Notas iniciais: Essa história continua! Neste capítulo vamos explorar um pouco da rotina de Wally tentando entender o que fazer com o novo presente que ganhou, enquanto Audino passa por alguns questionamentos sobre o que aconteceu no dia passado.
O arco Coisas Naturais começa com choques pequenos, mas promete ficar eletrizante!
Capítulo 2: Caminhada Matinal! –
Arco Coisas Naturais!
Com uma das folhas de vidro
abertas, a luz dourada do sol se pondo adentrava pela janela de uma casa
localizada em Verdanturf na região de Hoenn. A vista dava para uma mesa de
madeira rústica e redonda decorada por uma toalha em tons creme e alaranjados
com padrões circulares.
Sob ela, uma xícara de porcelana
branca, com detalhes dourados em uma tira azulada residia, soltando um vapor
devido a sua fervura recente. A mão de uma mulher segurou o objeto pela alça e
o levou a boca, fechando os olhos enquanto dava um grande gole tentando digerir
junto com o líquido, as palavras de seu filho.
Wally estava sentado na cabeceira
da mesa. A lançava olhares curtos enquanto colocava um braço por cima do outro
sob a mesa. Havia tomado um banho e passado pomada em suas feridas.
“Então...” Audino começou, estava
de frente para a mulher, mantinha os braços alinhados com o corpo e sua mão
tocava no assento da cadeira.
Cerrou os olhos encarando Isabel
e seus cabelos esverdeados presos em uma trança que caia por sob o ombro
esperando por alguma resposta. Na divisão entre a sala de estar e a pequena
sala de jantar era possível encontrar a incubadora que guardava o ovo presenteado
por Hop em uma mesinha de madeira onde alguns retratos de cidades como
Motostoke, Lumiose e Castelia eram exibidos.
“Hm, você está me dizendo,
literalmente no seu caso Audino, que vocês dois encontraram um tipo de...poça
mágica que te transformou e vocês dois lutaram contra uma entidade, saíram
vivos e agora você fala?” Isabel perguntou aos dois piscando os olhos duas
vezes ao finalizar suas próprias palavras.
“Exatamente!” Audino concordou
dando de ombros.
“Eu sei que parece estranho,
mas...” Começou o menino tentando encontrar palavras.
“Wally, eu sempre disse para não
ir as colinas sozinho por um motivo, só não imaginava estar tão certa, quanto a
você como pôde fazer isso? E se o Wally tivesse alguma crise! O terreno é muito
mais íngreme nas colinas e o ar é muito mais complicado!” O tom de voz da
mulher alternava entre repreensão e acusação conforme alternava a direção de
suas palavras.
“Ele não estava sozinho, eu estava
lá e o curei como sempre fiz e Wally não é mais uma criança!” Audino retrucou
inclinando-se para frente enquanto a encarava nos olhos.
“Me desculpe...eu não pensei
direito quando estava subindo, eu só...não soube bem o que fazer!” Também não
tinha ideia do que dizer, apenas encarar as suas mãos que não sabiam qual a
melhor posição para ficar durante a conversa.
“Pra ser sincera eu nem sei como
processar, ou mesmo o que fazer...você, eu acho melhor que você não fale com
ninguém além de nós e...” Começou a mulher levando a mão a testa quando o
garoto a chamou atenção.
Audino ouviu as palavras,
passando a encarar a parede do outro lado onde residia um móvel decorado por
flores.
“O Hop já sabe...além disso, o ovo que ele me deu, você acha que se ele chocar agora, eu consigo competir no contest que vai acontecer daqui a uma semana?” Perguntou o menino desfazendo a posição de seus braços e inclinando o corpo a frente sem perceber.
“Como se já não bastassem todos os problemas que teremos que resolver, ainda tem mais isso, não sei nem porque você aceitou, você pode ir ver o contest se quiser, mas competir acho que já é esforço demais” Opinou a mulher, o garoto voltou a colocar seus braços sobre a mesa.
“Tudo bem...acho que irei só ver
o contest de qualquer forma” Wally concluiu olhando a cabeça para os lados.
“Certo fale com o Hop para ele
não contar a ninguém sobre isso, e Audino, temos que fazer o checklist da
semana, o centro pokemon está esperando o relatório” Isabel a chamou e a
pokemon assentiu.
