Notas Iniciais: Nem acredito que finalmente lancei esse capítulo, mas estou muito feliz com o resultado deste aqui e espero que gostem, temos algumas revelações sobre o universo e projeções para os novos capítulos.
Então, com vocês: Serena vai à Camphier ser julgada pelos crimes que não cometeu.
Capítulo 9: Preciso Pensar Em Algo Mais Natural!
Na fachada do Centro Pokemon de Lumiose, um guidão de uma moto era acionado fazendo com que o motor rugisse e seu barulho reverberasse por toda a rua onde o estabelecimento hospitalar estava localizado.
“Estou louca ou ouvi o som de uma moto? É assalto?” Um
treinador que estava sendo atendido por Anisa perguntava a enfermeira
preocupado.
“Tomara que seja, aí se ele for bonito, vou até passar
meu batom vai que tem passagem na policia...” Uma estudante de metalurgia dizia
enquanto tirava um espelho na bolsa.
“Fiquem calmos, é só a Serena gravando uma publi! Então voltando ao seu problema?” Anisa perguntou deixando todos os presentes mais tranquilos apesar das reclamações.
“Eu estava treinando com minha Growlithe, e ela é até
alérgica a mudança de formas nas nuvens...” Explicava o moço.
“E como funciona isso? Eu nunca ouvi falar” Anisa
perguntou interessada para saber sobre a síndrome.
“Ela fica muito obcecada com a forma de uma nuvem e se
ela perder o formato da figura acaba ficando nervosa, passando mal até desmaiar,
sempre fico preocupada, estávamos treinando perto de Cyllage quando ela
simplesmente caiu e desmaiou, mas o curioso é que ela nem olhou pro céu!”.
“Entendo... Bom se você puder me dar a pokebola dela eu
posso realizar alguns exames” Prontificou-se a atendente.
“Vou sim, mas por favor se puder fechar as janelas
enquanto a examina eu ficaria muito mais aliviado” Sugeriu enquanto entregava o
objeto e Anisa refletia suas escolhas profissionais.
Em frente as portas de entrada do estabelecimento,
algumas senhoras observavam, enquanto montada em uma moto, de capacete preto e
jaqueta, Michelly arrancava equilibrando a moto apenas no pneu dianteiro, com
Serena na garupa também usando roupas pretas e uma jaqueta de couro.
“Michelly nunca pensei que você tivesse uma moto, você
não era pobre?” Perguntou a menina.
Seu cabelo arrumado em um coque para se parecer com a
bocarra de Mawile, ela o balançou e com um sorriso se voltava para Magnemite que segurava a
câmera dando os efeitos naturais de foco com seu ir e vir.
“Me respeite, pobre é você, mas eu tive de parcelar em
47 vezes e já paguei 23!” Respondeu a nutricionista que arqueou a sobrancelha.
"Tá quase paga então".
"Num é?".
Entendendo o comando, Vanillite estufou o peito e
soprou uma névoa congelante que refletiu nas partes metálica da moto dando
brilho a elas e ao cabelo, com uma arrancada, Michelly moveu os braços dando um
giro com o veículo enquanto Serena tirava do bolso uma embalagem do Therapy
Chá.
“Toda vez que tomo meu Therapy Chá, mesmo flopada e
com meu nome na justiça, vou a lugares que jamais imaginei estar!” Finalizando
com uma piscadela.
“E ai o que ela achou?” Michelly perguntou.
Serena havia passado os últimos dias tentando criar
uma campanha que satisfizesse a patrocinadora do Therapy Chá, um produto
produzido a partir do Aromatherapy de vários Pokemon que buscava atingir
pessoas que estivessem dispostas a relaxar e conhecer algum tratamento
holístico.
“Ela disse que as ideias são boas, mas que eu preciso
pensar em algo mais natural e que cause conforto aos compradores, você consegue
imaginar conforto maior para pobres do que a possibilidade de conseguir um bem
próprio com preços de padrões inacessíveis?” Perguntou a menina com Michelly não
conseguindo pensar em nenhuma outra opção.
Uma outra notificação informava que com o seguidor que
ganhara naquela manhã, conseguira chegar a marca de 500 seguidores, o que a
deixou empolgada para tentar uma próxima campanha, mas ao reparar no horário
lembrou-se de que precisava comparecer a um compromisso.
“Meu deus! Vai com calma, Dialga, como o tempo passa, já estou atrasada!” Comentou correndo para dentro do estabelecimento.
“Vai sair por aí e ter algum encontro aleatório com
uma personalidade muito específica de Kalos?” Michelly perguntou num grito do
portão.
“Quem dera se fosse, vou ao tribunal defender meu
nome que tá detido na justiça!” Gritou em resposta do seu quarto deixando
alguns dos pacientes incomodados.
“Como que pode uma cidade tão grande como Lumiose só
ter um Centro Pokemon permitindo desde vândalos, ladrões, performers e até foragidos da justiça!”
Reclamava um senhor.
“Você procure se enxergar que eu trabalho aqui e se a
vigilância sanitária me permitisse hoje o senhor ficava sem almoço!” Rebateu a
nutricionista guardando seu veículo e o prendendo com correntes para que não
fosse roubado.
“As vezes me pergunto seriamente o porque eu ainda não pedi demissão” Anisa dizia enquanto fazia seu trabalho.
No Plateau da Liga Pokemon, em uma sacada já conhecida
por muitos, conforme o dia passava os toques dos raios solares tornaram-se mais
incisivos e o reflexo deles nos papéis que Diantha organizava tornava dificil a
leitura, então com um controle, a mulher ativou um teto retrátil equilibrando
a luz e garantindo que continuasse o trabalho.
“Certo, o Metrô de Coumarine, a proposta mais aceita é
a de um Skiddo líder de um movimento que visa a integração de sua comunidade
com a comunidade local de Coumarine, para que ambos os grupos se reúnam e
discutam melhorias e restaurações depredadas pela obra do metrô, acho que posso
encaminhar isso para Ramos e discutir o realojamento e construção de moradias para
os Pokemon aproveitando os espaços próximos às estações de metrô para tornar a
urbanização mais solarpunk?” Perguntava para ninguém em especifico, anotando
clausulas a mulher digitalizava o documento.
“Tenho uma defesa de título, batalhas de exibição e
uma batalha pelo mundial... Meu Deus, Anistar ao que tudo indica está conseguindo controlar bem suas administrações, o único problema são os sinais
de holocaster e outros sistemas como internet que sempre sofrem
interferência... E é óbvio os terremotos!” Diantha praguejou sozinha ao
lembrar-se do final.
“O que está fazendo? Pensei que estivesse revendo sua
nova estratégia com Gardevoir para debutar na luta de hoje, a Sandra já estava
se perguntando se o flop estava chegando já que fazia mais de duas lutas que sua
Gardevoir não apresentava nenhum movimento novo e eu meio que concordo com ela”
Sorriu o cavaleiro chegando no local.
“Ridículo! Isso é culpa sua, você e o resto da elite
que deixaram esse desafiante os derrotar e agora isso é problema meu! Eu estava
resolvendo algumas questões do metrô e dando fim a esse problema, mas Wulfric
segue sem querer me ouvir e os terremotos não param de acontecer e eu não sei
mais o que fazer!” Nervosa, a mulher empurra a cadeira para trás de uma só vez,
dando um suspiro.
“Ele ainda não cedeu? Não é possível que continuará com
essa atitude, muitas pessoas estão sofrendo e eu gostaria muito de poder
ajudá-la nisso, é frustrante demais tudo caindo só sobre você...” Wikstrom
comentou incomodado, um sentimento ruim apertava seu peito, apesar de
reconhecer a importância de seu suporte para Diantha, não gostava de se sentir
apenas um símbolo.
“Kalos espera que eu mantenha a região em constante
equilíbrio, e Kalos é uma região onde as pessoas mudam todos os dias,
equilíbrio é manejar as coisas boas e ruins visando um todo que consiga se
manter constante, minha decisão nunca vai agradar todos os lados e já me
acostumei a isso, mas o problema é que senão tenho informações sobre como isso
tudo começou, como decidirei?!” Dessa vez num levantar súbito, a mulher passou
a andar pela sacada mordiscando uma das unhas.
“Ei, acalme-se n-n-nós vamos dar um jeito! Esses
terremotos têm que estar acontecendo por algum motivo e deve ter um modo de
saber deles...” Pensativo, o membro da Elite dos 4 abraçou sua amada pela
cintura, enquanto esta apoiava o queixo em seus ombros.
“Entendo que Wulfric me odeia e não queira me dar os
créditos pela descoberta caso ele o tenha feito e eu teria deixado ele ficar
com todos os créditos que quisesse, mas como posso descobrir algo por mim mesma
se ele limitou meu contato com todos os membros da Sociedade Ambiental?! Eu não
tenho como me especializar em Ecologia e outros estudos em dois dias e resolver
sozinha!” Irritada a mulher apertava ainda mais o abraço.
“Mas... e a Valerie? Ela pode ajudar!” Desfazendo a
expressão pensativa, Wikstrom finalmente lembrou.
“Aquela fracassada?! Perdão, foi força do hábito, mas
o que quer dizer?” A mulher perguntou soltando-se do abraço.
“A Valerie, você sabe que ela faz... previsões, lembra?
Assim que ela chegou em Kalos vinda do Convento das Kimono Girls, vocês eram
amigas e costumavam falar muito sobre suas experiências e me lembro de você
contando sobre as práticas dela, talvez ela possa te falar algo que sentiu ou
tenha feito uma previsão sobre o que está acontecendo” Sugeriu o especialista
em metal orgulhoso por ter tido um papel.
