele já tá morto né kkkkkkkkkk ai o que será que aconteceu, será que era só a comunicação nao sei mas quero saber k mas ai foi muito lindo, amei essa conclusão do luto pela espurr, foi super bonito, bem construído, não perdeu o estilo da fanfic, pelo contrário, amadureceu ele de forma que amadurecemos junto eu acho ao menos, pela prévia estou muito empolgado com os próximos acontecimentos principalmente pra saber pra quem Diantha está falando aquilo, será pra pessoa que ela venceu para se tornar Campeã? Lysandre?? Drasna?? Aí na hora é alguém que nunca vimos na vida tipo o Musculoso de Apenas um Show ou sla o Ivern do lol sua vaca nao teorizo nunca mais

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  3. mentira teorizo sim OS ZYGARDE ALI EM FORMA DE CACHORRO E VAMOS EQUILIBRAR TUDOOOOO e diantha e wikstrom as fanfics meu deus vai ter indecencia conto erotico saliencia e promiscuidade em crystal of life adoro tudo que eu gosto de ler e estou preocupado com quem ficou 7 dias sem comer, algo me diz que foi a Melody
    EU QUERO MTO O PROXIMO CAPITULO DAS LIGAÇÕES VAI SER MTO DIVERTIDO pena que só ano que vem mas ano que vem é amanha entao tudo bem poste amanha te amo amei o capitulo e amo essa historia só não amo sabe quem? a michelly ordinaria poluindo tudo com seus... nao vou falar a p* word

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  4. “Um tentou roubar o meu corpo!” As duas sorriram." É sobre isso...
    Estava curiosa para saber o que aconteceria depois do capítulo passado e este não decepcionou, acabamos o ano em grande <3
    “Ai eu particularmente adoro, gosto de deitar minha cabeça na janela e pensar que estou sofrendo por coisas que nunca vou viver" Ok me identifiquei muito com isso...
    Korrina falando que perdeu para uma Furfrou que cuspia fogo eu fiquei pensando que era um Arcanine, mas como ela é de Kalos associa ao cachorro da região, como Slurpuff não dava associou à Furfrou... não sei, franceses são meio burros mesmo... por outro lado pode ser uma Furfrou que comeu malagueta para treinar quando for forçar a entrada em Paldea na DLC de Kalos que existe sim, um Youtuber falou.
    Vendo Serena falando do passado me deu uma nostalgia... mesmo que essa fic nem 1 ano tenha, mas amanhã já fará parte do ano passado então já dá para falar de nostalgia sim! Mas enfim, senti algo reconfortante lembrando ela inocente saindo de Palle...Vaniville para ser famosa e tudo era um surto de alegria e emoção... terminou muito depressa, volta tempo! Ela comprando finalmente a bendita câmara foi tão perfeitinho, o começo do sonho e ela no final contando a história dela foi bem bonitinho e emotivo, gostei muito <3
    A musica da quebra voltou, o metro terá quebrado depois que elas sairam? Agora imaginei tudo um caos e elas saindo sem dar conta continuando a falar da vida como se nada fosse e um bombeiro passando por entre elas com um extintor para apagar o fogo e elas nada.
    E então chegamos a Hisui... pera, é Coumarine? Sério? Nossa...Tudo um caos, Pokémon atacando pessoas, até aqui tudo bem, mas um caos ainda assim...gostei de como Ramos foi introduzido nesse cap, ele calmo continuando sua poda enquanto o mundo arde, elas o julgando e no fim descobrem que ele realmente estava tentando salvar a cidade, adorei o momento delas descobrindo que ele estava fazendo a coisa certa e não era só um velho fazendo velhice...
    Adorei as cenas na cidade com os Pokémon atacando e Ramos defendendo junto com Korrina, tudo muito bem descrito e movimentado, Serena com Aria também ficou perfeito e a calma com que a Aria reagiu a ficar com a mão naquele estado e depois ficar sem ela demonstrou muito o crescimento dela em tão pouco tempo, aceitando que as coisas não eram mais as mesmas e que a mudança mesmo que violenta tem que ser aceitada por ela mesma, ficou mesmo muito bom
    Esse trailer no fim me deixou muito querendo mais, principalmente a parte de Diantha desafiando... Lysandre? E os Zygardogs aparecendo vai deitar o terror em Kalos, já estou pensando no que vem ai, mal posso esperar para ver.
    A fic que começou com "quero ser famosa" continua caminhando para o apocalipse and I'm all down for it <3

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  5. Ai!!! 🦝🦝🦝 Pra mim é um trio sim eu amo a energia da Serena com a Ária e com a Korrina também entendeu!!!! Korrina é muito querida por mim em três episodios virou minha preferida não sei explicar mas é igual aquele filme simplesmente acontece, estou assim com ela (っ^▿^)۶🍸🌟🍺٩(˘◡˘ ) Mas sério esse episódio foi muito bom! Eu amei que Serena e Ária se entenderam ao não se entenderem também, porque elas não precisam de muita conversa pra isso, elas estão numa situação parecida e achei pesado demais que a Ária perdeu a mão e ficou com uma consequência eterna disso tudo mas não foi culpa dela ninguém avisou ela de como usar a keystone das almas e a energia do infinito e tudo isso achei super injusto e tenho a mesma preocupação do CarbinkeTube sobre o K'Sante ter morrido mesmo ele já estando morto, , inclusive eu acho impossível jogar com ele sou toda da Seraphine mesmo. 🐰 . Eu também achei muito bom a Korrina batalhando adorei que ela tem um monferno e já sabemos varios pokemon dela ao mesmo tempo a negligência com o meditite que ela nunca leva com ela acho que vai ter mais disso depois espero que sim. Você é mesmo demais escrevendo batalhas e pokemon de verdade eu tambem rachei o bico nesse episódio hahaha e tambem entrei em depressão 👱🏼‍♀️ mas acho muito bom isso foi uma conclusão perfeita para o arco de luto e respeitosa, a Espurr continua deixando saudades mas foi simplesmente lindo ver a serena comprando a camera eu juro que gritei com minha almofada na boca porque eu fiquei MUUUUUUITO FELIZZZ! Eu seria seguidora da serena fiel mas seria cancelada por votar na melody algum dia. Alias por sua culpa eu quis voltar a assistir Pokemon vi alguns episodios do atual e odiei mas estou assistindo Kalos agora e é melhor, também por ter a Serena (>‿◠)✌Estou ansiosa para tudo que vamos ter e pelo trailer eu diria que o wikstrom pode morrer e a Diantha ficar diferente 🌈

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Capítulo 12: Isso é coisa de Arceus?!

Notas Iniciais: Meu deus, eu nem sei o que falar, pois esse capítulo era para ser rápido e bem...podem ver o que aconteceu, muito obrigada p...