Capitulo 6: Quem é que liga?

Notas Iniciais: Olaaaá, após todos os acontecimentos temos um capítulo que eu considero mais leve e também de transição para os próximos acontecimentos, confesso que foi bem divertido escrevê-lo e espero que gostem, e com vocês: Serena tenta resolver algo pelo telefone, mas descobre que as coisas podem não ser tão fáceis assim. 

Capítulo 6: Quem é que liga?!

    Em Lumiose, um toque de telefone foi ouvido por todos no estabelecimento, a faxineira que lustrava as louças utilizadas pelos Pokemon correu como um raio na direção do aparelho ao mesmo tempo: Anisa, a enfermeira Joy atendia uma criança com um Diglett que havia quebrado a perna após pular de um penhasco em Kalos.

“Está aqui Luisa Sonza, a Giselle sua Diglett já está curada após a internação, mais cuidado da próxima vez!” Falava a enfermeira.

“Muito obrigada, eu vou ser uma boa menina e tomar mais cuidado da próxima vez!”.

“Alô, eu sou a Serena!” Atendendo o telefone, a garota ouvia esperançosa pelo chamado, logo seus olhos arregalaram e suor pingou de sua testa.

“É ela? É do programa da Sandra?!” Anisa perguntou.

“Ligaram do tribunal de Kalos, vou ter que defender meu nome da justiça em duas semanas!” Choramingava a garota após desligar a ligação.

    A aspirante à performer tentava um recomeço em uma nova conta no Poketube, aspirando se tornar performer mais uma vez, dessa vez gostaria que seu caminho fosse trilhado por seu próprio esforço, ou ao menos o máximo que conseguisse.
    Apesar de seu vídeo de apresentação ter repercutido graças ao caso de Espurr chegando a ter cerca de 2000 mil visualizações, apenas 50 pessoas haviam realmente decidido apoiá-la e a seguiram no aplicativo, e durante esse tempo a garota ainda não sabia que tipo de conteúdo gostaria de produzir e nem sobre o que poderia falar.
    Durante o seu treino matinal, postou algumas fotos do nascer do sol que lhe chamaram atenção, uma vez que esse tipo de coisa costumava fazer sucesso, mas evitou mostrar seus Pokemon temendo ser algo muito banal de se mostrar.
    Estava sendo complicado pensar em algo interessante com suas postagens que deveriam fazer sucesso alcançando no máximo cinco curtidas.

“Então, antes de ontem, vi que estava tendo uma seleção para escolher o pobre da semana para aparecer no programa da Sandra, e eu me inscrevi, eles ficaram de me ligar para que eu fosse selecionada” Serena avisou à Michelly.

“E desde quando nós temos um telefone fixo? E por que essa mulher não te mandou uma ligação pelo Holo Caster?” Michelly perguntou enquanto balanceava os nutrientes da refeição dos Pokemon em uma nova tabela atualizando o cardápio.

“Michelly que pobre tem um holo caster tão fácil hoje em dia? Eu mesma nem comprei o meu!” Rebateu a garota.

“Tudo bem, caso o telefone toque e você estiver ocupada vou ver se eu atendo, mas vou logo avisando: resolver alguma coisa pelo telefone aqui em Kalos, não é tão simples quanto parece” Avisou a nutricionista.

“Ué, mas o que você quer dizer com isso?” Perguntou bem quando escutou o toque característico do aparelho do Centro Pokemon.

    Apressando o passo Serena se dirigiu até a recepção, conseguindo chegar antes que o aparelho cessasse seu toque, o levou até o ouvido dando uma pequena pausa para respirar e recobrando o ar da caminhada, iria falar quando ouviu alguém gritar do outro lado da linha:

“SPOINK, GRANBULL, SAFADA, NOJENTA, GOOMY! Você é uma ordinária, tomara que você apodreça na cadeia!”.

“Mas o que é isso?! Eu nem saí de casa e estou sendo ofendida!” Serena gritou assustada.

“Quem está falando? Não é da casa da Valerie?”.

“Não! É do Centro de Pokemon de Lumiose, o que você estava pensando?!”.

“Nossa, mas eu podia jurar que estava ligando para ela, é que estou no meu horário de almoço e sempre reservo um momento do meu dia para xingar a Valerie e tirar o estresse do trabalho”.