“Tudo bem” Respondeu a pokemon
ainda digerindo aquela conversa.
“Pelo menos será mais fácil agora
que consigo entender completamente o que você diz” A mulher disse
levantando-se, indo até o móvel ornamentado por flores. Abrindo a gaveta e
tirando uma agenda com um questionário lotado de informações e um estojo com
materiais de papelaria.
Empurrando a cadeira de volta ao
seu lugar, o menino foi até a mesinha segurando a incubadora com as duas mãos.
Andou passando pelo sofá e a televisão, virando a esquerda abrindo e fechando a
porta do seu quarto num movimento só.
No cômodo, apenas mobília
simples, pois de acordo com a sua mãe eles deveriam evitar qualquer acúmulo de
poeira. Havia uma cama de solteiro, um poof verde com um tapete no chão,
próximo a cama estampado na parede via-se um pôster de Lisia junto de Ali, na
parede a direita da porta repousava seu guarda roupa. Um pouco após a porta
estavam prateleiras de vidro onde um pedaço de coral dado por Hop ainda estava
ali ao lado de um lenço de cor verde pastel.
O menino afundou na cama e olhou
para a janela, era possível ver a lua no céu ao longe, abraçando o objeto que
guardava o ovo como se de alguma forma pudesse obter forças. Ele competiria no
contest de Verdanturf, não importava o que acontecesse, faria de tudo para o
ovo chocar.
A porta da casa de Wally,
decorada com uma pintura de um Taillow abria-se pela manhã, era por volta de umas
9 horas da manhã. O menino colocou os pés para fora inspirando o ar da cidade:
era quase um convite aos pulmões, uma vez que era purificado pelas árvores. Somado
ao fraco aroma das flores e dos pokemons que mantinham o local era o ambiente
perfeito, quase esquecia a bombinha de oxigênio em seu bolso.
“Você precisa fazer sua caminhada
matinal amanhã, podem ir até o começo da rota 07 no máximo!” Isabel alertara os
dois antes de sair de casa para ir à loja de flores.
“Ué, o Hop não veio com você
hoje?” Perguntou Audino surgindo de trás dele olhando de um lado para o outro.
“Ele me mandou mensagem pelo
pokegear avisando que está treinando pro contest com o Tokito, o Mudkip dele,
quer fazer surpresas, então acho que hoje seremos só eu, você e o quer que
esteja aqui dentro” Explicou o garoto segurando a incubadora com ovo em seu
centro.
“Tomara que nenhuma criatura com
poderes não identificáveis apareça para tentar nos matar” Audino comentou
colocando-se em movimento junto a ele.
“Por favor, dois dias seguidos eu
acho que não aguento”.
Os dois passaram em frente ao
laboratório que vendia medicamentos fabricados de forma natural, observaram a
fachada da barraca de bolos da Maria Claudia que possuía uma foto dela e do seu
Volbeat ilustrados.
Algumas pessoas passavam por ele
o cumprimentando, à medida que se aproximavam do grande arco feito de madeira e
sustentando por duas pilastras do mesmo material, dentro do arco era possível
ler: BEM VINDO / VOLTE LOGO dependendo do lado que você estivesse.
No céu azulado o menino notou
haver poucas nuvens, e enquanto passava pelo portal da cidade se perguntava
qual seria a sensação de deixar aquela cidade sabendo que seu destino seria
ditado apenas por ele, mas seu devaneio durou pouco, pois logo conseguiu
observar a praça a qual ficaria nesse momento.
“Então...você dormiu bem ou algo
assim?” Perguntou tentando puxar assunto com sua pokemon acompanhante.
“Gostaria de dizer que sim, mas
demorei mais do que o normal, depois...depois do que aconteceu me sinto
estranha, mas é melhor não falarmos sobre isso, você ouviu sua mãe” Audino
comentou de forma breve, encerrando a conversa.
“Acho que tem razão, bem, eu passei
parte da noite procurando fatos que ajudam ovos a chocarem mais rápido, então
descobri que se você expor eles ao calor eles provavelmente tendem a nascerem
logo, então, vou coloca-la sob o sol!” Wally comentou empolgado apressando o
passo em direção a área de vivência que ali existia.
“Espere, não vá tão rápido!” Comentou a pokemon tipo normal indo atrás dele.