“Eu não sei bem, amor... Já faz tanto tempo e aconteceu
tanta coisa... Não sei se ela me receberia ou mesmo se iria querer falar
comigo...” Baixando a cabeça, a Campeã sentia seu estômago embrulhar com as
memórias voltando.
“Você foi até Snowbelle e quase começou uma guerra
civil com um Líder de Ginásio, acho que ser ignorada na porta da casa da
Valerie é o de menos, e ninguém vai ver já que ninguém vai lá mesmo” Wikstrom
sugeriu arrancando uma risada da mulher.
“Bom, eu acho que posso considerar, as coisas estão chegando a um ponto crítico e quase não tenho opções talvez essa seja minha última alternativa ir até a casa da Valerie... Mas preciso ir antes que eu perca meu título de Campeã por desistência e acabe toda a minha carreira” Pegando sua bolsinha de cima da mesa, a mulher deu um selinho em seu amado e ambos deixaram o local trajando caminhos diferentes com Wikstrom indo dar uma palestra sobre steel types para uma escola e Diantha caminhava até a cúpula da torre da Liga para defender seu posto mais uma vez.
Um carro partia de Lumiose em direção à Camphrier
Town, normalmente a empolgação, a expectativa e os devaneios povoavam a cabeça
da garota de Vaniville Town, tentando adivinhar e traçar situações concretas do
que a esperariam naquela cidade marcada por construções históricas e resquícios
de uma guerra que ela passara longe de ter contato.
E poderia ser o fato de que estava indo para ser
julgada por mais de 77 crimes que não cometera, mas estar naquele carro ao lado
de sua mãe, em um silêncio quase mortal onde até o motorista suava frio não
entendendo o motivo do clima que havia se instaurado nele próprio mesmo que sua
vida estivesse bem.
Serena evitava olhar sua mãe, enquanto Grace permanecia
sentada com as pernas entreabertas de um modo corriqueiro que lhe caía bem,
usava suas costumeiras roupas de corredora e também não lhe direcionava olhar
algum, os pneus do carro andavam devagar pelas ruas refletindo o progresso que
ambas faziam em suas interações naquele instante.
A garota lembrava-se do modo como tratara a mãe, e
apesar de não se arrepender do que havia dito, talvez repensasse a forma como
havia se expressado, apesar disso.
“Foi um momento muito sensível na minha vida... E ela nem
tentou me entender! Nem chegou a falar nada! Mas ela é minha mãe e... Acho que
não preciso me desculpar por isso, mas se tiver como podemos tentar seguir em
frente, não podemos?” Perguntava-se um tanto quanto nervosa.
Não queria virar.
Não iria virar.
Mas isso não poderia durar para sempre, havia
acontecido tantas coisas, ela passara por tanto lidara com o luto de sua melhor
amiga, fora para outra cidade pesquisar sobre Mega Evolução, quase fora morta
por um fantasma em um restaurante, fora até outra cidade e salvou a ex-rainha
de Kalos, capturara novos Pokemon tudo isso em pelo menos três semanas.
Ao pensar nisso e lembrar de Grace ali ao seu lado, a
fez sentir um abismo entre elas que não havia enxergado de inicio, e talvez sua
mãe não enxergasse e não se importasse de principio, mas Serena conseguia
visualizá-lo e a sensação que vinha ao seu peito eram as memórias de sua
infância entrando em conflito e desmoronando pouco a pouco ao entrar em contato
com a realidade.
Sentia todo o conteúdo da relação que ambas
construíram se esvaindo ao ponto de já conseguir ver a superfície, e mesmo que
fosse dificil, ela poderia fazer um último esforço com tudo o que aprendera
nesses últimos dias.
“Mãe, eu...” Disse, mas sua mãe a interrompera
erguendo a mão.
“Mãe, me escute...”.
“Eu disse agora não, Serena!” Bradou, Grace gostaria
de estar planejando sua próxima corrida, ainda que já tivesse se classificado
para o próximo circuito que definiria os 150 competidores que passariam para a
última etapa do Mundial de Corridas Pokemon desse ano, ela gostaria de ter
assistido as revelações que competiriam e ameaçariam seu título, mas estava ali
indo a um tribunal defender sua filha de crimes que nem sabia que ela havia
cometido.
“Por que não? Eu quero conversar sobre o que houve...”
A menina começou e a mulher ao lado levou as mãos a testa, franzida em
preocupação.
“Eu tentei ajudar você pelo que aconteceu com a
sua... Espurr, e o que ganhei? Uma expulsão! Esperei para ver se me mandava um
pedido desculpas ou uma explicação e o que recebo? Uma intimação para ir ao
tribunal!” Constatou a corredora e Serena sentiu-se menor que Grace, ainda que
seu banco continuasse da mesma altura.
“Não cometi nenhum crime! Na verdade, eu acabei me
atrapalhando quando comprei um tripé e acabaram clonando meu CPF... E os crimes
que cometeram são todos fraudes, eu... Eu trouxe um relatório com todos os dias
em que bati ponto por estar trabalhando no Centro Pokemon e também fotos e
credenciais de eventos que participei, acredita que eu já vim aqui com a
Diantha no hall...” A menina se interrompeu vendo que a mãe não lhe dava
atenção o suficiente.
“Eu... Eu realmente pensei que ir para Lumiose,
trabalhar e ter uma noção da realidade lhe daria uma responsabilidade maior,
que você entenderia o que é a vida de verdade e voltaria com expectativas mais
reais além desse delírio de ser famosa, mas vejo que me enganei!” Grace
disparou e suas palavras soaram como ácido ao coração da menina.
Serena sentiu seus sentimentos ficarem presos na sua
garganta, seu olhar surpreso e boca entreaberta indicavam que não esperavam
aquelas palavras e muito menos aquela reação, recolhendo as mãos junto ao
corpo, voltou-se para a mãe com a voz falhando:
“Por que está falando desse jeito comigo?! Eu sou
inocente! Fui descuidada, mas sou inocente e sei que fui rude, mas eu também
estava magoada e você... você...”.
“Chegamos em frente ao tribunal, a advogada está esperando” O motorista disse a interrompendo.
“Guarde as lágrimas para depois, precisamos lidar com suas responsabilidades primeiro, é uma boa lição para você, faz parte da fama também!” A mãe disse enquanto abria a porta do carro, evitando olhar para o motorista a frente, a funcionária do Centro Pokemon descera do banco para ir ao encontro do advogado.
Assim que as duas saíram do carro estavam
diante do tribunal jurídico de Kalos, reconstruído a partir do maior forte de
guerra de Camphrier Town, sua fachada era imensa com um suntuoso jardim onde cachoeiras
artificiais dos dois lados davam ao local uma grande imponência, as portas
duplas conservavam sua base de castelo e havia uma infinidade de salas onde
profissionais avaliavam processos, onde julgamentos de casos menores aconteciam
e o salão principal onde julgamentos marcados aconteciam, sendo este a sala
onde Serena seria julgada.
Ao aproximarem-se da entrada do jardim, encontraram
uma moça segurando uma maleta, ela limpava algumas folhas caídas em seu paletó enquanto arrumava um aparelho auditivo em seu ouvido, regulando o volume e
certificando de que estava bem.
“Meu deus, você é uma daquelas performers que a Melody
humilhou em Aquacorde?” Serena perguntou surpresa.
“Quem?” Indagou sua mãe.
“Sou sim, sou eu Rielly, me consultei com um oftalmologista depois do showcase e desisti da carreira e hoje em dia estou bem melhor! Sou
advogada de dez minutos fornecida pelo governo conforme diz as leis do Senhor
Shappiro” Rielly explicou.
“E o que isso significa?” Olhando ao redor, Grace
perguntou voltando-se para ela.
“Auxilio pobres em suas defesas, porque é como
inventaram em Alola, todo mundo precisa de direitos! E temos dez minutos para
planejar como vai ser a sua defesa antes que o julgamento comece!” Frisou a
menina.
“Dez minutos?! Mas como vamos fazer isso? Eu preciso
ser defendida de pelo menos 77 casos!” Preocupada, a menina exclamou.
“Qual sua credibilidade?” Grace perguntou.
“Consegui defender a Koharu quando ela afirmou que sua Eevee não precisava evoluir e foi processada por mais de 500 pessoas essa semana e hoje em dia ela é especialista, mas lamento informar que precisamos começar agora!” Rielly anunciou iniciando o cronômetro em seu relógio.
“Bom dia a todos em Kalos, eu sou Valeria e sou a
repórter encarregada de cobrir o julgamento agendado dessa semana, hoje temos a
ré Serena Dasier Amberlul julgada por crimes cometidos em território nacional e
em Alola, dos mais variados indo desde roubos, tentativas de golpes vencidos,
até sequestro de Staryu’s em época de reprodução!” Valeria anunciou a todos os
presentes enquanto a câmera dava um giro de 360 graus pela sala que possuía um
formato circular.
Na parte superior do círculo ficavam as cabines onde
ficariam os juízes, o representante de justiça de Kalos e o advogado de
acusação, no centro o local onde ficariam a ré, sua acompanhante e defesa,
enquanto outros acentos estavam destinados a outros advogados.