“Entendo é realmente necessário... mas nossa os telefones de Laverre nem tem o mesmo dígito de Lumiose” Serena refletiu.

“Você tem alguma coisa para resolver no telefone hoje?” Perguntou o homem.

“Sim, eu estou esperando uma ligação”.

“Nossa boa sorte minha filha, é que em Kalos quando você tem alguma coisa para resolver assim tem 75% de chance de todas as ligações da região serem direcionadas para o seu telefone, tenha um bom dia!” E então desligou.

    Enquanto Serena ajudava Damião a limpar as máquinas do laboratório, Anisa fazia os relatórios dos casos que havia respondido no dia, durante aquele mês fraturas e deslocamentos em Pokemon haviam sido uma constante.

“Espera, o que é isso?!” A mulher se perguntou vendo uma notificação na sua caixa de e-mails.

    Ao abri-la, descobriu tratar-se de uma nova seletiva para enfermeiros Pokemon já formados terem uma chance de estudarem num curso e se tornarem médicos, o seletivo teria três etapas e a inscrição para a primeira já havia começado.
    Consistindo num teste de conhecimentos gerais e atualidades de anatomia, enfermidade e situação dos Pokemon de Kalos tendo foco especifico em determinadas perguntas, ao lembrar-se de sua trajetória a enfermeira suspirou, será que valeria a pena dar um novo passo após ter uma carreira já consolidada? Será que valeria a pena se tornar médica? Ela nem sequer possuía uma tese de pesquisas e...
    O toque do telefone começou a reverberar pelo estabelecimento.

“Alô? É do programa da Sandra?” Perguntou a mulher.

“Volta para mim genésio! Por favor, eu errei, mas juro eu estou arrependida!” Uma mulher alterada falava ao celular.

“Mas que diabos?!...”

“Eu só fiquei com a Marinete uma vez, tá eu também fiquei com o Luisinho uma vez e com a Antônia, mas foi só uma vez! E eu posso até ter gasto todo o nosso salário, mas foi pelos produtos da Mimi, ela me prometeu que perdoaria todos os meus pecados e...”.

“Escuta só, eu tenho mais o que fazer!” Anisa gritou batendo o telefone, no momento em que a porta do Centro Pokemon foi aberta.

    Uma jovem loira trajando uma roupa elegante num tom roxo escuro entrava pela portaria, segurava uma pokebola em mãos com muito cuidado e a fitava com certa tristeza em seu olhar, em sua orelha possuía um brinco que refletia a luz da tarde semelhante a um vitral de uma igreja, assim que ela se aproximou mais Anisa pôde ver que se tratava de uma Key Stone.

“Boa tarde! No que podemos ajudar?!” Perguntou.

“Olá, eu sou a Astrid, e acabei de ser derrotada no ginásio de Lumiose, por favor, cuide do meu Absol” A garota comentou cabisbaixa enquanto entregava o objeto a profissional da saúde.

“Com todo o prazer e... está tudo bem?” Preocupada, o tom de voz de Anisa era ameno.

“Olha para falar a verdade não, eu já viajei por oito regiões tentando vencer a liga e fui derrotada em todas elas! Eu genuinamente sinto que meu propósito é ser uma treinadora, mas a cada dia é mais dificil me convencer disso quando tudo o que tenho para me motivar são uma sequência de erros...” A garota confessou enquanto sentava em uma das poltronas, olheiras apareceram abaixo de seus olhos, seguido de um sorriso que evidenciava ainda mais seu cansaço

“Eu até levei meu estojo de insignias para me benzer lá em Shalour, mas nem assim da jeito eu acho que eu deveria desistir...” Desabafou olhando para o chão.

“Eu queria saber é porque que você ainda continua tentando” Michelly comentou ouvindo a conversa escondida.

“Michelly vá procurar se dar ao respeito! Não escute ela querida, ela é só amargurada pela vida que ela mesma escolheu” Fuzilando a nutricionista com o olhar que passou a sentar-se na poltrona do estabelecimento lixando as unhas 

“Por experiência própria, é dificil lidar com falhas sucessivas pois elas tornam o ato de se dedicar um pouco mais num martírio, mas sugiro que tire um tempo para pensar em como as coisas funcionam para você e assim reavaliar as coisas” Anisa sorriu levando a pokebola da garota para uma avaliação, a deixando pensativa.

    Um toque de celular logo foi ouvido.