Os dois se dirigiam em direção a
uma área de vivência construída ali há uns dez anos. Consistia numa cerca viva
de murtas que cobriam arcos metálicos mantendo a consistência com o verde do
local. Na fachada de entrada a vegetação contornava os padrões até desenhar
flores para dar as boas-vindas aqueles que passavam pelo arco inicial.
Dentro do espaço havia diversos
arbustos esculpidos em formatos geométricos para decoração. Wally passava por
entre os arbustos franzindo o cenho enquanto olhava ao redor, conforme andava
seu casaco cinzento encostava nas folhagens ficando com algumas grudadas pelo
corpo da roupa. Tentava decidir em qual banco ficaria, optando pelos que
estavam ao final do local.
“Ali!” Apontou com o indicador
enquanto abraçava a incubadora com o outro braço “Tem um foco de luz do sol!”
Wally comentou correndo até o lugar.
“Olha, vá com calma! Eu estudei
na escola de medicina e apesar do calor realmente ajudar, não crie tantas
expectativas cada pokemon tem seu próprio tempo e condi...” A pokemon começou,
mas logo fora interrompida.
“Eu vi na internet Audino! Era de
um daycare em Kalos e acho até que a campeã deles...aquela Diantha aparece no
fundo, eles devem ser confiáveis!” Wally falou por cima dela enquanto
acomodava-se no banco colocando a incubadora sob a luz do sol.
“Não é bem assim...” Começou a
pokemon, mas as palavras morreram em sua garganta a medida em que seus olhos
baixavam ao perceber que o menino mal a olhava enquanto falava.
Wally apertou o botão central do
objeto permitindo com que a capsula abrisse para absorver a luminosidade do
astro. Então, se pôs de prontidão: as mãos encostadas no banco, os pés juntos e
o rosto vidrado sem tirar os olhos do objeto, torcendo para que a qualquer
momento algo acontecesse.
Desistindo de olhar para aquilo,
Audino voltou-se para o lado oposto do garoto vendo o que acontecia naquela
rota onde estava. Por mais que tentasse buscar distração em duas Illumises
conversando sobre o caso amoroso delas violar as regras naturais da espécie
enquanto uma delas jurava que aprenderia Tail Glow independente do gênero,
havia algo em seu peito que não a permitia focar.
Observou as pessoas que
realizavam caminhadas matinais por ali, até reparar em um garoto caminhando por
entre a rota. Seu cabelo rosado com a raiz loira fazia com que se destacasse em
meio ao local. Ele mesmo lançava alguns olhares de julgamento para a área a sua
volta que logo voltavam para uma expressão normal.
“Que inferno, esse bicho não vai
chocar nunca! Ele precisa chocar hoje! Como vou competir no contest com um
pokemon que mal viveu um dia?!” Praguejou o garoto cerrando os punhos e
apertando o botão da capsula para que se fechasse novamente.
“Wally, calma, não é assim que as
coisas funcionam! Cada pokemon demora o seu próprio tempo e se você quiser
criar uma boa conexão com ele, precisa deixar isso claro e não pressiona-lo,
pois pode afetar! Essa fase para nós é muito sensível” Audino o aconselhou
tentando ser compassiva.
“E agora que você vem me avisar?!
Hop não me diz o que é, eu não posso participar do contest, não posso mal sair
de casa agora e tudo é culpa sua!” O garoto apontou o dedo para ela que
arregalou os olhos.
“Culpa minha?! Como você pode
dizer isso?!” A pokemon perguntou em resposta movendo os braços para os lados e
o encarando de olhos arregalados.
“Senão tivesse subido aquela
colina daquele jeito, minha mãe não teria ficado irritada!” O menino murmurou
de uma vez, levantando-se e pegando a incubadora.
“Hey! Batalhe comigo!” Os dois
foram interrompidos pela proposta de uma garota utilizando duas presilhas de
borboleta no cabelo que lhe caia sob as costas, comentou com a mão na cintura e
erguendo uma pokebola.
“Ué e por qual motivo? Eu já
estou cansado de olhar mato nessa rota, não pretendo passar mais do meu tempo
aqui” O treinador de cabelo colorido desdenhou desviando o olhar da menina.