“Estou aqui em nome da Associação das Empresas
Kalosianas para garantir que todo o público de Kalos possa saber o que acontece
nas sessões de seu juizado e possa esclarecer o papel de defesa e o compromisso
do estado em tornar nossa região mais segura, todos sabem que os julgamentos de
Kalos funcionam da seguinte forma: acusação formal, defesa da ré, discussão
sobre o caso e decisão do juiz e caso seja considerada culpada poderá intervir
com recursos desde provas, constatações e em casos mais graves uma batalha Pokemon no famoso tudo ou nada, que se inicie o julgamento!”.
The Trial – Serena acusada por mais de 77 crimes.
A sala principal do tribunal de justiça de Kalos
parecia ferver, câmeras espreitavam por todos os lados enquanto elevada em uma
plataforma Valeria exibia seus closes com beijinhos ao público, luzes nasciam
no teto e banhavam as portas construindo a expectativa de quem passaria por
elas, sendo a primeira pessoa Shappiro, o Juiz responsável por presidir esses
casos acenando com um balançar de dedos antes de tomar seu acento central na
sala.
Ambos os representantes de justiça e o advogado de
acusação cruzaram as portas juntos, com uma referência, colocaram-se a direita
e a esquerda do juiz o arrastar abafado de suas cadeiras acolchoadas preencheu
a sala até o momento em que se sentaram quase que ao mesmo tempo.
Estudantes, advogados em exercício e o responsável por
registrar a punho toda a ocorrência entraram em seguida tomando seus lugares ao
redor da sala e a povoando em questão de instantes, alguns empregados
apressavam-se sacando taças de cristal e o preenchendo com líquidos variando de
água a champanhe e passando a servir até que entrasse a principal interessada:
Grace e Rielly vieram primeiro, a primeira tentava dar
um sorriso tímido sem saber o que esperar daquele local enquanto Rielly agia
naturalmente, cumprimentando Shappiro com um aceno de cabeça sem ter a menor
ideia do que ele lhe dissera já que estava longe demais para que pudesse ouvir,
por último, mas não menos importante: Serena.
Caminhava nervosa, sentindo todos os olhos daquela
sala caindo sobre si, internamente culpava-se pelo dia em que resolvera pedir
um tripé virtual, mas uma vez que experimentos no tempo foram proibidos desde
que ocorreu-se um acidente, que ainda hoje tentava-se provar a culpa de Diantha
mesmo que esta não tivesse nascido, não poderia fazer nada a respeito senão
provar sua inocência custe o que custasse.
“Estamos aqui hoje para julgar uma criminosa! Uma
infratora da lei! Serena Dasier segundo o relatório nunca contribuiu em nada
para a sociedade, já foi provado que seu maior sonho era ser uma performer e
após inúmeras tentativas frustradas de conseguir uma carreira de sucesso sua
única alternativa foi: sucumbir as suas inseguranças e alcançar o sucesso por
meio do roubo, tráfico e outras atividades ilegais!” Shappiro iniciava-se
levantando de seu acento e lendo o relatório do caso.
“Meu deus imagine ser tão ruim a ponto de ser
processada por não ter hits” Comentava um estudante de relações sociais no
direito.
“Ainda bem que a minha fav, a Erika, nunca passou
perto do esquecimento!” Outro respondia orgulhosa.
“E qual foi o último perfurme relevante que ela
lançou? Fiquei sabendo que uma camameira desenvolveu por acidente uma fragância
de Stunky enquanto limpava uma camas em um hotel e vendeu mais que os últimos
15 perfurmes dela!”.
“Com licença, meretíssimo, mas essas informações são
fal...” Começou a aspirante a famosa sendo interrompida.
“Objeção! A Ré deve permanecer em silêncio!” O
advogado de acusação a repreendeu.
“Serena! Vamos seguir o protocolo de Rielly! Você
precisa ser responsável pelo que faz!” Grace frizou.
“Mas eu não fiz nada disso! Eu entendo o porque estou
sendo processada, mas nada do que ele diz sobre a minha vida é verdade! Mais da
metade dessa situação está sendo inventada!” Justificou-se.
“A primeira acusação, feita pela empresa de relações
públicas será lida pelo representante da justiça de Kalos!”
“Em seu passaporte para Alola, Serena foi acusada de
denegrir a cultura alolana local ao subornar um trial captain para passar no
Island Trial!” Revelou em alto e bom som.
“Meu Arceus!”.
“Como ela pôde?! Os Alolanos também são gente!”.
As reações no salão eram diversas e os olhares sobre a
garota choviam em julgamento, olhando para baixo, a menina sentia-se cada vez
mais diminuída, gostaria de resolver aquilo por si mesma, nunca fora sua
intenção envolver mais ninguém.
“Foi flagrada por moradores de Ula’Ula realizando um
apagão de espécies nativas ao atirar intencionalmente duas Corsolas para serem
devoradas por uma Mareanie! No mesmo final de semana convenceu uma Ribombee de
que era um Komala a fazendo ir ao habitat natural desses Pokemon gerando um
aumento na taxa de depressão entre essa espécie, pois ficaram acordados em
dúvida já que não viam motivo para não aprenderem Moonblast uma vez que eram
fadas!”.
“Como estamos em audiência?” Perguntava Shappiro ao
escrivão.
“Está quase superando o último julgamento, e as
contribuições não param! Colocar os crimes de Alola primeiro foi tiro e queda!”
Respondeu o outro.
“Rielly!” Incomodada, a menina chamou pela advogada
que levantou-se no mesmo instante.
“Objeção! Desejo apresentar argumentos em favor da
minha cliente!”.
“Objeção negada!” O advogado de acusação respondeu.
“Mas... Como pode, uma das clausulas é o debate e você
fez três acusações, eu deveria poder recorrer!” Tentando intervir, Serena sentia
ainda mais os olhares das pessoas sobre si especialmente o de sua mãe que a
olhava com cada vez mais desaprovação.
“Serena! É melhor você se acalmar, deve deixá-los
falar primeiro e tentar sua defesa no tempo que lhe for cedido!” Tentou
explicar Grace.
“Você ouviu Rielly, são muitos crimes, não tenho como
apresentar todos os argumentos no tempo de defesa que me cederam, preciso fazer
o debate render para provar os pontos de que sou inocente!” Respondeu a menina.
“Qual o próximo lance... Digo acusação! A próxima
acusação, por favor!” Shappiro pedia.
“Feita pela empresa Whirlwind, alguns passageiros
afirmam terem sido constrangidos por Serena quando a menina os abordava
afirmando ter cerca de 6 Voltorb com Explosion em seus bolsos que poderiam
explodir a aeronave a qualquer momento provocando quedas e cancelamentos em
suas viagens!’.
“Quem captura Voltorb hoje em dia?”.
“Ela já deveria ter saído presa de lá por isso! Mas as
empresas Whirlwind sempre muito pertinentes em suas colocações!”.
“Próximo lance?.. Whirlwind... Essa empresa é parceira
do Lysandre... Foi ela quem realizou as Fast Battles... Todas as minhas acusações
foram feitas por alguma empresa e provavelmente não foram feitas de graça, a
audiência...”
“A empresa de telefonia acusa Serena de ligar para
Drasna e gatilhar a especialista em dragões alegando mesmo tentando negar seu
lado Birdkeeper, o charizard de Lance consegue ser mais dragão do que todas as
suas Altarias, no mesmo dia ela também teria inventado moradias temporárias
para desabrigados dos terremotos e vendido pedaços do reino de Arceus no
Twitter por cinco centavos, irritando a comunidade de Mimi a purista” Acusou
novamente.
“Mas ela mentiu? Nessa a lenda não está errada!”
Comentava um usuário no Twitter.
“Tortura psicológica não é entretenimento, e mais uma
vez os telefonistas de Kalos fazem tudo vou assinar um plano!” outro comentava.
“A audiência ganha conhecimento dessas empresas, é
como um leilão de divulgação! Quem dá o maior lance consegue a atenção, mas o
que eles ganham com isso sabendo que sou inocente?!” Observando as pessoas, a
garota refletia a respeito do que acontecia ali quando uma notificação em seu
celular apontava que havia perdido cinco seguidores que não concordavam com suas
ações vendo o julgamento.
“Porém não tenho tempo para pensar nisso, preciso
pensar no que vou fazer para sair dessa situação antes que isso acabe com o
pouco que tenho!” Desesperada a menina via-se rodeada dos olhares das pessoas.
Nenhuma palavra era proferida, mas estava certo de que
todos ali a diminuiriam de alguma forma desde os advogados que buscavam
problematizar ainda mais todos os seus crimes, Shappiro por a tratar apenas
como mais uma mercadoria, a mídia de Valeria interessada em dar a Kalos a ideia
de que a justiça estava sendo feita, tudo isso com sua mãe a deixando cada vez
mais nervosa, Serena sabia que assim que o momento de sua defesa chegasse não
teria argumentos para quebrar a narrativa que estava sendo contada.
Engolindo em seco, uma memória brotava em seu peito parecendo
tomar conta de si.
Alguns anos atrás, a garota quase para completar nove anos usando um pequeno vestido um tanto quanto largo, sapatilhas rosas e um
laço preto em seu braço, estava em classe junto de seus amigos, uma garota
destacando-se por usar duas marias chiquinhas no cabelo e um laço preto em seu
braço, sentava-se ao seu lado.
“Muito bem, turma, agora é hora de todos falarmos
sobre seus sonhos! Todo mundo nasce com um sonho, pode ser aquilo que você
gosta mais de fazer ou algo que você é bom” O professor iniciava a classe sobre
inspirações futuras.