“Ei!” Chamou a nutricionista, “Ei menina fracassada, atende aí para mim que estou ocupada!” Michelly pediu.

“Mas você não esta fazendo nada!” Devolveu a treinadora fracassada.

“E muito menos você!” E dito isto voltou a lixar suas unhas.

    Sem outras opções, a menina resolveu atender.

“Alô?! Quem é que liga?” Astrid pegou o telefone.

“Estou REVOLTADA! Quero saber se aquela Snubull da Malva vai consertar o sinal do meu holo caster ou não? Nenhum deles está funcionando aqui em Anistar e eu ligo para ela faz três semanas e ela só me oferece os óculos contrabandeados dela! Meu cunhado comprou um ontem  mesmo eu não dizendo para não comprar e já está cego!”..

“E o que eu tenho haver com isso?” Rebateu a garota antes de desligar.

(mantenha até o final do segmento pleaase)

    Ansiosa, a funcionária do Centro Pokemon finalmente havia terminado de limpar a sala das máquinas, havia publicado uma frase motivacional de Seraphine em seu perfil do Poketube que dizia:

“É sempre bom encontrar sua própria voz, mesmo nas menores coisas!”.

“Minha filha você quer ser performer ou psicóloga? Que tanta motivação é essa mulher, você não faz nada que dê inveja nos outros para eu poder te seguir?” Fora o que comentário que recebera em resposta.

    Suspirando a menina passava na frente do telefone, no exato momento em que ele tocou.

“Alô...” Começou já desanimada.

“Aqui é a equipe do programa da Sandra” Anunciou a voz da secretária do outro lado, o que iluminou os olhos da menina.

“Sério? Ai meu deus eu vou ser selecionada?!” Serena gritou de empolgação.

“Também não sabemos, só estamos ligando para avisar que ainda vamos te ligar, fique atenta, boa sorte e tenha um bom dia” Respondeu a secretária desligando em seguida.

    Serena cogitou seguir a dica que recebera mais cedo e digitar o número de Valerie para xingá-la e aliviar seu stress, mas seu olhar encontrou a fachada de sua lojinha e logo uma ideia surgiu em sua mente.

“Posso tentar fazer conteúdo sobre isso! Posso gravar o preparo da nova receita!”.

    Desde que voltou de Coumarine, a menina sentia esperança dentro de si o que lhe havia dado inspiração para criar uma nova receita para refletir um pouco de como ela se sentia agora.
    Se antes mal tinha empolgação, agora sentia uma vontade de fazer algo mesmo que não soubesse o que queria fazer, mas se sentir disposta para algo era quase um alívio após um mês inteiro de sofrimento, e para isso desenvolveu uma sobremesa servida em uma taça como uma espécie de drink doce lotado de boas intenções e das coisas que mais gostava, celebrando o fato de que havia finalmente conseguido dar alguns passos em frente.

“Mawile, você quer me acompanhar?!” Perguntou a garota para a Pokemon que rabiscava na recepção.

    A Pokemon rabiscava entediada, ao ouvir o convite a fitou por alguns instantes, pensando a respeito e decidindo que tentaria incentivar a amiga, deixando os sketches de lado foi em sua direção..

“Magnemite! Também preciso de você! Pode me ajudar? Eu preciso que você filme a fachada da loja passando a câmera bem devagar, mas em vários ângulos!” Disse a menina para o metálico que sorriu assentindo, pegando a câmera com seus imãs o Pokemon passava o objeto por cima de todo o estabelecimento vindo debaixo para cima, em seguida dos lados alternando a proximidade com que filmava para criar clipes com efeitos diferentes.

“Estou animada para tentar essa receita, já faz um tempo desde que não cozinho, você pode desenhar enquanto isso e podemos conversar!” A menina comentou com sua parceira.

“Wile! Wile! Mawile” A metálica negou, sinalizando que a ajudaria na receita.

“Tem certeza?! Bom, então vamos começar!”.

    Indo até a cozinha, a menina se agachou tirando debaixo do balcão um caixote cheio de berries, das quais Mawile nunca havia ouvido falar ficando impressionada, enquanto Magnemite flutuava ao redor de ambas clicando para mostrar um take das berries num caixote o salvando e adicionando um efeito distorcido.

“Eu quero que essa sobremesa tenha uma estética de classe! Como se eu fosse fina, entende?” A menina disse fazendo uma pose enquanto a metálica sorria.