“Me chamo Aurea e estou treinando
pra enfrentar o ginásio do Wattson, achei que seria interessante ver movimentos
diferentes com coordenadores, mas pelo visto vocês mais falam do que fazem”
Provocou a garota enquanto guardava a pokebola na sua bolsa de alça transversal
pendendo do seu ombro.
“Ela disse coordenador?” Wally
começou a andar em direção aos dois seguido por Audino que ainda refletia sobre
suas palavras.
“Tudo bem, Urbain o coordenador para você, e acho melhor se arrepender do que diz garota, mesmo sem nenhuma fita eu posso acabar com você!” Urbain comentou levantando o braço onde exibia a sua pokebola.
“Eu quero te ver tentar, aqui
vamos nós, Skarmory!” Aurea respondeu enviando a pokebola com uma mão aberta.
“Vamos construir nosso próprio
caminho! Ímola eu preciso de você!” Levando uma mão ao coração e em seguida com
um sorriso, o coordenador enviou a esfera.
Frente a garota, uma ave
metalizada surgiu de um feixe de luz realizando um voo circular pousando bem a
sua frente esperando por um comando. Da pokebola de Urbain o feixe se
materializou enquanto uma criatura de quatro patas com uma folha em sua cabeça,
surgiu exibindo seus cipós em formato de coração, antes de dar uma pirueta e
pousar sob o solo.
“Uma batalha com pokemons de
verdade acontecendo bem na minha frente, faz tempo que não vejo uma tão de
perto” Comentou o garoto envolvido na atmosfera do combate enquanto Audino
pareceu ser despertada das suas reflexões.
“Precisa melhorar essa sua pose,
acho que não combina com a frase! Skarmory isso vai ser fácil, inicie com Sand
Attack!” A garota comandou enquanto seu cabelo esvoaçava exibindo a presilha
colorida de borboleta.
“Olha só eu ainda estou
trabalhando na minha estética! Quando você for enfrentar a Flannery, ela provavelmente
vai fritar esse seu bicho e eu não estou falando nada, Ímolaa use Vine Whip e
quebre esse movimento!” Urbain comentou dando alguns passos em direção a
direita.
“SKAAAR!” Com um grito, o pokemon abriu as asas e
levantou voo. Chikorita o acompanhou com o olhar voltando-se para cima enquanto
a ave metálica percorria o ar, disparando para baixo de uma vez só. Suas garras
rasparam o chão levantando um punhado de terra e a atirando contra a planta.
Chikorita concentrou-se no
comando do treinador, lembrando do sorriso, a pokemon abriu o maior que pôde ao
sentir a energia natural em seu corpo. Os botões do seu pescoço alongaram e
transformaram-se em cipós, enquanto girava a folha em sua cabeça, disparou as
vinhas e com um movimento para trás fez ambas açoitarem contra a terra a
jogando para os lados em uma nuvem de poeira.
“Ela perdeu muito tempo!
Aproveite o momento Skarmory Wing Attack!” Pressionou Aurea.
“Merda não vamos conseguir atacar contra, use os cipós para
saltar!” Urbain comandou com a voz vacilante.
Ímola parou de recolher os cipós,
preparando-se para utiliza-los. No entanto, Skarmory deu seu grito descendo de
uma vez com as asas envolvidas pela corrente de vento criada pela sua
velocidade. Um cintilar as cobria, quando o pokemon acertou Chikorita em cheio
a arrancando um grito que a levou ao chão com grandes danos.
“Uau, aquilo pareceu doer de
verdade, o que ele vai fazer, a Chikorita tem muita desvantagem!” Wally
comentou preocupado.
“Eu sei disso, não precisa ficar
me lembrando!” Urbain respondeu o garoto, e só então Wally se deu conta de que
estava sendo ouvido.
“Vamos lá, não era você que era
um grande coordenador? Tem até plateia” A garota desdenhou.
Com passos pequenos enquanto a
batalha acontecia, a pokemon rosa distanciou-se daquele lugar. A discussão com
Wally apenas inflamou o sentimento de que havia algo de errado ali, seria algum
problema com a cidade? Com aquele lugar?
Balançando a cabeça, Audino negou,
sabia onde estava o problema e estava em si mesma.