Confusa com a afirmação do tutor, Serena tentou
enxergar em si um sentimento daquele, lembrou-se das corridas de sua mãe, do
sorvete que mais gostava de tomar, dos desenhos que assistia e até mesmo
daqueles que fazia quando estava entediada, mas nenhuma dessas coisas pareciam
vir com a carga de sentimentos que o professor descreveu.
Com a mão trêmula, ergueu o braço para manifestar sua
duvida, sendo notada, o professor deu-lhe a palavra.
“Todos mundo nasce assim? Mas... Eu... Eu não sinto que
sou boa em nada... Eu até gosto de algumas coisas, mas nunca senti nada assim
e...” Serena comentou e antes que tivesse a chance de completar.
“Talvez porque não seja mesmo!” Bruce um menino
desdenhou arrancando risadas de toda a turma.
“Bruce, não seja rude!” Repreendeu o professor.
“Eu sonho com trabalhar usando a produção de mel com
as Combees da minha família, o rancho é incrível e lá tem muitos Pokemon grandões!” Uma menina comentava chamando a atenção para si.
“Eu vi na televisão uma reportagem que fazem azulejos
em Lumiose, eu não sei bem o que é isso, mas faz as casas e prédios ficarem tão
bonitos, acho que gosto disso!” Outro menino comentava sobre suas experiências.
Uma a uma, as crianças foram contando seus sonhos,
aptidões ou experiências únicas que tiveram que as destacava de alguma forma,
para Serena aquilo fora algo muito interessante, já que não conseguia falar com
a maioria dos colegas conhecê-los e imaginá-los em diferentes contextos lhe
permitiu sorrir com as possibilidades que imaginou, uma vez que não conhecia o
significado da maioria das palavras que eles falavam.
“Eu quero ser bailarina! Acho lindo como as bailarinas
performam junto com seus Pokemon!” Alicia contou a todos por fim sobrando
apenas uma criança que não havia falado.
Todos os olhares se voltaram para Serena, foram cerca
de dois minutos e meio, onde todos os olhares estavam em si esperando que ela
dissesse algo e uma ansiedade enorme a corroeu, lhe ocorrendo pela primeira vez
que nunca havia feito algo interessante o suficiente que lhe marcara tanto
assim.
Poderia falar sobre as corridas de sua mãe, mas nunca
havia parado para se imaginar fazendo aquilo ela apenas uma diversão longe do
que pensara para si, ela percebia o olhar dos colegas mudando, seus rostos
agora apresentavam dúvidas sobre o porque a resposta não vinha.
Será que ela não era boa em nada? Como ela podia viver
sem ter algo para contar? Seu tempo não era gasto com coisas interessantes? O
que a definiria então?
“Eu... Eu...” Sua voz não saía, ao virar-se para o lado
encontrou Alicia e uma preocupação genuína em seu olhar que a fez sentir pena
de si mesma misturada com alguma vergonha que ligava todos os seus sentimentos
em uma teia dificil de desatar.
“Eu quero ser bailarina também!” Foi o que conseguiu
falar e foi o que encerrou aquela discussão, mas os comentários não cessaram.
“Você viu o quanto ela demorou para responder?”.
“Pensei que não ia sair nada!”.
“Será que a mãe dela não faz nada de interessante?”.
“Talvez seja ela mesma, você viu, ela não é boa em
nada deve ser horrível viver assim!”.
As palavras e comentários não deixavam a mente de
Serena, por vezes segurou todas dentro de sua cabeça e sustentou o dia até o
caminho para casa onde uma a uma essas palavras passavam a fazer cada vez mais
sentido como estrelas iluminando uma noite escura, mas ao invés de permanecerem
calmas, caíam uma após a outra acumulando e pesando sob suas costas, tornando
sua caminhada mais difícil até que toda a empolgação por coisas novas sumisse e
sobrasse apenas uma dúvida: o que deveria fazer?
“Mãe... Eu... Eu acho que tenho que fazer balé!”
Chegando em casa a menina anunciou de imediato enquanto sua mãe aprontava a
comida.
“Você acha que eu seria boa?” Perguntou na esperança
de ouvir algo que a motivasse.
“Depende, mas é bem díficil, você não tem cara de quem
consegue fazer esse tipo de coisa” Grace comentou enquanto retirava uma concha
de água fervente do macarrão e derramava sobre os ingredientes na frigideira
que iriam compor seu molho.
“Alicia disse que as bailarinas dançam com seus Pokemon e fazem lindas apresentações, será que eu consigo? Eu... Eu não consigo
pensar em nada mais...” Sentada em uma das cadeiras da cozinha, a garota não
conseguia expressar o que precisava ouvir enquanto Grace agora com uma pinça
retirando o macarrão da água fervente e o passava para o molho iniciando um
novo processo de cozimento.
“Se quiser se matricular você pode tentar, acho que é
tão difícil quanto as corridas e provavelmente as outras garotas estarão mais
avançadas que você” A mulher voltou a comentar “Pode, por favor, ligar a
televisão para mim?”.
Após sentar, a ansiedade em seu peito tornara-se um
estado de tristeza leve, mas presente por todo o seu corpo, arrastando-se até a
sala pegou o controle do sofá e clicando no botão ligou o aparelho e então algo
que até então desconhecia surgiu por ela.
Uma garota de cabelos rosados, possuía um sorriso
estonteante e uma Fennekin ao seu lado, mas não apenas isso chamava lhe
atenção, parecia ser a última a se apresentar em meio a um palco com um formato
de um botão de flores.
“Fennekin Fire Spin!” Gritou enquanto girava em torno
do próprio eixo.
Uma raposa despencava dos ares com uma cambalhota,
suas orelhas aqueciam liberando um vapor brilhante como um rastro de sua queda,
antes que inflasse o peito e disparasse chamas giratórias que se convertiam em
anéis de fogo caindo ao redor dela e de sua treinadora.
Apesar das roupas coloridas a tornarem fofa, aquela
garota não parecia temer o fogo, pelo contrário ele parecia quase que responder
ao seu comando conforme ela dançava sua mão parecia tocar pelas aureolas
flamejantes e mudar suas formas ao seu bel prazer.
Dividia o palco com sua parceira e ambas pareciam
apenas dispostas a serem o que eram e exibir seus melhores movimentos conseguindo
contagiar o público que reagia em resposta num espetáculo tão incrível, natural
com uma dimensão que a garota jamais havia visto, a performance terminava em
chamas no formato de flores caindo ao redor delas.
“E essa foi a performance de Ária! Uma grande revelação
agenciada por Yachio que está ficando cada vez mais famosa, como é estrear com
tanto sucesso?” Perguntou Monsieur Pierre à garota.
“É incrível! Me sinto tão feliz de poder levar a
alegria às pessoas!”.
Os olhos da garota brilharam ao enxergar aquela menina
em um palco, sua pele se arrepiou, levando uma mão ao seu cabelo enquanto sua
mente trabalhava em se imaginar naquele palco, o nó em seu peito se desfazia e
tudo parecia fazer sentido, essa sensação que ela parecia poder segurar em seus
braços e a abraçava de volta.
“Eu quero ser famosa! Eu deveria ter dito isso!” Concluiu a pequena Serena antes que sua mãe lhe pedisse para mudar de canal.
Voltando ao presente, a garota levou as mãos abraçando
seu próprio corpo em meio aquele caos, Grace a olhou confusa enquanto Rielly
parecia curiosa, ela não deixaria aquilo acontecer novamente, as coisas não
eram tão simples como sonhara quando criança, mas seu desejo ainda se mantinha
e havia feito progresso.
Ela iria falar dessa vez, levantando-se ela encarou
Shappiro.
“Serena! Sente-se agora!” Grace a repreendeu, e a
garota sentiu as lágrimas descendo por seus olhos.
Uma solidão tomou conta de si junto de um alívio
quando sua boca pronunciou:
“Eu quero intervir, eu quero uma batalha Pokemon!” Em
alto e bom tom as palavras saíram de sua boca enquanto sua mãe arregalava os
olhos.
“SERENA?! Você tem noção do que acabou de fazer! Você
não pode passar todos os limites apenas porque te convém, o que está pensando?!” Bradou a mulher.
“Senhora acalme-se, esse não é um lugar para brig...”
O advogado de defesa começaria, mas foi interrompido por Shappiro.
“Deixe, é briga familiar, isso sempre dá audiência,
deixa rolando e aproveita para fazer os anúncios e gente tragam o campo de batalha!” O
homem advertiu ao outro que assentiu.
“Estou tentando resolver as coisas por mim mesma! Eu
jamais teria envolvido você nisso, assim como não envolvi você em nenhum dos
meus problemas desde que saí para Lumiose, já que tudo que eu passei sempre
pôde ser relevado por você!” Respondeu a garota num tom sincero, sem acusações,
apenas seus sentimentos.
“Eu te dei liberdade para ir aonde quisesse mocinha,
não pense que teria isso se fosse criada por outra! E agora me acusa por te
deixar livre?! Isso era o que eu mais queria na sua idade, meus pais faziam questão
de opinar e se meter na minha vida a cada decisão que eu tomava, eu deixei você
ter o controle!” Grace gritou não reparando que o cenário agora se transformava
e tudo era substituido.