“Wile, Wile!” A pokemon também a imitou.

“Isso você pegou o espirito! Por isso as Grepa Berry vão trazer o dourado! Enquanto adicionaremos Persim Berry para uma farofa rosa como se fosse uma purpurina trazendo uma delicadeza, mas primeiro vou cortar o chocolate para a ganache e você pode mexer as Grepa berries!” Serena começava girando a faca em suas mãos e colocando uma das duas barras sobre a mesa picando-a em pedaços.

“Mawi-Mawi! Mawile!” A pokemon segurava a mão pedindo para ser ensinada.

“Eu estou cortando, você tem que misturar o creme de leite com as Grepa Berry amassadas, lembra!” A garota disse um pouco impaciente.

“Mawi Mawi!” Mawile sinalizou dizendo que não gostaria de fazer aquilo, deixando Serena confusa.

“O que aconteceu? Você sempre preferiu mexer as coisas Esp-...” Ao quase pronunciar o nome, se tocou do que estava fazendo.

    Espurr se divertia mais usando seus poderes psíquicos para mexer as tigelas toda de uma vez, segurar coisas ou mesmo manobrar o forno, sentindo um traço de culpa, a menina suspirou por alguns instantes.

“Me desculpe, Mawile...eu...eu não sei o que deu em mim, mas toma pode testar” A garota entregou a faca para a fada que segurou em sua mão tentando tranquiliza-la.

“Certo, você vai fazer assim: segurar com uma mão e seu braço vai fazer esse movimento, entendeu?” Serena demonstrou para sua parceira cortando uma Grepa berry em cubinhos para depois amassá-las, ainda desconcertada pelo que havia ocorrido.

“Mawi Mawi?!” Mostrou a metálica cortando um pedaço duas vezes maior que o normal.

“Está no caminho” As duas sorriram sentindo o clima aos poucos voltar a ficar tranquilo.

    Magnemite passou mais uma vez pelo ar enquanto filmava os chocolates já picados em uma bandeja, as Grepa Berry sendo amassadas e logo após colocadas em um liquidificador para que virassem uma pasta dourada..

“Honedge pode ligar a televisão se quiser!” A menina disse enquanto a espada não perdeu tempo em ir até o aparelho.

    A televisão acendeu e o que apareceu fora um comercial de Lysandre em uma sala preta com tracejados laranja contornado as paredes em uma decoração, a menina logo teve seu olhar atraído focando e voltando a reconhecer uma mancha obscura presente em metade do rosto daquele homem.

“O que é isso? E por que só eu pareço ver?”.

    Com vários sofás de tons vinho ao redor, havia algumas mesas com alguns globos mostrando o mapa do mundo junto de miniaturas de aviões, banners estendidos enquanto um holograma segurava um cupom de passagens aéreas, numa cadeira giratória um Chespin utilizando óculos de leitura dava várias voltas em torno de si mesmo parecendo se divertir.

“Eu e o mascote das Empresas Flare, Senhor Cascudo, estamos aqui para anunciar nossa nova parceira a agência de turismo Whirlwind: um sopro para novos ares, que garante locais lindos para você visitar!” O homem dizia de braços abertos.

“Ches-Ches, CHESPIN!” Cascudo sorria levantando da cadeira enquanto um globo de pelúcia caía do teto e ele o abraçava.

“Para celebrar nossa parceria estamos promovendo uma ação por toda Kalos! Nos juntamos com a Organização Nacional das Sky Battles onde vários Sky Trainers montaram postos de combate em diferentes rotas e cidades, caso se sintam prontos pode desafia-los e os derrotando você ganha um Holo Caster totalmente gratuito! Corram, pois só possuem 50 disponíveis!” Anunciou Lysandre.

“Ai muda de canal que tá podre, e ai se um dia eu for famosa, me lembre de nunca comprar passagens nessa empresa, por favor” Comentava ainda assistindo o programa, em seguida mudando para um canal que reprisava clipes de performers com um clipe da performance de Allexya Lyandra.

“Hone, Hone!” A espada sorria empolgada.

“Se trabalharmos bastante, um dia você poderá estar nesse canal, Honedge!” Incentivou a garota, enquanto a fantasma assistia ao clipe encantada.