Saindo da área de vivência,
cruzou a rota indo até um canteiro de flores feitos pelo moradores e Isabel em
uma das ações da sua loja. Ela se lembrava bem daquele dia: ficara cuidando de
Wally durante todo o momento e caso ele se sujasse com terra tinha o dever de
limpá-lo para que não atrapalhasse sua respiração.
Aquilo estava vívido em sua
memória, e ela podia sentir tudo que ocorrera naqueles dias. De repente olhou
para sua própria mão e entendeu a estranheza do que estava sentindo. Aquele
poder, aquela sensação de que havia conseguido ser algo, de que conseguia fazer
alguma coisa e ninguém poderia lhe tirar havia sumido.
Parecia ter sido apenas um sonho
distante.
“Espero que a verdade da sua
natureza seja o suficiente” A pokemon normal repetiu as palavras ditas pela voz
na poça. Desejou voltar aquele momento, aquilo estava dentro de si afinal
conseguia falar agora, mas era quase como se tivesse sido uma farsa.
Não se sentia poderosa, não se
sentia nada desde que Isabel lhe dissera para não falar.
“Não falar! Para ela é fácil, eu
passei a minha vida inteira não falando e agora que tenho alguma
oportunidade...eu simplesmente não posso! Isso...isso não é justo! Eu quero
ser, eu preciso ser um pouco mais!” Audino pensava consigo mesma.
Juntando as mãos, ela se agachou
e retirou uma das flores que ali cresciam, suas pétalas eram num tom rosa bebê
e corriam num degradê em amarelo até o centro. O vento balançou o vegetal em
sua mão e Audino fechou os olhos.
Ela conseguia sentir: um fluxo
que passava pelo vento e que saudava aquela planta tornando-se em algo maior.
Em sua visão escura era quase como se estivesse ali não fisicamente, mas além
de si mesma. A ondulação de um lago próximo fluindo e compondo as árvores com
grandes tracejos, tudo parecia ressoar com ela de alguma forma e lhe dizer que
o desejo em seu peito era correto.
Ela fora escolhida como parte
daquilo, era quase...eletrizante.
De repente tudo parou, o fluxo
que preenchia todo o espaço sumiu e o seu arredor entrou em um equilíbrio
constante, deixando o movimento característico da natureza e tornando-se apenas
estático. As ondas de energia que sentia se reorganizaram na forma de uma
serpente dracônica que arregalou a boca prestes a engoli-la.
Audino abriu os olhos tombando em
suas próprias pernas, jogou as mãos para o alto no momento em que uma lufada de
vento passou levando sua flor para longe. Entretanto, antes que pudesse pensar,
um remexer nos arbustos ao fundo do canteiro a chamou atenção.
“Escute, Ímola, nós vamos dar um
jeito nisso! Agora use PoisonPowder e espalhe ao seu redor!” Urbain comandou
erguendo o braço para frente.
“Bem, vamos ver o que você está tramando, agora Skarmory Agility e entre na névoa!” Áurea comentou enquanto voltava seus olhos aos movimentos de chikorita.
Levantando com um olho
semicerrado, Ímola respirou fundo e agitou a folha em sua cabeça. Enquanto a
girava espalhava uma fumaça tóxica que se espalhava ao redor dela a encobrindo
e deixando sua posição oculta.
“Skaaar!” Skarmory pairou no ar,
sua silhueta tremeluziu em tons arroxeados enquanto ele voava ainda mais rápido
para dentro da fumaça tóxica. Olhando de um lado para o outro: não localizava
chikorita.
“É agora, use Synthesis!” Urbain
sorriu.
Revelando-se por trás da ave
metálica, Chikorita exibia a folha em sua cabeça ereta. O vegetal em sua cabeça
passou a exibir tons iridescentes de verde em uma cadeia espiral. As partículas
naturais se agrupavam purificando seus danos e contagiando uma área da fumaça
tóxica ao seu redor.
O que antes era apenas uma fumaça
tóxica, agora exibia um degradê começando num roxo, indo para um púrpura,
passando por um verde e finalizando em tons intermediários de amarelo como se
purificasse do centro para fora e Imola era o motivo daquilo.
“Que lindo! Essa combinação demonstra muito do poder natural da chikorita!” O garoto de cabelos verdes tinha o brilho do movimento refletido em seus olhos, unindo as mãos em admiração
“Não é? Você é incrível, Ímola! Estamos
construindo nosso próprio caminho e inspirado pelas lindas luzes de Nimbasa a
noite, é para o futuro que vamos!” O menino comentou orgulhoso.