“Eu nunca te acusei por nada! Eu reconheço que fui
muito livre para ter minhas próprias escolhas, mas eu não sou você, mãe! As
coisas nem sempre são fáceis de entender para mim, a minha melhor amiga e Pokemon morreu e você nunca me mandou uma mensagem perguntando sobre ela ou se
interessando em conhecê-la! Só me procurou no momento em que era óbvio que eu
estaria precisando de ajuda, mas nem assim foi capaz de me dar um abraço e
tentar dizer que tudo ficaria bem! Eu só queria que tentasse me conhecer um
pouco mais!” Justificou a garota enquanto as lágrimas caiam.
“Quer saber se você quer uma batalha, eu mesma batalho
com você! Rhydon, por favor, venha!” Gritou a mulher enquanto atirava uma
pokebola para o alto.
“I-Isso não é justo, eu não quero brigar! Podemos
resolver isso de uma maneira normal! Eu só quero que me escute de vez em
quando, eu sei que nem sempre me expresso da melhor forma, mas por favor!”
Gritou a funcionaria do centro pokemon afastando-se enquanto ao lado de sua
mãe, o Pokemon tomava forma.
“Onde está sua coragem agora, Serena?!” O tom de voz
incisivo de Grace despertou uma coragem que ela não lembrava estar ali.
“Certo, como sempre, vou tentar resolver as coisas do
seu jeito! Mawile, Honedge eu preciso que me ajudem!” A garota gritou sacando
ambas as pokebolas e libertando a metálica com sua bocarra enquanto a espada
dançava ao seu redor.
Serena nunca imaginou lutar com sua mãe, especialmente
porque não se sentia motivada a tomar medidas tão drásticas, mas durante os
últimos dias aprendera a necessidade de lutar pelo que acreditava e algumas
situações não lhe dariam a opção de resolver tudo da forma mais correta
possível, talvez essa fosse a única maneira de que Grace finalmente a escutasse
de verdade, e já que estava acontecendo não podia voltar atrás.
“Vamos ver até onde está disposta a continuar com esse
seu circo! Rhydon. Scary Face e Earthquake!” Sua voz soava como um trovão.
Sacudindo sua cauda, Rhydon disparava rugidos enquanto
reunia energia sísmica que compunha sua silhueta em um brilho esbranquiçado ao
seu redor, a aspirante a famosa e seus Pokemon o observavam, mas desviaram o
olhar para as rachaduras fluindo pelo chão e trazendo abalos sísmicos tornando
dificil a garota manter-se em equilíbrio.
Os rugidos do Pokemon ficavam cada vez mais intensos enquanto as ondas sonoras pareciam se distorcer em figuras distorcidas deixando Mawile e Honedge paralisadas pela tensão e medo que provocavam no local, junto dos terremotos causando dores imensas em seus corpos enquanto Serena tentava equilibrar-se mantendo seu olhar focado em Rhydon.
“O chifre em seu nariz é o maior ponto fraco, o
conheço desde pequena, então precisamos dar um jeito de neutralizá-lo...!”
Pensava.
“Não estou pedindo que mude, não estou sendo ingrata
pelo que me deu e muito menos desejando que faça coisas além do que pode, estou
pedindo apenas que me compreenda! Eu tentei conversar, mas se esse é o modo que
deseja usar eu não recuarei! Mawile suas irmãs não gostariam de vê-la dessa
forma, forme Fairy Wind e expanda em direção às rachaduras! Honedge, use Screech e
neutralize o Scary Face!” Pediu a garota.
Com seu coração tremendo, Mawile cerrou os punhos
ainda que estes também fraquejassem, sua bocarra sugava o vento ao seu redor
como um ciclone o encantando com sua essência e cuspindo uma ventania carregada
de poeira feérica, esta entranhava pelas rachaduras puxando as pedras e as
fazendo levitar criando um terremoto mais igual para que Mawile pudesse se
firmar em meio ao terremoto.
Honedge passou a sacudir seu corpo de espada, suas
superfícies metálicas chiavam em uma vibração poderosa capaz de anular os
rugidos de terror do oponente, resultando no desfazer do movimento.
“Quando eu era criança, tudo que desejava era seguir
meus próprios objetivos como corredora! Meus pais queriam me obrigar a seguir
um caminho que não era meu, davam opiniões o tempo todo sobre o que viam e na
maior parte do tempo minha individualidade era negada por eu simplesmente não
cumprir os requisitos para ser uma corredora, eu só queria que se importassem menos
e me deixassem fazer as coisas por mim mesma! Eu te dei uma liberdade e
conforto que nunca tive! Qual o problema nisso?! Rhydon, Stone Edge agora!”
Grace gritou com os olhos arregalados pela revelação que não gostaria.
Carregando os sentimentos de Grace, o dinossauro de
pedra ergueu as mãos encantando as pedras levitadas por Mawile, as fortificando
com sua aura e os controlando como uma auréola ao seu redor, enviando as como
disparos devastadores enquanto os Pokemon de sua filha esforçavam-se para
desviar dos projeteis que explodiam ao chão.
Mawile não conseguira desviar sendo acertada por uma e
indo ao ar.
“HONEDGE, AJUDE-A!” Gritou de súbito.
Usando o lenço de sua bainha, Honedge agarrou-se ao
braço da metálica conseguindo estabilizar sua cauda e agora Mawile empunhava a
Pokemon fantasma a partir de seu lenço, o que deu uma ideia à Serena.
“Agora, Honedge, Night Slash! Mawile, utilize-a para
cortar as pedras em seu caminho!” Serena gritou.
Encontrando o olhar de sua treinadora, Mawile ergueu
sua parceira soltando um grito de guerra prestes a entrar em uma batalha,
enquanto a extensão metálica da espada amaldiçoada ganhava tons de um céu
noturno com estrelas a pontilhando deixando um rastro para trás.
Rhydon não se intimidava e reunia mais poeira ao seu
redor, estas iluminadas por sua aura cintilavam até viraram pedras pontiagudas disparadas
como balas de uma metralhadora em direção à fada metálica que avançava contra ele.
Em sua corrida, baixava a cabeça desviando de um dos ataques, saltando em seguida para evitar dois projéteis que explodiam em uma nova nuvem de poeira atrás de si ficando diante de uma das pedras que rumava contra si, confiando em Honedge, ela ergueu a espada desferindo um corte que a partiu ao meio continuando seu avanço
“Eu não tive a oportunidade de conhecer meus avós, e
muito menos sabia qual sua relação com eles, mas eu passei por muitas coisas sozinha que não conseguia lidar ou compreender e ninguém estava lá por mim, do
modo como sempre agiu todas as minhas questões pareciam um drama qualquer para
você, e talvez até fossem, mas ninguém foi gentil o suficiente para me ensinar
a lidar com elas!” Frisou a loira com as lágrimas caindo.
“E isso é tudo para você? Eu lidei com todas elas sozinha! Rhydon, Mega Horn!” Curta e grossa, o comando de Grace saiu.
Batendo no
peito com as duas mãos, Rhydon rugiu novamente e dessa vez um pulso de ar foi
exibido ao seu redor enquanto Mawile e Honedge foram repelidas pela potência do
poder, abrindo os braços o dinossauro de pedra exibiu o chifre em seu nariz
quase quadruplicando de tamanho e envolvido por uma grossa camada de poder
partiu em disparada contra a fada metálica se colocando diante dela.
“EU NÃO SOU VOCÊ! EU SOU SUA FILHA! IRON DEFENSE!” As
pernas de Grace balançaram ao ouvir as palavras da garota.
Rhydon ergueu o chifre e preparou-se para mergulhar
para um golpe certeiro, Mawile escutando o comando atirou Honedge para o alto
fechando os punhos e os cruzando à sua frente, endurecendo seu corpo com seu
poder metálico recebeu a investida do Pokemon que causou um choque imenso,
suportando toda a carga e peso do Pokemon contra si, Mawile não fraquejaria.
“Eu não sei qual a condição para você ter me tido! Mas
eu não escolhi estar aqui, eu não escolhi ser assim, eu apenas sou! Estou
tentando ir atrás do meu sonho sozinha como me ensinou, mas só isso para mim
não é o suficiente... Eu preciso de ajuda... Está sendo difícil... Não estou
pedindo que faça as coisas por mim... E-e-eu só...preciso de você... comigo!
Reconheço o que fez para me criar, mas você não pode simplesmente definir o
modo como eu devo lidar com os meus problemas sem me dar a chance de entender
quais são eles... Apenas porque somos diferentes, você pode aprender
comigo... N-nós podemos aprender juntas! Por favor... Honedge, Shadow Sneak!”
Gritou a menina em euforia.
“S-Serena...” Como se enxergasse sua filha pela
primeira vez, ela parecia diferente do que se lembrava mesmo que não tivesse
tirado os olhos dela durante o dia inteiro, mas finalmente estava vendo sua
filha e sentia que deveria se aproximar mais dela.
A espada rodopiando no ar, energia fantasmagórica
envolveu o Pokemon do cabo até a ponta da lâmina usando seu lenço Honedge desembainhou-se
e disparou em direção a Rhydon acertando um corte na barriga do Pokemon que o
fez interromper o movimento, dando oportunidade para Mawile saltar:
“MAWI!”.
“HONE-HONE!”.
“Se está disposta a me aceitar, eu conversarei novamente com você, mas quero deixar claro que pode me chamar de artista, idol, performer ou o que quiser, mas depois de tudo que passei não aceito ser tratada como se tudo isso fosse apenas um delírio, me orgulho do que me tornei! Mawile, Iron Head, Honedge, Night Slash!”.