    Desse modo, Serena misturou a pasta de Grepa Berry com o creme de leite e leite de condensado, o levando ao fogo no mesmo tempo em que Mawile colocava os pedaços de chocolate em uma panela, ambas pegaram uma colher de madeira para mexer a receita enquanto Magnemite flutuava acima das duas mostrando a massa ainda líquida.
    O dourado da pasta de Grepa Berry se dissolvia em meio ao leite conforme Serena mexia com consistência, mas sem exagerar na força e sua cor virava um tom mais brilhante de dourado enquanto o chocolate derretia a medida que Mawile mantinha o movimento ficando impressionada com o cheiro e orgulhosa de si mesma.

“Vamos adicionar um pouco de amido para que engrosse!” Advertiu a garota colocando duas colheres em cada e agora a câmera flagrava o encorpamento dos dois cremes que já estavam ao ponto.

    Honedge fatiou as Persim Berry as reduzindo até virarem pó, e tudo estava pronto para a montagem.

“Mite Mite!” Chiando o metálico mostrou conforme a garota colocava cerca de 50 taças recicláveis em cima da mesa, com uma colher colocava um pouco da ganache, polvilhando algumas nozes por cima para a crocância.

    Em seguida, Mawile espalhava o creme de Grepa Berry com seu dourado brilhante cintilando em contraste com o chocolate, fazendo duas camadas alternadas de cada com o fim sendo um confeitado do pó de Persim Berry.
    Honedge colocava guarda-chuvas pequenos para simular o efeito de um drink.

“E com isso já podemos celebrar, servidos?” Sorriu a garota para a câmera, quando...

    O telefone tocou com a garota ainda segurando as sobremesas.

“Mawile, atenda, por favor!”.

    Indo até o aparelho, Mawile o tirou do gancho o levando ao ouvido.

“Wile, Wile, Ma?” Perguntou a pokemon.

“Bom dia, eu queria saber se é aqui que liga para ficar sabendo do gênero do bebê da Ketlin?” Perguntou o idoso

“Mawile Male Mawi” A pokemon comentou sem entender.

“É que ela divulgou no perfil dela ontem uma publi sobre lentes para câmeras, e eu fiquei sem entender, porque ela esta grávida né e câmeras não tem haver com bebês, você acha que... ela esta tendo uma vida normal?” Perguntou o homem tendo o telefone desligado na sua cara em seguida.

    Sem nada para fazer o resto do dia, Serena decidiu sentar em frente ao telefone esperando o horário em que a ligariam, após cerca de meia hora sem ligação alguma, já estava indo embora quando ouviu o aparelho voltar a tocar;

“Alô? Quem é que liga?”.

“Oi, mulher vai logo anotando minha ficha que eu quero almoçar hoje, o número é 3254....” Uma criança informava do outro lado.

“Mas que ficha é essa? Olha aqui eu não sou nenhum órgão público tá doido!”.

“Então a cesta básica que a Diantha prometeu para os desabrigados dos terremotos que estão acontecendo por Kalos essa semana era tudo mentira? Aquela Miltank! Meu deus, eu sabia que não dava para confiar na mídia! O que eu vou comer!” Chorava a criança desesperada.

“Meu deus eu não sabia que era sério, me desculpa, mas é melhor você ligar pra...” Tentou falar, mas a menina já havia desligado.

“Boa tarde, ligamos para informar que você ganhou!” Uma atendente falava.

“Meu deus, finalmente! Quando é que posso ir ao programa?” Serena perguntava aliviada pelo dia ter valido a pena.

“Programa? Mas que programa? Estou ligando para informar a Roberta para vir buscar seu fogão aqui na Ricardo Eletric’s, ele vem acompanhado de um Rotom que o assombra há muitos anos e desenvolveu dependência emocional, informamos que devido ao laudo médico apresentado pelo Pokemon não conseguimos retirá-lo” Informou.

“Mas que inferno! A Dona Roberta mora na casa ao lado, tente ligar de novo...” Resmungou a menina já irritada.

“A culpa é sua, da próxima vez é melhor não deixar nada para resolver no telefone!” A atendente disparou em seguida batendo o telefone deixando Serena já em lágrimas.

“E eu só tenho que informar os meus dados para ganhar um caminhão com um ano de mantimentos vitalícios?” Perguntava a menina falando ao telefone.