“Surpreendente e sem dúvidas é muito bonito, mas você revelou sua posição então Skarmory avance com Wing Attack!” Gritou Aurea com uma pirueta seguido de um sorriso.
“Não é apenas com beleza que me
preocupei, absorva a purificação e use Razor Leaf!” O garoto de cabelos
coloridos chacoalhou o corpo enquanto comandava.
Skarmory tendo a localização da
sua adversária, deu um rasante raspando sua asa no chão. Um ruído metálico como
o abrir de uma lata preencheu a rota conforme os ventos arranhavam suas asas e
a faziam brilhar. Ele deu um sorriso confiante em seu avançar.
Chikorita manteve a posição
anterior, realizando a ação contrária de seu poder. Sugando toda a nuvem com
sua folha que respondeu em um tom verde ainda mais vibrante. No entanto, a
folha brilhava como uma televisão com defeito exibindo um tom roxo quando ela
deu um giro e disparou uma saraivada de folhagens em formato de foices banhadas
por veneno.

“Mas o que é isso?! Não era pra ser assim!” Arregalando os olhos, o menino não entendia o que acontecia.
“Acho que seu Synthesis ainda não
tem poder o suficiente pra purificar todo o veneno, avance Skarmory!” Explicou
sua oponente com um sorriso de deboche.
Mesmo com a velocidade aumentada,
Skarmory nem se preocupou em desviar dos ataques contra si. As folhas
envenenadas não lhe causavam dano quebrando contra seu corpo metálico, a ave
mergulhou de uma vez. Ímola virou-se tentando correr, mas foi acertada em cheio
de costas caindo perto de Áurea.
“Chicooo” Levantava-se com o
corpo tremendo.
“O que eu posso fazer agora...”
“Ao menos foi poderoso o
suficiente pra ela aguentar mais um ataque, mas já chega disso! Skarmory
finalize com Steel Wing!” Áurea comentou certa de que venceria.
“Use Vine Whip e tente
impedi-lo!” Tentando não se dar por vencido, o menino comentou.
Dessa vez, Skarmory foi rápido,
cruzando as asas em seu peito. O pokemon reluziu num tom metálico prateado e
suas asas duplicaram de tamanho, com seus detalhes vermelhos ganhado tons
metalizados enquanto ele voava rente ao chão na mesma altura da adversária.
Chikorita o observou, determinada
a não cair, pisou sob o solo encarando o oponente nos olhos enquanto os botões
em seu pescoço incharam e tornaram-se vinhas. Ergueu seu pescoço, deixando seu
poder fluir e empunhou seus chicotes buscando laçar as asas da ave.
Por mais que tentasse, não tinha
poder o suficiente para conter o avançar de Skarmory que superava suas
tentativas de pará-lo. Apenas sentiu a dor do metal contra seu corpo causando
uma explosão que a varreu pelo chão, e a deixou para trás inconsciente.
“Obrigado pelo treinamento,
consegui fazer uma ótima leitura dos movimentos! Tente praticar mais a defesa
da sua chikorita, ela parece ser bem resiliente” Áurea aconselhou enquanto
retornava seu pokemon e voltava a caminhar.
“Obrigada Ímola,você lutou
bem...” O garoto comentou erguendo a esfera e retornando sua parceira com uma
expressão vazia.
“Lamento pela derrota, mas achei
a sua combinação...i-incrível!” Tomando coragem, o garoto falou enquanto saia
do cercado segurando a incubadora.
“Você gostou mesmo?! Ai ainda bem
que não fui o único! Quero dizer eu e ímola estamos treinando isso faz quase
uma semana então faz sentido que você tenha gostado, você também é
coordenador?” Urbain comentou enquanto se virava.
“Eu...ainda não, mas eu assisto
muito os contests pela televisão e você?” Devolveu a pergunta olhando o outro
nos olhos.
“Eu sou coordenador! Já competi
em dois contests e...estou indo para o de Verdanturf acho que vai ver mais de
mim na televisão em breve!” O garoto de cabelos coloridos falou, desviando o
olhar rápido para guardar a pokebola em seu bolso.