Com um grito, uma centelha de energia surgiu acima da
cabeça da fada, com um giro enquanto abraçava o próprio corpo, Mawile
envolveu-se num blitz metálico de poder com Honedge enlaçando seu braço
enquanto sua lamina mudava de cor e cintilava dentro do movimento.
Grace passara o tempo todo recusando a pensar que
havia falhado, se convencendo de que era perfeita e agora os momentos onde teve
medo, onde não soube o que dizer, todos eles vinham à tona e projetar a si mesma
em Serena, pensando que ela lidaria do mesmo modo que ela pareceu a saída
correta, mas não era, nunca foi.
Mawile acertou uma placagem contra o abdômen do
dinossauro que arfou com a dor contra si, usando do impulso do movimento ela empunhou
a espada em seu braço e com um único golpe acertando o chifre do oponente e
o nocauteando com a potência do corte.
“Vamos continuar o julgamento, senhor Shappiro?”
Perguntou um dos juizes.
“Por hoje já temos o bastante, não podemos abusar
tanto da instabilidade do sistema, ela venceu a luta afinal e podemos liberá-la
sem mais problemas” Shappiro disse enquanto observava os números faturados com
aquele julgamento.
Serena ainda arfava observando a mãe, passou pela sua cabeça que cairia de joelhos chorando, abraçaria seus Pokemon, viraria as costas, correria dali, gritaria com a mãe ou qualquer coisa, mas em seu interior ela sabia exatamente o que queria fazer naquele momento.
No Hospital de Coumarine, uma adolescente internada assistia
o lançamento de uma nova campanha do Therapy Chá, um produto feito artesanalmente
com o Aromatherapy de diferentes Pokemon grass type que havia entrado em parceria
com uma Influencer dona de uma comunidade pequena, porém fiel, de fãs que
pareciam estar dispostos a apoiar o produto.
A filmagem iniciava com uma visão panorâmica da cidade
de Camphier Town, um local conhecido por sua história e edifícios que marcaram
Kalos em suas guerras, os edifícios sofreram revitalização ao longo da gestão
de Diantha sendo remanejados para que ali funcionasse o setor jurídico da região
um modo de honrar Pokemon e humanos que lutaram por aquela nação.
E então a câmera aproximava-se de um dos parque arborizados
da cidade, dando uma visão da vegetação que se unia as hastes de madeira que formavam
estruturas que protegeriam da chuva, porém um dedo indicador interrompeu aquela
amostra.
“Ei, Ei! Também veio à Camphier Town hoje? Bom, eu vim e
resolvi muitos assuntos que me deixaram extremamente cansada!” Serena surgiu mudando
o ângulo da câmera preenchendo a tela com um suspiro.
“Ao terminar atividades que exigem tanto esforço, sempre quero relaxar
com algo que me deixe confortável, e apesar de não ter o costume, decidi testar
o Therapy Chá enquanto faço um piquenique ao ar livre!”.
Os takes mudaram para mostrar uma mesa sendo
arrumada com uma toalha trazida por uma Mawile, uma Honedge empurrava cerca de cinco cadeiras para compor a mesa enquanto uma mulher, com o nome de Grace pela
legenda, sentava-se e parecia estar um pouco envergonhada ou contida era
dificil dizer.
Uma pequena fogueira fora acesa onde a garota colocara
uma chaleira para ferver, mostrando o pacote e rasgando a embalagem para despejar
o conteúdo dentro d’água, mexendo enquanto a fumaça que saia da chaleira tomou
conta do vídeo num efeito esfumaçado que ao finalizar revelava Serena e Grace sentadas
junto de uma Mawile, um Honedge e um Magnemite, que apesar de não possuírem
pernas, também estavam sentados.
“Eu fiz biscoitos rápidos, pois escolhemos o sabor Therapy
Cherry curado do aroma de Cherubis e Cherrim que é bastante suave e contrasta
imensamente com algo mais crocante, seu cansaço inteiro será substituído por
uma satisfação enorme ao morder algo e em seguida se sentir abraçado pelo chá!”.
Um barulho de crack foi ouvido quando todos morderam o
biscoito e beberam seu chá com tranquilidade, a câmera se afastava lentamente,
mas caso olhasse atentamente veria que Grace possuía seus olhos marejados e
seus lábios pareciam formar uma frase à Serena.
“O chá esta ótimo, não merecia, mas muito obrigada por
me convidar para esse momento”.
“Ela está realmente conseguindo!” Um sorriso surgiu no
rosto de Ária, a menina mirou-se no espelho enquanto a prótese de sua mãe esquerda
ficara pronta, feita de metal, possuía o indicador e o polegar móveis enquanto
os outros dedos não possuíam tanta articulação.
Levantou-se da cadeira tendo a visão do lago com os
barcos boiando sobre a noite que refletiam no lago cristalino.
“Amanhã finalmente receberei alta! Só preciso decidir o que farei daqui para frente!” Ária disse para si mesma, permitindo-se contemplar por mais alguns instantes a bela vista.
Em Cyllage, uma cidade famosa por turismo de aventura,
apresentando ciclovias de dificil acesso com obstáculos que desafiavam a
capacidade dos visitantes, montanhas para realizar alpinismo, escaladas e outros
atrativos que garantiam a cidade um movimento constante, junto disso o comércio
de pedras preciosas extraídas da Connection Cave.
Existia também um ginásio local administrado por Grant,
o líder do ginásio, e usuário do tipo pedra, ao cair da noite de hoje um combate
ocorria em seu campo.
“Estamos quase no final, mas não vamos desistir agora,
Absol! Mega Shinka!” Astrid comandava com um giro em torno do seu próprio eixo,
ao tocar na pedra localizada em seu ouvido seus sentimentos deram vida a feixes
de vida e morte que buscaram a aura de Absol.
O Pokemon desastre uivou enquanto sua pedra ressoava
canalizando esse poder em sua alma permitindo que alterasse sua forma, erguendo-se em sua nova aparência com asas feitas de seu próprio pelo, o dark type preparava-se
para o próximo golpe.
“Mega Horn!”.
“Reflect!” Grant comandou sem tirar os olhos do
pokemon.
Iniciando sua corrida, suas patas deixavam um rastro
no solo do ginásio enquanto o seu corpo arrepiava-se com a quantidade de
energia direcionada ao seu chifre, com um pulo o Pokemon liberou todo o poder em
seu chifre que cintilou triplicando de tamanho irradiando poder preparava-se
para desferir seu movimento.
Aurorus firmou as patas no solo, sem temer a aproximação
criou uma barreira reflexiva a sua frente no momento em que Absol colidiria
consigo, sustentando o movimento e encarando o Pokemon nos olhos fazendo
fraquejar sua confiança.
“Rorus!” Debochou.
“Blizzard em área, finalize-o!”
Com um cântigo que soava como seu rugido, Aurorus
fazia suas crinas balançarem como auroras físicas cintilando conforme o poder
invernal crescia cada mais dentro do campo de batalha, Astrid sentia a temperatura
baixar e seus lábios tremerem, enquanto seu coração acelerava já prevendo o que
viria a seguir.
Batendo seus pés sobre o solo, Aurorus provocava oscilações
na ventania que surgia por todos os lugares e com um grito final o Pokemon
enviou as correntes geladas contra Absol, o Pokemon gritou de dor ao sentir o
vento frio contra seu corpo, seus pelos grudando e congelando uns nos outros.
“ABSOL!”.
A voz de Astrid fora soterrada pela explosão de uma
fumaça gélida que culminou no canídeo do desastre inconsciente e retornando a
sua forma normal.
“Meu estilo de batalha consiste em defesa, você parece
desesperada em apenas atacar, nunca irá chegar em uma vitória desse jeito!”
Grant finalizou retornando seu Pokemon enquanto a garota levantava seu braço
direito limpando as lágrimas.
“Mais uma derrota... Eu não sei mais o que fazer...”.
Deixando o ginásio, a menina passaria a noite no Centro Pokemon, dirigindo-se à Connection Cave no dia seguinte.
Já em uma região próxima de Geosenge, um homem corria por um dos corredores com uma arquitetura
moderna, com cores próximas ao laranja.
“Lysandre! Estamos captando alguma coisa!” Xerosic, cientista
da Team Flare, uma organização financiada pelo empresário Lysandre ligada a
desenvolvimento de tecnologias, criadora do sistema de ondas HoloCaster.
“Você tem certeza, já faz quase um ano que não temos
sinais claro dele! Não tenho mais tempo para alarmes falsos!” Lysandre bradou
de sua cadeira, em sua mesa um documento que relatava a respeito dos
julgamentos públicos daquele mês e o financiamento que haviam conseguido com as
acusações das empresas.
Os dois dirigiram-se à sala onde Xerosic utilizava
para realizar seus projetos, ficando diante de algo que poderia ser confundido
com uma criação robótica, mas era na verdade uma Pokemon feita de engrenagens e
possuindo seu corpo no formato de uma esfera, a Pokemon girou sua cabeça para o
cientista acompanhando seu aproximar.
“Certo, Magearna, é hora de trabalhar! Precisamos do
relatório!” Xerosic disse à metálica fazendo carinho em sua cabeça.
“T-Tudo B-Bem... D-Depois P-Poderei B-Brincar C-Com A-llexya”
Virando-se de costas a Pokemon caminhou até um suporte técnico de uma máquina semelhante
a um emissor de ondas de rádio conectado a um cabo que alimentava um computador.
“Claro que sim, vocês brincarão muito em breve!”.
A Pokemon conectou seus braços aos plugs e então seus
olhos perderam as pupilas e o orbe em seu peito passou a girar, brilhando.