“Exatamente, é a promoção lançada pela Drasna para limpar o seu nome e provar que ela se importa com o povo, é o Caminhão Altaria pela Paz em parceria com Mimi a Purista” Uma voz conhecida respondia.

“Vamos começar com algumas perguntas iniciais para ter certeza de que você não é um robô”.

“Certo, pode perguntar”.

“O que é que a Drasna sempre quis, mas nunca vai conseguir?”.

“Deixa eu pensar... hitar solo?”.

“Correto!”.

“Valerie nunca será...”

“Artista”.

“Meu deus você está indo muito bem!”.

“A última pergunta para que você possa me fornecer seus dados, qual o ensinamento Ária deixou para o mundo?”.

“Um guia detalhado de como fracassar uma carreira de quatro anos” Serena respondeu.

    No hospital de Coumarine, Ária acordou com um grito ao sentir uma pontada em seu ouvido.

“Desgraçada, tem alguém falando mal de mim!”.

“Bom, meu nome é Serena, eu moro em Lumiose atualmente e o meu CPF é 690” Começava a menina quando ouviu a voz do outro lado resmungar.

“S-Serena? Com esse seu CPF podre eu nem consigo dar um golpe!” A voz falou em um tom normal, o que a menina logo reconheceu ser a voz de Melody.

“Melody!? Então é você que está por trás do novo cancelamento dela dessa semana, mas porque está passando trote e não fala mais comigo?!” Perguntou a menina curiosa.

“Desculpe, mas não quero falar agora!” Desligando em seguida, deixando a confusa, após procurar o perfil de Melody no Poketube reparou que a garota postava apenas polêmicas para conseguir likes não aparecendo mais em nenhum perfil.

“Alô, boa tarde, eu sou o Doutor Mauricio a senhora está sentada? Temos uma notícia que provavelmente vai lhe abalar” Dizia com a voz incisiva.

“Ai meu deus! Pode falar doutor, eu estou pronta!” Serena respondia com Mawile arrastando uma das poltronas até o telefone para que ela pudesse se sentar.

“Lamentos informar, mas é verdade, confirmamos no exame que você fez semana passada e seu câncer esta em estágio terminal, o máximo que podemos fazer é te dar mais uma semana de vida” Informou o doutor e os olhos da menina se encheram de lágrimas.

“Ai doutor, meu deus! Como assim uma semana de vida? O que eu vou fazer?! E os meus objetivos! Eu nem sou famosa!”.

“Eu sei que é dificil processar”.

 “Eu não acredito, pois eu vou passar ai no hospital amanhã...” A menina começou, então percebendo que não era com ela desligando enfim o telefone.

“Alô? Mãe?” Perguntou uma voz do outro lado.

“Kiawe?! Como você tem o número do Centro Pokemon de Lumiose?” Perguntou a menina sorrindo.

“Na verdade eu estava ligando para a minha mãe e por algum motivo você atendeu... mas diz aí o que está fazendo?” O menino perguntou.

“Estou tentando retomar minha carreira, mas está complicado... Eu não faço ideia do que postar e não sei como produzir algum conteúdo... Aliás obrigada pelas mensagens de apoio que me mandou” Agradeceu.

“Foi um prazer! Por falar nisso! Tive uma ideia, por que não vem aqui em Clario Town amanhã cobrir o Showcase que irei participar? Vou te enviar um convite formal pelo Poketube e assim você pode entrar, cobrir o evento e atrair mais seguidores!” Kiawe disse por fim.

“Nossa, é uma ótima oportunidade! Obrigada, eu irei sim, desculpe por atrapalhar sua ligação com a sua mãe!”.

“Imagina, vai ser um prazer ter você aqui... E ter alguma companhia sem que eu me sinta deslocado... Mas até amanhã!”.

    Assim que ele desligou outra chamada entrou na linha.

“Ai, quem é que vem me infernizar dessa vez!” Gritou a menina no telefone.

“Somos da equipe do programa da Sandra... Você considera um incomodo a nossa ligação?” Perguntou o atendente.

“Não, não! Claro que não, podem falar!”.

“Certo, estamos ligando para avisar que você entrou para os cinco candidatos que podem vir ao programa, vamos enviar um e-mail dentro de alguns dias informado, tenha um bom dia” O atendente desligou enquanto a menina caia de joelhos no chão com Mawile a consolando.

“Não acredito que esperei tanto essa ligação para no fim ser só isso...”.