“Uau, eu nunca sai de Verdanturf,
quer dizer, só pra estudar em Rustboro, mas isso não conta. Deve ser incrível
poder ir aonde quiser desse jeito...” Wally comentou enquanto sua fala
desaparecia a medida que ia pensando a respeito da sua vida.
“Acho que deve ser difícil mesmo
ficar sempre parado, ainda mais num lugar como esse, mas graças a Arceus nunca
tive esse problema, pois moro na rota próxima a Mauville e sempre estive indo e
vindo da cidade, ainda mais agora com a reforma ela ficou incrível!” O
coordenador comentou levando as mãos ao rosto enquanto sua voz se elevava.
“Ficou mesmo, eu fui poucas vezes
a Mauville, é um pouco difícil para mim respirar lá! Mas adoro a parte de cima
onde tem o parque para os pokemons é muito bonito” Respondeu Wally ao lembrar
de quando tomou sorvete com Hop em um dos banquinhos do segundo andar da
cidade.
“Deveria ir mais vezes, o meu
sonho é conhecer todas as grandes cidades! Por isso me tornei um coordenador, eles
competem em vários lugares, em estádios enormes! Cidades enormes são incríveis,
as construções, as pessoas, os pokemons e os lugares são todos
melhores...Mauville é sensacional, mas nem de longe é o melhor!” Urbain
comentou enquanto olhava ao redor se imaginando num topo de um prédio, com uma
avenida cheia de carros, cafeterias onde pessoas ricas dividiam seus lanches
com furfrous e os letreiros anunciavam desde perfurmes a exposições de arte.
“É...me desculpe interromper a
conversa” Um homem utilizando um uniforme verde e um avental abordou os dois
garotos que se viraram de imediato.
“Vocês por acaso viram uma Milcery por ai? Eu
sou um criador pokemon e trabalho no Daycare Pokemon Happy, recebemos essa
Milcery que foi abandonada por um treinador, mas ela ainda é muito fujona por
adorar aromas diferentes...” Perguntou enquanto mostrava uma foto de um pokemon
que se assemelhava a um punhado de farinha.
“Eu nunca nem tinha visto um pokemon como esse...” Wally comentou franzindo as sobrancelhas ao tentar associar o nome a alguma imagem em sua mente.
“Ai que fofa, mas não vi não
moço...” Urbain falou sendo interrompido.
“Mil, Mil! Milcery! Mil!” A
pokemon sorria ao ver o homem enquanto era carregada por Audino que tinha o
rosto manchado por farinha após salvar a pokemon de se enterrar como uma spelon
berry.
“Audino, ainda bem que você a
encontrou!” O menino disse, mal olhando-a nos olhos.
“Milcery! Você está salva! Meu deus
como você pode ser tão fujona desse jeito” O homem correu até a pokemon normal
que o entregou.
“Ai ela é tão linda! Eu quero
uma!” Urbain comentou levando as mãos as bochechas.
“Audi Audino...” Audino tentou
forçar, mas não tinha criatividade para repetir seu nome várias vezes enquanto
observava todos darem atenção a Milcery.
“Sua Audino é
incrível! Tem alguma coisa que eu possa fazer para agradecer?” O criador
perguntou para os dois enquanto segurava a pequena Milcery no colo.
“Sim, quero
adota-la!” Urbain comentou direto.
“Ele falou comigo! Bem, já que você é
um criador, como faz para um ovo chocar mais rápido?” Wally perguntou exibindo
a incubadora.
“Mal educado! Falando
nisso, é um ovo de que?” O coordenador perguntou enquanto o menino de cabelos
verdes fez sinal de que não sabia.
“Bem, se quiser mesmo, irei preparar os documentos da Milcery e você passa no Daycare amanhã ou depois, quanto a você, é bem difícil de dizer ainda mais quando não se sabe qual espécie é. Mas dizem que ovos pokemon exigem cuidado constante para que o fluxo que corre naturalmente em Hoenn possa acelerar processo, então mantenha uma rotina com ele e compartilhe seus sentimentos para que tenham uma conexão e dessa forma talvez possa acelerar o processo natural das coisas” Aconselhou o criador enquanto Wally e Urbain prestavam atenção sem desviar os olhares.
Enquanto tudo ocorria, Milcery continuava sorrindo nos braços do homem e ao fundo Audino seguia observando tudo calada.