“Estamos monitorando Kalos o tempo todo, de acordo com
o Soul Heart de Magearna, todas as cidades a um primeiro momento parecem normais
em relação às ondas que as rodeiam até Anistar com sua interferência,
provavelmente devido ao cristal, parece menor que o comum, porém se você
prestar atenção em Cyllage próximo à Connection Cave” Xerosic comentou enquanto
ampliava aquela área no mapa de Kalos.
“Um acúmulo de energia? Estranho, mas não está causando
modificações no terreno... Será que pode ser ele?” Lysandre perguntou.
“A energia não está sendo utilizada, apenas armazenada
e convertida em energia paradoxal, como se estivesse sendo preparada para abrir
uma passagem e... bom sabemos o que isso significa!” Frisou o cientista enquanto
o outro empresário franzia o cenho.
“E o que faremos?”.
“Você irá até Cyllage e verá isso de perto, se isso
for uma manifestação do Hoopa precisaremos nos certificar de que estaremos lá
antes que Diantha possa intervir de algum modo, precisamos estar sempre um
passo a frente!” AZ, ex campeão de Kalos, entrava na sala.
“Claro, Azoth... Digo AZ, iremos para Cyllage amanhã”
Lysandre concordava.
Notas Finais: Esse capítulo é muito pessoal para mim, algumas das falas da Serena dizem muito sobre mim e o que vivi, mas apesar disso espero que estejam apreciando o crescimento dela como protagonista uma vez que estou preparando ela para o que virá nos arcos a seguir e tem sido incrível narrar a jornada dela.
Inclusive tivemos grandes revelações para o próximo capitulo que se chama: Crystal of Life Act 2.
Me pergunto se ser alérgica à mudança nas formas das nuvens pode me garantir ordenado sem ir trabalhar... I wonder. Mas pronto, se a Growlithe nem olhou para o céu então terá tido sua energia drenada? Por estar perto das pedras da rota 10 pensei que poderia ser, além de ligar aos terramotos, não me parece algo apenas para fazer piada ou de world build inocente... ou é e eu estou pensando demasiado nisso, mas ficarei atenta a mais casos para não me pegar desprevenida como da ultima vez... me dá um Therapy Chá para eu não pensar tanto e me deixar levar até uma ilha deserta com um castelo abandonado à beira mar...
ResponderExcluirMas enfim, acho impressionante como depois de tudo a Grace continua não dando a mínima atenção para o que Serena fala, me dá um desgosto por saber o que é isso de experiência própria, a Grace já vinha com o discurso pronto como se o tivesse ensaiado e nada do que Serena fosse dizer iria mudar o texto, achei que pela ultima discussão isso fosse mudar um pouco, mas parece que não... bom, I mean, pelo menos o assunto agora é a Serena e não a Grace, embora ela ainda queira fazer tudo sobre ela estar magoada... enfim.
Amei o julgamento, mas minha parte favorita foi a memória de infancia de Serena, achei aquilo tão bonitinho e consegui imaginar a cena toda. A menina das Combee falhou na vida e agora vende fotos dos pés no only fans e o unico inscrito é o Bruce... não sei, achei que devia dizer isso.
Mas pronto, gostei de como ligou com os primeiros capítulos em que a Grace falava que Serena sempre desistia do que queria ser, era algo que achei que teria mais sobre quando li e aqui está provavelmente a primeira vez que Serena disse querer ser algo sem sentir. Ela terminando com o querer ser famosa depois da performance da Aria foi muito fofo, nos levando ao primeiro capítulo... ou ao negativo 10? Seja como for, a cena é perfeita e já demonstrava a falta de confiança que a Grace tinha na filha, me pergunto se teremos algum arco com Grace para justificar essa frieza e narcisismo todo... quando falou dos pais dela eu pensei que seria interessante ver como ela era na infância e como os pais a controlavam... adorei a batalha das duas e o dialogo, Serena conseguir dizer o que tinha entalado na garganta através da batalha foi bem emotivo e deu um crescimento imenso na personagem, já nos capítulos anteriores em que teve de batalhar mostrou como consegue se expressar tão bem enquanto combate, eu adorei mesmo. E no final a Grace sempre parece ter sido bem narcisista, como os pais a controlavam e ela lutou para ser corredora e foi tão boa nisso a deu uma sensação que ela sempre estaria certa e por isso se recusava a elevar a Serena ao seu nível e achou que estava fazendo o bem...
E coitada da Astrid, a pobrezinha não cansa de ser pisada, há que reconhecer o esforço, tadinha, ela tenta...
E esse final me deu arrepios... Magearna parecia em sofrimento e ela quer brincar com Allexya... hm... Allexya tb é um robô? Não sei, me bateu isso na cabeça por alguma razão, imaginando a cantora ser um bot criado para controlar as coisas por Kalos e recolher energia durante os concertos... não sei, to só pensando lol
Ah e claro, a Diantha continua sua campanha de salvação de Kalos, fiquei curiosa sobre quem ela vai enfrentar, se já foi apresentado perdão, não lembro, mas gosto de como você a vem trabalhando. Depois da defesa teremos o tal encontro com Valerie, amei esse capítulo, a história segue perfeita <3
E mais uma vez, Feliz aniversário, João! Te desejo tudo de bom nessa vida, você merece tudo de incrível que esse mundo tiver para te dar <3
Esse capítulo se tornou no meu preferido, eu achei ele impecável, por inteiro, ele é realmente muito bom, mostra quase todas as protagonistas do header menos a Seraphine que ainda não está tão inserida assim, mas nos aprofundou em tantas coisas até da própria Serena e finalmente muitas revelações que estou COMPLETAMENTE EM CHOQUE, inclusive você piorou meu resfriado porque quando eu choro fico mais gripado ainda e durante a cena pós final da batalha com a Grace, eu só faltei morrer
ResponderExcluirmas vamos por partes porque tenho muito o que dizer, eu amo a Michelly empinando moto de jaqueta, eu amo a Michelly dando lacres num senhor, eu amo a Michelly falando "Num é?", eu amo a Michelly, fim, achei que deveria dizer, uma das relações mais sinceras da história é a dela com o crime e o contrabando de Pokemon, o que esperar de uma motoqueira? nunca confie nelas, eu amo como esse capitulo inicia dessa forma e logo termina a parte da Serena voltando pra ela também, eu achei linda a ligação e amo que encontrou uma forma da Serena ter que estar com a Grace, precisando dela ali já que é a mãe dela e precisa responder por ela também, foi bem natural até porque o nome da Serena não tá sujo, tá imundo de tanto tempo e amo essa piada e como ela rendeu esse capítulo tão bem pensado e conectado, que é meu preferido mesmo, também amo a Anisa questionando seu trabalho e o menino que quer namorar bandido
Aí temos a cena de Diantha, eu amo ela falando, se organizando, se questionando, seu trabalho tem tanta importância e o peso de tudo cai sobre ela, as soluções que ela PRECISA encontrar num tempo apertadissimo sobre assuntos que nem são do conhecimento dela mas precisa ser >ela<, nossa essa mulher só não surtou porque tem medo de perder tudo e virar performer, que é inclusive minha recomendação para a Astrid, já sabemos que aconteceu com Skyla e Astrid em tempos de crise em Unova e que a Mina é uma forte candidata a isso, a Drasna acho que deveria virar especialista que é um degrau abaixo de performer, por isso a Koharu virou, mas voltando eu amo essa cena e como Wikstrom chega, NÃO RESOLVE OS PROBLEMAS DELA, mas a ajuda a pensar melhor, o abraço tão simbólico e os gestos deles dois quase me sinto mal por duvidar da índole desse querido, mas achei curioso como ele chega justo quando Diantha está lembrando dos sinais do holocaster, mas no momento vou considerar que são um lindo casal fofo, eu gosto de como um não apaga o outro e os dois têm uma vida separados, isso é tão bom de ler e importante também, eles podem fazer coisas juntos como já vimos, mas também têm suas coisas separados, e esse desafiante aí que foi desafiar ela aposto que é a Koharu tbm já que vencer da Drasna é tao basico assim
ResponderExcluireu amo o shade na valerie, estou curioso pela relação das duas e se vamos ter uma batalha nesse formato de conversa tbm entre valerie e diantha no próximo capitulo, gostei muito dessa cena e os diálogos foram muito bons até sobre equilíbrio, achei bem maduro isso e também o julgamento, o tribunal em si e como organizou as coisas, achei bem maduro mesmo com todas as piadas e surto, acho que você fez tudo direitinho e muito bem, gostei bastante
ai o retorno de Rielly que perdeu a audição depois dos falsetes da Melody kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk coitada eu amo a continuidade, ALIÁS TAMBÉM AMO QUE O SKIDDO INICIOU UM MOVIMENTO, EU LEMBRO MUITO BEM DELE NAQUELE CAPITULO QUE INVADIRAM COUMARINE MEU DEUS KKKKKKKKKKK ELE VIROU UM MARCO