    Em um lugar longe dali, em uma construção história conhecida como Plateau, sendo o pináculo onde residiam os quatro melhores treinadores Pokemon da região que superaram os outros tipos e se sagravam como a Elite 4.
    Acima deles, reinava, Diantha a grande campeã da região, até então permanecia invicta em seu mandado e apesar de todos os comentários a respeito de algumas das suas decisões se esforçava para tornar Kalos um lugar melhor para as pessoas, o que por vezes provocava conflitos entre ativistas pelos direitos dos Pokemon.
    Algumas pessoas diziam que sua atual personalidade estava ligada a um suposto acidente com sua família que acontecera no mesmo dia em que se sagrou como campeã.
    Diantha encontrava-se na sacada de seu quarto no palácio da liga, sendo o quarto mais alto, sentada em uma cadeira branca, dispunha de uma grande montanha de papéis ao seu redor todas com planilhas, projetos, sugestões, gráficos e informações a respeito da região.

“O problema em Coumarine foi resolvido, o metrô realmente tornou o deslocamento mais fácil para as pessoas, ainda preciso pensar em um projeto que integre mais a vegetação com a cidade... mas seria bom adiantar um caminho melhor para o acesso de Cyllage, a cidade trabalha muito bem com minérios da montanha, mas ainda é dificil de acessar...” Pensava a mulher quando ouviu passos atrás de si com o tintilar característico da armadura de Wikstrom.

“Não acha que está trabalhando muito atualmente? Pode descansar um pouco de vez em quando” O homem sorriu sentando-se ao lado dela.

“Eu acho que poderia fazer mais... Digo, estou numa posição de poder e mesmo tentando ainda tem tanta coisa faltando na região que eu deveria saber... e...” A mulher começou a correr os olhos de papel em papel.

“Quem foi dessa vez?” Perguntou o homem apoiando o queixo em uma das mãos.

“Wulfric e os reitores de Snowbelle, eles acusaram meu projeto do metrô de interferir com o equilibrio ambiental de Coumarine e agora Grant e as autoridades de Cyllage estão receosas de fecharem acordos comigo! Por um lado eles estão certos, o projeto interviu com muitos biomas e tivemos que realizar uma grande obra eu verifiquei o máximo para não causar tantos danos aos Pokemon, mas não pude evitar certas coisas... Ainda assim tivemos ótimos resultados! Possibilitou uma comunicação melhor entre Coumarine e as outras cidades melhorando a vida das pessoas, eu não quero que ninguém mais seja silenciado! E é dificil conseguir isso sem alguns sacrifícios... Eu não sei o que fazer...” Diantha comentou finalmente largando os papeis e o olhando com alguma vulnerabilidade.

“Venha cá, acalme-se, vamos pensar em alguma saída juntos” Wikstrom a tomou em um abraço, com o céu enchendo-se de estrelas.

“Ai que egoísta, nem perguntei como foi o seu dia!” Diantha sorriu.

“Tive uma luta complicada, um adversário superou todas as minhas estratégias com o Klefki de um modo que me deixou muito surpreso, quase não consegui derrotá-lo com Scizor... Sinto que minhas habilidades como cavaleiro estão começando a ficar datadas após lutar só nesse campo por muito tempo” Wikstrom contou ainda abraçado à ela, quando a mulher sorriu o roubando um beijo.

“Você e seu sonho de ser um cavaleiro, não acha que já está muito velho para isso?” Sorriu.

“Nunca! Descobri que diferente dos contos eu posso ser um cavaleiro de várias formas! E minha próxima guerra é contra o World Tournament! Enfrentar adversários ainda mais poderosos enquanto mantenho meu título de E4 ou talvez eu possa abrir uma metalúrgica e vender armaduras para quem se interessar” Brincou o cavaleiro.

    O telefone de Diantha tocou e ela logo o levou ao ouvido.

“Alô, quem é que liga? O quê?! Eu já estou indo... Tem certeza de que não é preciso?! Okay... certo” A mulher desligou o aparelho o fitando por algum tempo e então voltou-se para Wikstrom.

“Era do hospital... estão mantendo um quadro relativamente estável, mas eles pioraram... de novo!”.

Notas Finais: Espero que tenham gostado, algumas dessas ligações realmente foram inspiradas em histórias verdadeiras, e obrigado por lerem <3