Na sala,
sentada em seu sofá de linho. Ela assistia a final de uma disputa de um
campeonato de poke argolas onde Winona era a tri-campeã das temporadas desde
que surgira no escopo da competição.
Sua Roselia e
sua Shroomish descanvam próximas de si, passando pela sala de estar Audino
estava deitada em um colchão olhando para sua própria mão, fechava um dos olhos
enquanto espremia os próprios dedos tentando fazer surgir uma centelha do poder
e...nada
Virando-se e
usando o lençol para cobrir ela fechou os olhos.
A lua refletia
sua luz sob a cama de Wally, este tinha a incubadora aberta enquanto contava a
história de como ele e Hop assistiram a final do Grande Festival no ano
passado.
“Eu não sei
quem você é ainda, mas você precisa nascer logo para competirmos juntos!”
Ansioso o garoto conversava com o ovo.
socorro eu amei dar uma caminha matinal com o wally e a audino, eu amo como todo mundo nessa história está num fio muito curto entre se estapear a qualquer momento porque o tanto de coisa acumulada, o wally vai bater na mãe, a audino vai bater na chefe, a audino vai bater no wally, o wally vai bater na audino, a mãe vai bater no filho e na empregada, nossa mas o desejo de jirachi é um absurdo estou apavorado com tamanha violência num lugar tão bem ambientado cheio de flores e coisas de madeira senti a vibe coisas naturais senti o sol tudo o vento o cheiro adorei como escreveu isso porque me deu uma boa imersão na pocilga de verdanturf, que o urbain fez questão de esculachar, e amo que sou igual ele, amo cidades grandes, só da metrópole mesmo quero vida calma não, gosto de baixaria, dedo na cara, shopping e coisas caras e chiques das quais não preciso mas me trazem felicidade, e vai ter desigualdade sim viu lysandre, se não gostar vai ter que virar maquiadora com a may
ResponderExcluirfiquei pensativo sobre a audino ser escutada, porque jirachi falou com ela e ela ouviu, ela está sempre ouvindo e respondendo, mas não a escutam, e mesmo agora podendo falar, o comentário da isabel me pegou pq ela fala que agora vai ser mais fácil pq pode entendê-la, mas primeiro, ela não entendia antes com todos esses anos cuidando do d03nt3 do wally? ou de amizade ou sei la e segundo nem com a audino falando português brasileiro de xique xique bahia ela entende, porque a audino tentou explicar e tenta falar e mesmo assim ouvem o que querem e so apontam o dedo na cara dela
com esse capitulo tambem tive uma melhor compreensão da forma que o wally a enxerga, porque definitivamente não é um pokemon dele ou que ele pensaria em dar comandos, pelo contrario, ela cuida dele então estou vendo ai o que vc esta querendo contar com tudo isso
amei o urbain mesmo, me surpreendeu ele, e AMO IMOLA DEFINITIVAMENTE POISON POWDER FOI INCRIVEL, ADOREI O SYNTHESIS, as combinações belissimas mesmo as foices dando errado e o skarmory dessa fulana vencendo que odio, mas adorei o jeitinho dele sem noção, acho que combina com o wally, tomara que o hop tenha alguma intolerância também, porque o urbain não gosta de pobre e doente, o wally não gosta de mulheres e plus size, a isabel não gosta de parentes e a aurea não gosta de viado, ansioso pela intolerância do hop
achei questionavel esse skarmory da aurea espero que ela apareça novamente tambem pra eu falar mal dela, e amei os três seguimentos musicais, o da ana vitoria sem sapato foi muito bom mesmo e acho que deu toda a vibe, a batalha ficou babadeira e amei o RAYQUAZA TENTANDO COMER AUDINO, nossa o que foi isso, o que está rolando, mas aos poucos temos informações tipo a menção do boy do daycare que disse sobre sei la o que de hoenn que flui naturalmente, COISAS NATURAIS MEU AMOR, o ovo vai nascer morto ta podre to avisando a illumise ghost
e para finalizar eu quero dizer que amei a milcery simplesmente fujona, nossa milcery como a senhora é FUJONA, adorei que aparentemente ela é neurodivergente e vai ser adotada por um gay que achou interessante um punhado de farinha com hiperfoco, mas vai ser divertido ja ja vai virar alcremie
soon