ResponderExcluirmas voltando eu amo a chegada no tribunal com o surto, mas a parte do carro ja me gatilhou todo, nossa os pensamentos da serena e como a grace estava agindo e até o motorista tenso sem saber pq, enfim logo temos muuuito a falar sobre elas, mas ai SIMPLESMENTE ADORO a advogada de pobre de 10 minutos, adoro que em alola decidiram que todos precisam de direitos kkkkkkkkkk, E PRINCIPALMENTE AMO QUE EM KALOS UMA BATALHA É UM JULGAMENTO LEGITIMO KKKKKKKKKKKKKKK E SE ELA PERDESSE PRA GRACE O Q IA ACONTECER?????? (ok tem muito mais por trás mas achei engraçado como falaram isso tipo obviamentchy todos sabem neh) enfim, eu morro de medo dos crimes da serena, se foi mesmo a P***y essa menina é MALUCA em alola, não vejo a hora de conhecê-la tbm, eu amo as staryus em epoca de reprodução kkkkkkkkkkkkk as criticas aos voltorbs nossa que bicho fracassado mesmo viu, a da ribombee eu me acabei realmente imperdoável kkkkkkkkkkkkk, mas gente a serena tinha excelentes provas de sua inocência mas ficou tão claro que não queriam saber, isso tudo é o que financia o lysandre por isso que ele consegue fazer os holo casters, por isso o shappiro é um desgraçado tbm e a diantha tava daquele jeito, meu deus a diantha está enfrentando um problema GIGANTESCO, ela vai precisar ser muito forte e já acho incrivel vê-la apenas numa situação de embate com tudo isso e não enxergá-la como uma força pequena como a Serena estava se sentindo tão diminuída nesse julgamento. Nossa mas muito bem ligado realmente, o julgamento foi excelente para conectar ao plot, as empresas loucas como se fosse um Leilão, tudo sendo entretenimento, e também gostei da postura da Serena de defender o que construiu, lutar por aquilo que tem mesmo que seja pouco, MAS SAO FIEIS!!! ai eu amo, e gente o menino de metalurgia??? serena corre, alias acho legal o contraste da serena ter steel e a grace ground, ambas vem do mesmo lugar mas uma tem vantage sobre a outra k interessante mesmo estou com nojo do Shappiro quero que ele morra
E bem eu AMEI as tentativas da Serena de falar, a forma como a Grace continuou a calando e com seus discursos que pareciam mesmo prontos, ela falando tanto de responsabilidade me deu uns 235 gatilhos, mas voltando, quando a Serena entende que aquilo tudo servia pra outra coisa e estavam pouco se danando pra inocência ou mesmo o que ela fez em Alola (quem liga pra Alola pra começo de conversa?), e ela volta naquela memória tão, TÃO, específica da infância dela, nossa eu me revi tanto naquele lugar, não sentir que tem algo especial em mim, as perguntas dela e como ouviu as desgraçadas das outras crianças comentando sobre isso, a Alicia gente, a Alicia bailarina e sla estou tão curioso pela Alicia, juro, e por mais desse universo da infância da Serena k mas quando a Serena chega em casa e fala com a mãe sobre isso e recebe um "você não tem cara de quem consegue fazer esse tipo de coisa", "você pode tentar", assim a Grace pode estar até sendo sincera, mas é como aquilo que a Serena falou, ela queria compreensão e mesmo que fossem besteiras, ela não tinha como lidar com isso e precisou lidar sozinha, mas ela não PRECISARIA se a Grace fosse um pouco diferente, e o lado da criação da Grace é compreensível mas de outra forma ela acaba repetindo o que os pais causaram nela, é muito real, eu senti muito toda essa cena, e principalmente quando a Serena vê a Ária na televisão com uma Fennekin, e ela dançando, ela fofa mas poderosa, controlando aquilo tudo e já começando na fama e tudo mais, os olhos dela brilhando e ver esse nascimento de onde veio o quero ser famosa que ela tanto repetiu, compreendeu, questionou, repensou, mudou e finalmente entendeu, nossa foi mágico, não quero ficar falando de mim tbm mas eu acho que senti isso também em alguns momentos da minha infância, até quando via os Contests da Dawn por exemplo, já pensei "queria fazer isso" e mesmo sendo algo impossível - no caso a serena vive num universo de pokemon e eu era só doido mesmo - parecia o certo, enfim eu amei o sentimento que passou, a cena foi linda e muito bem descrita tanto visualmente como em todos os aspectos, esse capitulo inteiro toca na perfeição e abraça ela logo em seguida
ResponderExcluirlogo vem o início da discussão e a batalha com Grace que eu não esperava mesmo, fiquei chocado com a atitude da Grace mas também pareceu muito real, eu achei a troca de palavras entre elas muito verdadeira e forte, coisas que eu queria muito dizer também e as soluções que a Serena dava, sem apontar dedo, sem acusar, sem culpar, apenas tentando se expressar entendendo o lado dela e falando EU NÃO TENHO CULPA, EU NÃO PEDI PARA ESTAR AQUI, EU SOU SUA FILHA, VOCÊ PODERIA ME CONHECER, nossa mas foi incrível e me desculpa, eu não prestei tanta atenção na batalha para comentar sobre estratégias mas acho que esse não era o foco daqui e ainda bem que não foi, mas devo dizer que os cenários dos ataques estiveram maravilhosos, as nuvens de poeira, as centelhas e brilhos e a Honedge que venceu uma batalha parabens lenda, Mawile impecavel e as pisadas do Rhydon, foram otimas e somaram ao que você queria fazer delas conversando sem atrapalharem em nada, realmente amei, amei que serena venceu aqui, ela está muito orgânica, e então vem a melhor parte do capitulo que eu me acabei de chorar
gente o final desse capitulo, eu fiquei chocado quando você disse tudo que a Serena poderia fazer, mas que não era nada daquilo, foi ali que eu soube: eu ia chorar, e quando cliquei em Celestial e ouvi a voz adocicada do Ed Sheeran cantar "I see tonight" eu já me tremi, então começou com uma menina adolescente internada (e eu assim: Koharu???), aí o cenário todo de Camphrier, o jeito como pareceu que esbarramos em Serena e somos convidados por ela a ter uma conversa como se estivéssemos a passeio num dia corriqueiro, então os Pokemon da querida aparecendo (honedge muito feliz empurrando cadeiras), ela falando do chá que resolveu experimentar e A GRACE, A GRACE ali, nossa quando eu vi a Grace participando, conhecendo ela e sla parando de falar só dela mesmo que seja só nesse momento sem reduzir o sonho dela, mesmo desconfortável por estar ali e não concordar, mas ainda ali sentada para tomar esse chá desgraçado ai vou chorar de novo, enfim essa cena é perfeita, e essa ser a solução que a serena encontrou é de um crescimento absurdo para a personagem, eu amei mesmo todo esse momento, a grace dizendo que não merecia mas agradecendo por estar ali, e sla a discussão toda desse capitulo sobre a relação de mãe e filha delas, como certas coisas devem ser relevadas e outras ainda reafirmadas/impostas, alguns esclarecimentos entre elas e sei lá, como o "eu sou sua filha" "ela é minha mãe afinal" são coisas bem difíceis de lidar as vezes, porque elas são diferentes, elas contrastam mas elas "precisam" lidar uma com a outra justamente por isso também, então essa "resolução" não é bem resolver todos os problemas, dizer quem está certa, quem está errada, mudar o jeito das duas, mas é real, sei lá, achei bem bonito, pessoal e sincero, meus parabéns por essa cena do final, acho que ficou muito delicado e aí apareceu a Ária cotoko com uma prótese né nicolle a gente sente mas ela sentiu mais, enfim eu descobri hoje que a Ária é adolescente, cinco anos atrás a gata debutava com uma Fokko, enfim eu gostei da cena dela e a preparação para o que vem aí
ResponderExcluirentão temos astrid e eu surtei de rir porque ela perdeu o que me fez muito bem tbm, coitada dela eu morro de pena mas a gata também deve ter uma resolução pessoal em breve será? ao menos um horizonte ela precisa gente, o mega absol não aguenta mais e estou temendo que ele possa ser cristalizado no arco ou ter algo acontecendo já que ela tem key stone, enfim vai ser interessante
e aliás o tio do andré gente kkkkkkkkkkkkk não sei se comento
e aí xerosic, MEU DEUS COMO ASSIM, C O M O A S S I M, a Allexya, a Magerna??? ai meu deus eu acho que a Allexya é FILHA DO LYSANDRE, EU ACHO AI SERÁ QUE É?????????? AI DEVE SEEEERRRRR AINNNWWWWWWWWNNNNNNNNNNAINNNWNWNNNNNNINHAAAAAAAAA o que
enfim eu surtei eu fiquei doido eu alucinei eu fantasiei eu gemi eu tive espasmos eu me contorci e me joguei contra uma parede com a magearna falando de brincar com a allexya, pq eu sinto que essa historia delas ainda vai me dar depressao? se eu falar pro meu psicologo que estou sofrendo por sua fanfic vc me paga
E O AZ ALI??? O QUEEE, QUEBRA MTAS TEORIAS ANTIGAS MINHAS, azoth, enfim eu estou surtando, eu necessito do proximo capitulo urgentemente, o Hoopa ali, se libertar ai faz muito sentido ser o Hoopa a levar o diego por exemplo pra outro lugar, eu ainda imagino que precisem trabalhar, que precisem reunir forças, pra alguma coisa maior, mas não sei o que é ainda, mas estamos prestes a descobrir mais sobre isso com os terremotos e outros efeitos vindo daquela rota e camphrier, essa história está incrível, eu amo ela cada dia mais e estou fascinado por seus personagens, por eles próprios já valeria ler essa historia, mas vc ainda nos agrada com um plot impressionante
estou muito feliz por ter escrito esse capitulo, também sinto que precisava disso, obrigado <3 te amo continua por favor e amo o coque da serena de bocarra da mawile fico imaginando como isso seria e quero um desenho por favor